Cuiabá, Domingo, 13 de Julho de 2025
PRISÃO DE ZAQUEU
25.05.2017 | 09h30 Tamanho do texto A- A+

“Nós não podemos julgar as pessoas por fofoca”, afirma Taques

Zaqueu Barbosa e cabo são acusados de estarem envolvidos em esquema de escutas telefônicas

Alair Ribeiro/MidiaNews

Governador Pedro Taques (PSDB) diz que

Governador Pedro Taques (PSDB) diz que "nesse momento muita coisa está envolvida"

THAIZA ASSUNÇÃO E CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O governador Pedro Taques (PSDB) se pronunciou, pela primeira vez, sobre a prisão do ex-comandante-geral da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, e do cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, e adiantou que não fará juízo de valor antecipado sobre a situação.

 

Zaqueu e Gerson são acusados de estarem envolvidos em um esquema de escutas telefônicas clandestinas, que teriam sido feitas pelo setor de Inteligência da PM, com anuência de setores do Palácio Paiaguás. Os dois foram detidos na tarde de terça-feira (23). 

 

“Estou vendo [a prisão] com olhos de preocupação, mas eu quero ressaltar aqui que eu não faço juízo de valor antes do devido processo legal”, disse ele, durante um evento em Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (25).

 

“O coronel Zaqueu é uma pessoa séria, digna, que exerceu durante um ano a chefia da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Nós não podemos julgar as pessoas por fofoca. Não podemos julgar as pessoas por notícia de jornal. Eu não julgo as pessoas por notícia de jornal, porque nós sabemos que nesse momento muita coisa está envolvida” , afirmou.

 

O coronel Zaqueu é uma pessoa séria, digna, que exerceu durante um ano a chefia da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Nós não podemos julgar as pessoas por fofoca. Não podemos julgar as pessoas por notícia de jornal

Questionado se a decisão que decretou as prisões, expedida pelo juiz de Direito Marcos Faleiros, da 11ª Vara de Crimes Militares da Comarca da Capital, se baseou em “fofoca” e "notícias de sites", Taques negou.

 

“Eu não crítico decisão de juiz. Decisão de juiz tem que ser cumprida. Não estou criticando decisão de juiz”, pontuou.

 

Mandados de prisões

 

Ao decretar as prisões, o magistrado agiu de ofício, ou seja, tomou tal atitude com base nos elementos e informações existentes no inquérito.

 

A medida é prevista na Lei Orgânica da Polícia Militar.

 

"Este magistrado verificou indícios do envolvimento não só do Cel PM RR Zaqueu, apontado como mandante das ordens de ações militares de interceptações telefônicas, e quem mantinha contato pessoal com magistrados para viabilizar os grampos clandestinos, como também do Cabo PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos ilegais à Justiça", disse. 

 

MidiaNews

Coronel Zaqueu

O coronel PM Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da PM de Mato Grosso

Segundo Faleiros, tal atitude, supostamente orquestrada “ao arrepio da lei”, pode ter induzido o Poder Judiciário e o Ministério Público a erro.

 

Denúncia 

 

A denúncia sobre a rede de grampos foi feita no início deste ano, ao Ministério Público Federal (MPF), pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Segurança Pública. 

 

Zaque disse que recebeu uma denúncia anônima, com documentos, que evidenciavam a prática ilegal. Segundo ele, a denúncia foi levada ao conhecimento do governador Pedro Taques em setembro de 2015.

 

O esquema funcionaria por meio da chamada "barriga de aluguel", quando números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.

 

No caso, teriam sido espionados adversários políticos do Governo, médicos e advogados.

 

Entre os grampeados estariam a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado José do Patrocínio; o desembargador aposentado José Ferreira Leite; os médicos Sergio Dezanetti, Luciano Florisbelo da Silva, Paullineli Fraga Martins, Helio Ferreira de Lima Junior e Hugo Miguel Viegas Coelho.

 

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kleiton neves  25.05.17 16h00
Conheço o coronel Zaqueu e sei que realmente é um homem sério, digno e que não teria motivo ou interesse pessoal em escutar ninguém a não ser em cumprimento de ordem advinda de um superior...a minha esperança é que Zaqueu também tenha a coragem de revelar a fonte dessa voz de comando inconsequente e criminosa que coloca os seus valores e de toda a instituição policial militar em suspeição e profundo descrédito perante o cenário nacional.
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