O Senado aprovou no mês passado uma proposta para renovar o contrato de aluguel de 80 carros para os parlamentares por R$ 796,5 mil por mês — mais que o dobro do valor pago atualmente, de R$ 385,2 mil mensais.
Licitação para alugar veículos para os senadores foi homologada em junho. A proposta mais vantajosa foi a da atual fornecedora, a Quality Aluguel de Veículos, que ofereceu os serviços por 60 meses por R$ 47.792.400.
O valor inclui combustível, manutenção e lavagem dos carros, além de seguros e outras taxas. Não faz parte do acordo, porém, a contratação de motoristas, que é feita com a verba de gabinete de cada senador —o valor varia de acordo com o estado onde ele foi eleito e vai de R$ 21 mil (Distrito Federal) a R$ 44 mil (Amazonas). O valor é pago além do salário, atualmente em R$ 46,3 mil.
Novo acordo prevê 79 SUVs zero quilômetro, Chevrolet Equinox ou similar, e uma minivan adaptada tipo JAC T8 para a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), que tem tetraplegia. Os carros só podem circular durante dias úteis e num raio de até 100 km do Senado.
Contrato vigente, assinado em 2023, é de R$ 11,5 milhões pelo mesmo serviço por 30 meses e vai até outubro deste ano. O UOL questionou ao Senado o motivo de o preço mais que dobrar nesse meio-tempo, mas não houve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
Além dos 80 carros comuns, ainda há dois sedãs da presidência do Senado, ocupada por Davi Alcolumbre (União-AP). O contrato de aluguel desses carros, um blindado e outro não, do tipo Toyota Camry ou Honda Accord, foi firmado em janeiro de 2024 e vai até julho de 2026.
O custo foi de R$ 719,6 mil por 30 meses de serviço, ou R$ 23.987 por mês. Ainda não foi lançado novo edital para renovação desse aluguel.
Contando os dois sedãs da Presidência, o gasto mensal com aluguel de carros do Senado chegará a R$ 820,5 mil por mês a partir de outubro. No contrato atual, contando com os carros da Presidência, o valor é de R$ 401,9 mil mensais.
Desde 2011, o Senado prefere alugar carros para os parlamentares do que comprá-los. À época, argumentou que assim é mais econômico, já que manutenções, seguros e documentações ficam todos a cargo da locadora.
Reportagem do UOL mostrou que senadores e deputados gastaram quase R$ 51 milhões no ano passado com aluguel de carros. Além dos contratos de locação da Câmara e do Senado, os parlamentares ainda alugam outros veículos com a cota parlamentar.
O aumento no gasto com carros alugados acontece em meio a cobranças do Congresso para que o governo do presidente Lula (PT) corte despesas. Em junho, a Câmara e o Senado derrubaram em conjunto os decretos do Executivo que mudou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), dizendo que a prioridade é o equilíbrio das contas públicas.
Foi a primeira vez que um decreto legislativo derrubou um decreto presidencial desde 1992. A disputa foi parar no STF, que suspendeu ontem todos os decretos com as alterações no IOF e convocou uma audiência de conciliação entre os dois Poderes.
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