O deputado federal Nilson Leitão (PSDB), citado na colaboração premiada firmada entre o empresário Giovani Guizardi e o Ministério Público Estadual (MPE), afirmou que não conhece o delator e que não sabe por que teve seu nome envolvido no esquema.
Em sua delação, Guizardi revelou que Leitão integrava o “núcleo de agentes políticos” de uma organização criminosa montada para desviar dinheiro da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
A informação consta no termo de declaração do empresário, que é proprietário da Dínamo Construtora, e cujo o depoimento foi dado no dia 16 de novembro aos promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado).
“Eu nunca vi esse delator na minha vida, nunca estive com ele pessoalmente. Eu não sei por que ele me envolveu. Tem que perguntar a ele”, afirmou.
Em seu depoimento, Guizardi disse que os pagamentos de propina aconteciam sempre em dinheiro e eram realizados pelos empreiteiros que aderiram ao esquema.
Segundo o empresário, em duas oportunidades, entre os meses de junho e outubro de 2015, ele solicitou ao engenheiro eletricista Edézio Ferreira que fosse até uma agência do Banco Itaú, na região central de Cuiabá, para realizar pagamentos “pulverizados” que totalizavam R$ 20 mil.

“Essa pulverização se deu da seguinte forma: em cada uma das oportunidades foram realizados vários depósitos que, somados, atingiam R$ 10 mil; essa determinação partiu de Permínio Pinto [ex-secretário de Educação], em favor de Nilson Leitão”, diz trecho da delação.
O deputado rebateu as acusações e disse que estão tentando fazer da delação de Guizardi “uma execução sumária” das pessoas que foram citadas.
“O que está acontecendo no País é muito grave, porque alguém citado ou alguém que vira réu já virou condenado. O direito à ampla defesa não existe mais”, lamentou.
Relação com Permínio
Marcus Batista/Jornal Fotografico
O empresário Giovani Guizardi, delator da Operação Rêmora
Na delação, o empresário disse, ainda, que Leitão foi o responsável pela indicação do ex-secretário Permínio Pinto para comandar a Seduc. Ele teria indicado também o ex-servidor Fábio Frigeri, que também é réu no caso.
Sobre a indicação de Permínio, o deputado defendeu o profissionalismo do ex-secretário, mas disse que em nenhum momento o indicou para cargos do primeiro escalão.
“Nenhum partido teve indicação. Isso não tira de mim a amizade que eu tenho com o secretário Permínio. Ele é uma pessoa muito elogiada no meio, é uma pessoa respeitada”, declarou.
Questionado se acredita na inocência do ex-secretário, preso na 2ª fase da Operação Rêmora sob a acusação de liderar o esquema, Leitão disse que sim.
“Eu acredito, mas não vou entrar nesse mérito. Eu confio nele, é um amigo de muito tempo, gosto dele e da família dele, mas é um caso que se houve erro vai pagar”.
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