O prefeito de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), Percival Muniz (PPS), afirmou, em entrevista ao
MidiaNews, que o foco do seu primeiro ano de mandato será combater os “marajás´ do serviço público”.
De acordo com ele, a hierarquia de cargos não está sendo cumprida e há diferenças salariais “gritantes” para uma mesma função, na Prefeitura da terceira cidade de Mato Grosso.
“Hoje, existe um grupo de servidores que são verdadeiros marajás na Prefeitura. Tem funcionário ganhando R$ 18 mil e outro, no mesmo cargo, recebendo um salário de R$ 2 mil. Além de setores mandando em chefes de departamento, ao invés de ser o contrário, e uma percentagem muito maior de contratados do que efetivos”, disse o prefeito.
De acordo com Percival, enquanto o ideal seria ter 80% originários de concursos públicos e 20% de contratados, a Prefeitura de Rondonópolis fez o contrário.
“Não se fez concurso público nos últimos 10 anos. São seis mil funcionários e a maior parte deles é de contratados. Isso prejudica o trabalho público, não dá continuidade nas ações. Fora a falta de experiência nas atividades. É uma bagunça generalizada”, afirmou.
O prefeito revelou que, ainda neste mês, uma equipe da Fundação Getúlio Vargas deverá rever todas as carreiras e determinar a demanda para, aí então, realizar concurso.
“Elegi este ano como o das mudanças. O ano dos enfrentamentos para reorganizar o serviço público. Dessa forma, após avaliação da Fundação, faremos um concurso ainda neste ano”, completou.
Estagnação
Prefeito de Rondonópolis de 2000 a 2004, a avaliação de Percival Muniz é de que, após seu mandato, a cidade ficou estagnada.
Uma das “comprovações” indicadas é na área de saneamento básico: há 10 anos, segundo ele, os serviços de esgoto cobriam 26% do município e, em 2013, o índice permanece o mesmo.
A alta incidência da dengue – Rondonópolis foi “campeã” no mês de janeiro no Estado –, segundo o prefeito, é reflexo do abandono.
“A dengue explodiu na cidade e isso é fruto de uma manutenção que deveria ter sido feita nos meses de outubro, novembro e dezembro passados. Desativaram todos os serviços de controle do mosquito. Estamos fazendo mutirão para amenizar os problemas e, de um índice de 28% da doença, abaixamos para 3%”, observou.
“A estrutura da cidade está sucateada, as ruas se transformaram em um buraco só. Está uma vergonha. Na Prefeitura, nem o sistema dos servidores consegue emitir relatórios. O que tem aqui, eu deixei há 10 anos. Ainda no próximo mês, por exemplo, entrego duas mil casas. Fui eu quem fiz? Não. São obras que estavam se arrastando e não concluíam”, afirmou.
Com um orçamento de R$ 530 milhões, o prefeitor avaliou que, pelo tamanho e dificuldades, o valor deveria ser superior.
“Poderíamos ter uma receita maior. Nosso IPTU gera entre R$ 6 e R$ 7 milhões. Campo Grande (MS) tem uma arrecadação de R$ 268 milhões. Se dividirmos por cinco, que daria o tamanho de Rondonópolis, teríamos no mínimo uma arrecadação de R$ 40 milhões. Peguei uma Prefeitura totalmente desestruturada estou reorganizando ela aos poucos, comepletou.