O produtor rural e viúvo da ex-deputada federal Amália Barros, Thiago Boava (PL), afirmou que a ex-primeira-dama da República e o ex-presidente, Michelle e Jair Bolsonaro, foram seus principais incentivadores para que ele aceitasse lançar uma pré-candidatura à Câmara Federal.

Amália faleceu de forma precoce, aos 39 anos, em maio de 2024 após sofrer com complicações de uma cirurgia para a retirada de um nódulo benigno do pâncreas. Boava revelou que o casal Bolsonaro foi um dos principais apoios que recebeu para passar pelo luto.
“Sempre o casal perguntava: 'E o Thiago, por que não nos acompanha?' e eu falava: 'Thiago já tem mais o mundo dele ali, não é tão ligado e tal'. E eles sabendo disso, com a partida dela, tentaram me trazer mais para perto, porque confiavam nela e confiam em mim. E veio deles o incentivo para que eu disputasse”, afirmou.
Em entrevista ao MidiaNews, o pecuarista disse que um de seus objetivos, caso seja eleito, é dar continuidade ao mandato que Amália não pôde concluir.
“Andando com ele [Bolsonaro], vendo o apelo, vendo as pessoas atrás dele ali, a gente vê que de fato é uma missão o que ele fez. E é o que me incentivou, na verdade, e também o fato de poder talvez, se Deus abençoar e eu tiver a vitória, concluir um mandato que a Amália não conseguiu, ela ficou 14 meses no mandato”.
Ao longo da entrevista, Thiago contou mais de sua relação com a família Bolsonaro e também falou das suas expectativas para a campanha eleitoral. Ele afirmou que tem mantido “os pés no chão”, pois acredita que a disputa em Mato Grosso será acirrada.
Confira os principais trechos da entrevista:
MidiaNews - Faz pouco mais de um ano do falecimento da Amália, como tem sido seguir a vida sem ela? O luto é constante?
Thiago Boava - O tempo é melhor companheiro, vamos dizer assim, aos poucos vai cicatrizando. Acho que a lembrança vai ser eterna, todo dia lembro dela, penso nela, mas o tempo ajuda com que a gente vá seguindo. E também novos desafios, novos projetos faz com que a gente pense para frente.
E acredito que a Amália foi um divisor de águas para a política de Mato Grosso, uma campanha totalmente diferente, uma candidata que não era conhecida, fez por merecer o apoio que teve da Michelle [Bolsonaro], o que ela conquistou antes de ser [deputada] credibilizou ela para ter esse apoio.
E eu acho que o pouco que ela ficou no mandato como deputada federal, ela conseguiu mostrar que dá para se fazer muito para o próximo, fazer chegar até a ponta. E isso me enche de orgulho e foi muito bom ter vivido com ela 13 anos.
MidiaNews - A sua decisão de ser pré-candidato a deputado federal ocorreu por causa do falecimento da Amália ou já era algo que vocês planejavam antes?
Thiago Boava - Não. A Amália queria que eu entrasse para a política, imaginando futuramente, situações que poderiam acontecer, como, por exemplo, talvez se ela estivesse viva poderia disputar uma vaga ao Senado agora. Mas não era um desejo meu.
Com o falecimento dela, o casal Bolsonaro, eu fiquei em Brasília depois da morte dela, e eles me incentivaram a viajar com o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Brasil. Fui para Goiás, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Rondônia, enfim, para que isso despertasse em mim.

Porque a Amália estava viajando muito com eles, pelo Brasil, pelo PL Mulher, junto com a Michelle, fazendo esse trabalho para trazer mulheres para a política, fazer com que as mulheres se interessassem pela política.
E sempre o casal perguntava: “E o Thiago, por que não nos acompanha?” e eu falava: “Thiago já tem mais o mundo dele ali, não é tão ligado e tal”. E eles sabendo disso, com a partida dela, tentaram me trazer mais para perto, porque confiavam nela e confiam em mim. E veio deles o incentivo para que eu disputasse.
O capitão, Jair Bolsonaro, por diversas vezes ele me mostrou a barriga dele e falou: “Isso aqui é uma missão, cara, eu já estou aposentado, eu podia ir para a praia, ficar andando jet ski, fazendo o que eu gosto. Se as pessoas boas não se dispuserem a esse desafio, as 513 cadeiras vão ser ocupadas de qualquer maneira, por pessoas boas, por pessoas más”. Então, a gente tem que acreditar, a gente acredita que dá pra ter um país melhor, que dá pra ser diferente, que dá pra fazer chegar até a ponta. Andando com ele, vendo o apelo, vendo as pessoas atrás dele ali, a gente vê que de fato é uma missão o que ele fez.
