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POSSE NO TJ
24.10.2024 | 14h15 Tamanho do texto A- A+

Wesley lembra "pressão" para desistir e ceder vaga a uma mulher

Magistrado disse, em discurso, que enfrentou “levante de discriminação” até ser nomeado

Victor Ostetti/MidiaNews

O novo desembargador Wesley Lacerda, que assumiu nesta quinta

O novo desembargador Wesley Lacerda, que assumiu nesta quinta

CÍNTIA BORGES E GIORDANO TOMASELLI
DA REDAÇÃO

O desembargador Wesley Sanchez Lacerda, que tomou posse nesta quinta-feira (24) no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, afirmou em seu discurso que enfrentou "discriminação" e "preconceito" até chegar à cadeira do Judiciário. 

 

Wesley assumiu a vaga do quinto constitucional, dedicada a um membro do Ministério Público do Estado.

 

No discurso, o novo desembargador citou que sofreu um “levante de preconceito e discriminação dentro de sua própria casa, a quem serviu por 24 anos”.

 

Uma pessoa que eu não conheço e que não me conhece também, mandar recomendações para mim por meio de um veículo de imprensa, para que eu desistisse

Ele, no entanto, não entrou em detalhes sobre de quem partiu e qual a razão da discriminação que disse ter sofrido.  

 

Mais tarde, questionado pelos jornalistas sobre a fala, ele lembrou que reportagens publicadas pela imprensa chegaram a recomendar a sua desistência para dar lugar a uma mulher.

 

A definição do desembargador pelo quinto do MPE começou com uma lista sêxtupla da qual faziam parte, além de Wesley, as procuradoras Eunice Rodrigues de Barros e Sasenasy Soares Rocha Daufenback, além das promotoras Lindinalva Correia Rodrigues, Valnice e Ana Luíza Peterlini de Souza. A lista foi definida pelos próprios membros do órgão. 

 

“Uma pessoa que eu não conheço e que não me conhece também, mandar recomendações para mim por meio de um veículo de imprensa, para que eu desistisse. Isso é uma questão pessoal. Isso aí não tem nada a ver com paridade de gênero”, afirmou.

 

“É uma escolha de sair de uma carreira, uma decisão pessoal, que a gente toma dentro de casa, e enfrenta um processo político. Isso não tem nada a ver com paridade de gênero”.

 

Wesley Lacerda afirmou que a representatividade feminina já constava na lista sêxtupla, eleita por membros do Conselho Superior do MPE e depois encaminhada ao TJMT.

 

Passei um processo de solidão, não dei entrevista para ninguém, enfrentei isso sozinho

“Isso aí já tem por demais representatividade no âmbito da paridade de gênero. Quando eu digo isso, é avocando essa bandeira que foi plantada na imprensa, que me chegam e até quiseram compartilhar comigo essas matérias. Eu preferi não acessar. Passei um processo de solidão, não dei entrevista para ninguém, enfrentei isso sozinho”, disse.

 

“Não é fácil”

 

O novo desembargador citou ainda as diversas funções que ocupava no MPE, e afirmou que a decisão de encarar a disputa e se tornar um membro do Tribunal de Justiça “não foi fácil”.

 

“Foi um caminho árduo, foi um trabalho sem me descuidar das minhas obrigações com a minha família. E todas as funções eu tive que deixar ontem. Fechar várias portas que eu tinha abertas lá do Ministério Público. Então, não é fácil encerrar uma vida de 24 anos de serviço prestado em uma instituição”, afirmou.

 

Wesley era membro da Corregedoria Geral, da Procuradoria de Justiça Especializada, fazia parte da coordenação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), da coordenação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), e foi diretor-geral da Fundação Escola Superior do Ministério Público. 

 

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