Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
ROMBO EM PREFEITURA
27.06.2012 | 16h08 Tamanho do texto A- A+

Deputado é acionado pelo MPF a devolver R$ 482 mil

Convênio firmado na gestão de Percival como prefeito de Rondonópolis teria sido executado apenas parcialmente

Reprodução

Percival Muniz será candidato a prefeito novamente este ano

Percival Muniz será candidato a prefeito novamente este ano

LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública contra o deputado estadual Percival Muniz (PPS), pedindo a devolução de R$ 482 mil aos cofres públicos.

O motivo são as irregularidades apontadas em convênio da Prefeitura de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) com o Ministério da Integração Nacional, para obra de drenagem de águas pluviais e pavimentação.

O convênio foi firmado em 2001, na gestão de Percival como prefeito. Vale lembrar que parlamentar tenta retomar o comando do município e será candidato a prefeito novamente nas eleições deste ano.

O MPF acionou, também, as empresas Objetiva Engenharia e Construções Ltda. e Aroldi Construções Ltda. O processo tramita na Vara Única da Justiça Federal em Rondonópolis.

De acordo como relatório de fiscalização feito pela Constrex Engenharia Sustentável Ltda., empresa credenciada pela Caixa Econômica Federal, o convênio foi executado apenas parcialmente – no entanto, os recursos foram repassados em sua totalidade.

Foram liberados 1,518 milhão, dos quais R$ 1,38 milhão eram recursos da União e R$ 138 mil eram de contrapartida do município. Desse total, não teriam sido executados o equivalente a R$ 482 mil; por isso, o pedido de ressarcimento.

Segundo o MPF, mesmo sabendo que as obras não haviam sido executadas integralmente, o prefeito gastou toda a verba do convênio, gerando prejuízo para o patrimônio da União.

Para o MPF, houve violação de deveres administrativos dos envolvidos, como o da impessoalidade e o da moralidade, nos atos praticados pelos agentes públicos em benefício de particulares.

Falhas

O relatório apontou que o revestimento de PMF (Pré-misturado a frio), para asfaltamento de vias do conjunto habitacional Jardim Cidade de Deus (1ª Etapa), Jardim Ipanema, Vila Mariley, Vila Esperança, Vila Salamem e Vila Jardim Lourdes, deveria ter espessura de 5 centímetros, porém, foi executado com apenas 3 centímetros.

Além disso, a empresa vencedora da licitação, a Objetiva, repassou a execução da obra à Aroldi Construções – que é de propriedade de um sobrinho do deputado federal Wellington Fagundes (PR).

 De acordo com o MPF, Fagundes ainda figurou como testemunha da assinatura do convênio entre o município e o Ministério da Integração Nacional.

Outro lado

Em entrevista ao MidiaNews, Percival Muniz alegou que as contas do convênio foram aprovadas em 2004, e que sua defesa vai provar que não houve irregularidades.

“O convênio é que foi mal-feito, porque não incluiu o custo do transporte do minério. Além disso, a camada especificada (5 centímetros) estava muito larga, era uma espessura para rodovias, e não para ruas no meio da cidade,por isso readequamos a medida”, argumentou.

O deputado ainda questionou o fato de esse processo ter voltado aos holofotes depois de tanto tempo. “Estou estranhando isso reaparecer justamente nesse momento, na véspera das convenções em que vou oficializar minha candidatura a prefeito. Acho muito estranho o MPF reafirmar um caso antigo como esse agora”, disse.

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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eduardo  28.06.12 19h26
a rigor, esse deputado, agiu de forma altamente suspeita. por isso, deve ser revisto algum apoio politico a candidatura desse cidadão nas eleições desse ano para prefeitura de rondonópolis. o caso é sério.
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eduardo  28.06.12 19h26
eduardo, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Maria José  28.06.12 06h25
MPF HOUVE PECULATO?????????? SE HOUVE AÍ É CRIMINAL.
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amaral  27.06.12 18h34
Infelizmente a farra com o dinheiro público sempre acontece em diversas administrações; Felizmente temos o MPF para tentar moralizar o serviço público.
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