E é o que me incentivou, na verdade, e também o fato de poder talvez, se Deus abençoar e eu tiver a vitória, concluir um mandato que a Amália não conseguiu, ela ficou 14 meses no mandato.
MidiaNews - Então o senhor quer continuar o legado dela na política? Que outras bandeiras pretende defender na Câmara Federal?
Thiago Boava - Automaticamente eu estou ligado às pautas que a Amália defendia. Ela tinha um cunho social devido até a deficiência dela, ser monocular, a luta dela pelos monoculares, e ela estava ali na Câmara Federal, na comissão de pessoas com deficiência. E ela tinha esse trabalho ali, inclusive conseguiu até aprovar pautas importantes ali, como por exemplo o laudo permanente. Que é uma coisa que beneficia muitas pessoas que não tem condições, não precisa provar que não tem um braço, voltando no médico todo ano.
Então, teoricamente é uma lei que tinha uma brecha que prejudicava e ela conseguiu aprovar isso aí também, uma pauta importante.
Outra pauta do Estado, eu sou filho de produtor, sou produtor pecuarista e o agronegócio, de modo geral, que é o carro chefe do Estado, produção agrícola aqui é absurda, e a gente tem que ter um olhar especial para as demandas desse setor, que são muitas.
O produtor vem passando por um momento bem difícil e a gente tem que estar atento a isso aí para tentar dar um suporte de alguma maneira.
MidiaNews - O senhor falou desse incentivo da Michelle e do Bolsonaro. Aqui em Mato Grosso, o setor do agro também tem abraçado essa campanha do senhor para deputado federal?
Thiago Boava - Tenho rodado alguns municípios fazendo visitas e a aceitação ao meu nome tem sido boa. Lógico que eu tenho conversado com pessoas que já tenho algum contato e percebo neles o entusiasmo de que eu dei continuidade nisso. Percebo de amigos produtores esse incentivo, esse apoio. Acredito que estou com uma aceitação boa nesse setor sim.
Yasmin Silva/MidiaNews
Thiago também quer apoiar o setor do agronegócio em Mato Grosso, caso seja eleito
MidiaNews - Nos bastidores especula-se que o senhor possa ser o mais votado na chapa de federal no ano que vem. O senhor acredita nessa possibilidade? O espólio político da Amália pode estar por trás dessas previsões?
Thiago Boava - Olha, eu acredito que devido ao contexto eu possa ter um caminho mais fácil do que a Amália teve. Porque não tínhamos experiência em nada, nunca tínhamos concorrido a nada. Participei com ela do começo ao fim, ajudamos, nossa equipe era bem enchuta, hoje eu conheço mais pessoas, personalidades políticas, viajamos pelo estado. Então, acredito que isso facilite a exposição do nome.
Mas eu não tenho essa percepção de que algumas pessoas estão colocando como o nome que pode despontar. Acho que é uma incógnita, não dá para medir. Eu, pelo menos, não consigo e tenho os pés bem no chão em relação a essa possibilidade, porque de fato não sei.
MidiaNews - Acha que vai ser uma disputa difícil aqui com os outros nomes que já se colocam nesse quadro?
Thiago Boava - Sim. Tem os eleitos, tem os que estão com mandato e sempre é difícil. Quem está com mandato geralmente tem mais chances, sai na frente. Então, temos aí na direita 250 mil votos vagos, no sentido de que esses representantes que somaram essa votação não estarão concorrendo mais.
A Amália que nos deixou, o Abilio que é prefeito e o Medeiros que é o candidato do presidente Bolsonaro ao Senado. Então, acredito que tem esses votos da direita que estão órfãos, vamos dizer, e eles vão procurar candidatos com a mesma pauta, com as mesmas defesas.
MidiaNews - A sigla fica mais fraca para essa disputa sem esses nomes na reeleição? Quantos deputados o partido espera eleger?
Thiago Boava - Hoje estamos com quatro cadeiras. O objetivo com certeza é mantê-las e o desejo é de aumentar. Mas a gente não sabe, é uma incógnita, eu não sei como o eleitor, principalmente, esse eleitor desses três candidatos que não serão mais candidatos a esse cargo, para onde eles irão, né? Tem outros candidatos em outros partidos que defendem as mesmas pautas.
Acredito que deve ficar no PL. Esse eleitor é leal ao presidente Bolsonaro, ao 22, a Deus, pátria, família, liberdade, esses pilares que defendemos. Agora para quem vai essa é a questão. É, tem que trabalhar para ver se mantém, não é fácil manter quatro cadeiras.
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