Novato rebate crítica por suposta interferência de Abilio: “É do jogo”

O vereador eleito Rafael Ranalli (PL) rebateu as críticas sobre a eventual interferência do prefeito eleito Abilio Brunini (PL) nas articulações da Mesa Diretora e disse ser “natural” o envolvimento do gestor.

Não é uma questão de ser independente ou não. A Câmara vai atender o anseio da população, que elegeu o Abilio

Abilio foi quem indicou o nome da novata Paula Calil (PL) para presidência da nova Mesa. No entanto, parte dos vereadores da Casa se recusam a apoiá-la por ver a indicação como uma "interferência do prefeito eleito no Legislativo Municipal".

“Tenho visto até com surpresa alguns depoimentos de componentes do outro lado dizendo para garantir a independência e não interferência do prefeito. Em todo o sistema democrático do mundo, o chefe do Executivo vai tentar influenciar na Mesa, isso é fato”, afirmou Ranalli em entrevista à rádio CBN Cuiabá.

O novato, que está apoiando a chapa encabeçada por Paula, afirmou que os vereadores de oposição estão sendo “hipócritas” por criticarem Abilio, já que, segundo ele, também tem pessoas de influência do seu lado na articulação da Mesa. O outro grupo, agora liderado por Chico 2000 (PL) tem apoio do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

“É natural que o prefeito queira fazer a composição de parlamento, até para antecipar pauta, conseguir agregar maior número de votos. Isso é natural", disse Ranalli.

"E é muito hipocrisia, porque do lado tem muito parente, amigo, conhecidos influentes de deputados federais e estaduais. Faz parte do jogo político”, afirmou.

"Vontade do povo"

Ranalli ainda defendeu a importância de colocar um nome na presidência que apoie a gestão de Abilio para representar a "vontade dos cuiabanos".

Para o novato, o fato do PL ter feito o maior número de cadeiras, ao lado do PSB, significa que os cuiabanos querem uma Câmara Municipal alinhada com as mudanças propostas pelo bolsonarista.

“Não é uma questão de ser independente ou não. A Câmara vai atender o anseio da população, que elegeu o Abilio na esperança que ele colocasse em prática as mudanças que planejou. O papel do parlamento é ver a legalidade, a viabilidade e barrar aquilo que a gente entenda que vá prejudicar a população”, disse.

Atualmente, a chapa de Paula conta com 13 apoios ratificados, segundo Ranalli. A expectativa é de que esta semana o grupo feche a maioria com 17 votos para eleger a Mesa liderada pela novata no próximo dia 1º de janeiro.