O juiz de Direito Marcos Faleiros, da 11ª Vara de Crimes Militares da Comarca de Cuiabá, decretou a prisão preventiva do coronel PM Zaqueu Barbosa, ex-comandante-geral da PM de Mato Grosso, e do cabo Gerson Ferreira Gouveia Júnior.
Eles são acusados de participação em um esquema de escutas telefônicas clandestinas, que teriam sido feitas pelo setor de Inteligência da PM, com anuência de setores do Palácio Paiaguás. Os mandados de prisão estão sendo cumpridos na tarde desta terça-feira (23).
Os militares serão encaminhados ao Instituto Médico Legal, para exame de corpo de delito, e em seguida ao Fórum de Cuiabá, para audiência de custódia.
O juiz agiu de ofício, ou seja, decidiu decretar as prisões com base nos elementos e informações existentes no inquérito. A medida é prevista na Lei Orgânica da Polícia Militar.
Em sua decisão, o magistrado afirma que há evidências que, de fato, emergem indícios que o conteúdo da documentação seja verdadeiro.
"Este magistrado verificou indícios do envolvimento não só do Cel PM RR Zaqueu, apontado como mandante das ordens de ações militares de interceptações telefônicas, e quem mantinha contato pessoal com magistrados para viabilizar os grampos clandestinos, como também do Cabo PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos ilegais à Justiça", diz trecho da decisão.
"O suposto esquema de grampos clandestinos militares, feitos por alguns policiais militares, tinha a finalidade de espionagem política, escuta de advogados no exercício de sua função, jornalistas - cujo sigilo da fonte é constitucional, desembargadores, deputados - com foro de prerrogativa, médicos - cuja relação com o paciente também é sigilosa, inclusive de "amantes" de poderosos", escreveu o juiz.
MidiaNews
O juiz Marcos Faleiros, que decretou a prisão dos PM´s
Denúncia ao MPF
A denúncia sobre a rede de grampos foi feita no início deste ano, ao Ministério Público Federal (MPF), pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Segurança Pública.
Zaque disse que recebeu uma denúncia anônima, com documentos, que evidenciavam a prática ilegal. Segundo ele, a denúncia foi levada ao conhecimento do governador Pedro Taques (PSDB) em setembro de 2015.
O esquema funcionaria por meio da chamada "barriga de aluguel", quando números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.
No caso, teriam sido espionados adversários políticos do Governo, médicos e advogados.
Entre os grampeados estariam a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado José do Patrocínio; o desembargador aposentado José Ferreira Leite; os médicos Sergio Dezanetti, Luciano Florisbelo da Silva, Paullineli Fraga Martins, Helio Ferreira de Lima Junior e Hugo Miguel Viegas Coelho.
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4 Comentário(s).
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Nelso Rezende 26.05.17 13h44 |
Nelso Rezende, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
gabriela Rayra 26.05.17 13h42 | ||||
é podemos esperar mais coisas dessa oposição até 2018, pois eles querem de qualquer jeito acabar com a legitimidade de Taques. | ||||
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Rogério 23.05.17 22h46 | ||||
Para aqueles preguiçosos na leitura, leiam a decisão do juiz Marcos Faleiros na íntegra, esta aqui no site, e verão que a Polícia Militar pode sim realizar interceptações telefônicas, decisão do Juiz Militar: " A interceptação telefônica militar é um instrumento à disposição da auditoria militar para apuração de crimes militares, Quando se tratam de tropas dos Policiais Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares a ação militar é mais ampla, abrangendo a parte beligerante e também a parte de inteligência militar, tais como a atuação do Serviço Reservado ou Velado, ou seja, policiais militares infiltrados sem farda, também conhecida como P2, cuja função é levantar em campo informações", nessa hipótese pode sim, ao contrario de algumas falas aqui sem noção! Devem estudar um pouquinho o CPPM e o CPM, inclusive muitos bacharéis, advogados, delegados não estudaram isso nos bancos das faculdades! | ||||
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Maurílio Rodrigues de Mattos 23.05.17 17h25 | ||||
Nenhum magistrado de carreira seria leviano em decretar de Oficio prisão preventiva de u.m Cel dá Gloriosa Polícia Militar de MT, ex-comandante Geral da respeita corporação que possui em seus quadros Excelentes profissionais que possuem família, cumprem as leis como aprenderam quando de suas formações, que se respeitam e merecem respeito de todos os matogrossenses. Acredito que tudo será esclarecido sobre os fatos constantes da matéria em comento e que justiça seja feita. Doa a quem doer e se os homens e mulheres envolvidos com ilegalidades falharem, a Justiça Divina com certeza agirá. Que nenhuma pessoa inocente seja condenada. Que os direitos constitucionais e legais sejam por toda os brasileiros respeitados . "Quem viver verá". | ||||
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