Cuiabá, Quinta-Feira, 11 de Dezembro de 2025
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10.12.2016 | 13h11 Tamanho do texto A- A+

“Nunca vi esse delator na vida; não sei por que me envolveu”

Deputado federal Nilson Leitão (PSDB) rebate as acusações do empresário Giovani Guizardi

Marcus Mesquita/MidiaNews

O deputado federal, Nilson Leitão (PSDB), que afirmou não conhecer o delator Giovani Guizardi

O deputado federal, Nilson Leitão (PSDB), que afirmou não conhecer o delator Giovani Guizardi

ÉRIKA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

O deputado federal Nilson Leitão (PSDB), citado na colaboração premiada firmada entre o empresário Giovani Guizardi e o Ministério Público Estadual (MPE), afirmou que não conhece o delator e que não sabe por que teve seu nome envolvido no esquema.

 

Em sua delação, Guizardi revelou que Leitão integrava o “núcleo de agentes políticos” de uma organização criminosa montada para desviar dinheiro da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

 

A informação consta no termo de declaração do empresário, que é proprietário da Dínamo Construtora, e cujo o depoimento foi dado no dia 16 de novembro aos promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado).

 

“Eu nunca vi esse delator na minha vida, nunca estive com ele pessoalmente. Eu não sei por que ele me envolveu. Tem que perguntar a ele”, afirmou.

 

Em seu depoimento, Guizardi disse que os pagamentos de propina aconteciam sempre em dinheiro e eram realizados pelos empreiteiros que aderiram ao esquema.

 

Segundo o empresário, em duas oportunidades, entre os meses de junho e outubro de 2015, ele solicitou ao engenheiro eletricista Edézio Ferreira que fosse até uma agência do Banco Itaú, na região central de Cuiabá, para realizar pagamentos “pulverizados” que totalizavam R$ 20 mil.

Alguém citado ou alguém que vira réu já virou condenado

 

“Essa pulverização se deu da seguinte forma: em cada uma das oportunidades foram realizados vários depósitos que, somados, atingiam R$ 10 mil; essa determinação partiu de Permínio Pinto [ex-secretário de Educação], em favor de Nilson Leitão”, diz trecho da delação.

 

O deputado rebateu as acusações e disse que estão tentando fazer da delação de Guizardi “uma execução sumária” das pessoas que foram citadas.

 

“O que está acontecendo no País é muito grave, porque alguém citado ou alguém que vira réu já virou condenado. O direito à ampla defesa não existe mais”, lamentou.

 

 

Relação com Permínio

 

Marcus Batista/Jornal Fotografico

Giovani Guizardi

O empresário Giovani Guizardi, delator da Operação Rêmora

Na delação, o empresário disse, ainda, que Leitão foi o responsável pela indicação do ex-secretário Permínio Pinto para comandar a Seduc. Ele teria indicado também o ex-servidor Fábio Frigeri, que também é réu no caso.

 

Sobre a indicação de Permínio, o deputado defendeu o profissionalismo do ex-secretário, mas disse que em nenhum momento o indicou para cargos do primeiro escalão.

 

“Nenhum partido teve indicação. Isso não tira de mim a amizade que eu tenho com o secretário Permínio. Ele é uma pessoa muito elogiada no meio, é uma pessoa respeitada”, declarou.

 

Questionado se acredita na inocência do ex-secretário, preso na 2ª fase da Operação Rêmora sob a acusação de liderar o esquema, Leitão disse que sim.

 

“Eu acredito, mas não vou entrar nesse mérito. Eu confio nele, é um amigo de muito tempo, gosto dele e da família dele, mas é um caso que se houve erro vai pagar”.

 

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