De volta ao Legislativo nesta quarta-feira (12), o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) negou que tenha o objetivo de “patrolar” a votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa.
A acusação foi feita pelo seu colega de parlamento, Oscar Bezerra (PSB), que presidiu a comissão. O relatório, apresentado em outubro do ano passado, pediu o indiciamento do Consórcio VLT e apontou, por exemplo, que houve superfaturamento de R$ 315 milhões nas obras feitas durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Segundo Wilson, seu retorno será para tomar conhecimento do relatório final, o que segundo ele não ocorreu ainda.
Além disso, o parlamentar disse que irá conversar com os membros da Comissão sobre a possibilidade de se mudar alguns pontos do relatório.
“Estou falando supostamente, porque nunca recebi o relatório. Me parece que o relatório orienta a não continuação da obra. Mas nós vamos defender a continuação, a retomada da obra no caminho que o juiz federal [Ciro de Andrade Arapiraca] nos sugeriu. Há uma sugestão do juiz federal para que haja entendimento das partes e nós vamos ficar com essa orientação”, disse.
“Com relação a valores, me parece que a CPI sugere uma economia de R$ 315 milhões. Na negociação, conseguimos uma economia de mais de R$ 550 milhões. E vamos explicar como isso aconteceu. São esses dois pontos”, afirmou.
O tucano ressaltou que, como membro suplente, foi convocado por diversas vezes para os encontros de modo a dar quórum às reuniões. Disse que cumpriu a todos os pedidos de Oscar e que espera, agora, a abertura de um diálogo.
O tucano afirmou, ainda, que está disposto a não propor nenhuma mudança, caso Oscar assim o convença.
“Sempre tive boa relação com ele e não tenho dúvida de que temos portas abertas. Vamos dialogar e aquilo que ele me convencer, pode ter certeza, vou sair daqui com a cabeça mudada nesse ponto. Só quero a oportunidade, a chance de esclarecer. Não há nenhuma afronta”, disse.
Conhecimento aprofundado
O tucano disse ter mudado de posicionamento em relação ao Consórcio VLT por ter, agora, conhecimento “mais aprofundado” sobre o assunto.
À época da CPI, ele chegou a dizer que o processo do VLT foi o “maior roubo da história do Estado”. Chamou de “safadeza” a troca do Bus Rapid Transport (BRT) pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Disse, ainda, que o Consórcio - formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda - estaria “desesperado” com a auditoria da KPMG Consultoria.
“Em relação as minhas falas, todas foram públicas, todas ocorreram publicamente na CPI e estão gravadas. Como outras posições que tive e depois mudei quando aprofundei o conhecimento, quando fui estudar com mais cautela, mais cuidado. Às vezes, você dá uma opinião sobre um assunto que você conhece apenas superficialmente. E o que quero nesse período é mostrar um pouco mais profundamente, abrir o diálogo”, afirmou.
“Temos, hoje, uma visão muito mais profunda. Quando disse isso, não sabia que várias vezes o Consórcio não avançou com as obras porque o Estado não havia resolvido a questão da desapropriação. Não sabia que o Consórcio trabalhou por oito meses sem receber nada. Hoje, estamos em condições de trazer todas as informações atualizadas, documentos abertos para esclarecer, confrontar alguns números, algumas ideias”, completou.
A retomada
O Governo do Estado de Mato Grosso chegou a um acordo com o Consórcio VLT Cuiabá e vai pagar R$ 922 milhões para a conclusão integral da implantação do modal.
A previsão é de que as obras sejam retomadas em maio deste ano com prazo de conclusão total de 24 meses.
Segundo Wilson, caso uma nova licitação fosse feita, a obra ficaria acima de R$ 2 bilhões para sua conclusão.
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1 Comentário(s).
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Paul 12.04.17 17h31 | ||||
A posição do WS é absolutamente coerente. Então, começamos uma ferrovia e depois paramos em função da oposição de conhecidos polítocos? Vamos arrancar os trilhos e vender a unidades? Para quem? Quanto vai custar o desmonte do que já está aí? Quem vai pagar pelo desmonte? Senhores: fazer VLT não o mesmo que fazer viaduto ou pracinha!!! | ||||
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