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20.08.2025 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Ex-bailarina celebra milagres 11 anos após acidente em circo

Ex-bailarina, Dayana Costa celebra milagres e conta uma história comovente de superação 11 anos após acidente em circo nos Estados Unidos

Reprodução/Instagram

Ilustração

JACQUELINE SARAIVA
DO METRÓPOLES

Pode-se dizer que não foi apenas um milagre, mas uma sucessão deles o que marcou a vida da brasileira Dayana Costa Florentino ao longo dos últimos 11 anos.

 

O sonho de ser uma grande bailarina de circo se transformou, em segundos, no maior pesadelo de sua vida e, hoje, em uma poderosa história de superação, amor à família e fé.

 

Em entrevista ao Metrópoles, ela relembrou os passos até a vida feliz que construiu no Texas, nos Estados Unidos, onde mora com o marido e os filhos.

 

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Apaixonada pelo universo circense, Dayana realizou seu grande sonho aos 16 anos, quando foi aprovada em uma audição no Brasil para integrar o Ringling Brothers and Barnum & Bailey, nos EUA. Trabalhou por 10 anos como bailarina e, com o tempo, passou a se especializar em acrobacias aéreas, como lira e faixa.

 

A história de superação de Dayana

 

Dayana sonhava em ser bailarina de circo e foi para os EUA.

Ela sofreu um grave acidente em uma apresentação, caindo de mais de 12 metros.

A jovem sobreviveu contra todos os prognósticos, mas ficou sem mobilidade.

Viveu uma longa recuperação, enfrentando dores e adaptações na rotina.

Encontrou força na fé e no apoio da família para seguir em frente.

Hoje celebra sua vida como uma sequência de milagres e superação.

 

Até que veio o convite para participar de um dos atos mais desafiadores: o hairhang, em que bailarinas ficam suspensas pelo cabelo em uma estrutura semelhante a um candelabro.

 

Em 4 de maio de 2014, durante uma apresentação em Providence, Rhode Island, a estrutura que sustentava Dayana e outras sete artistas quebrou, despencando de 12 metros de altura. O acidente, que também feriu um dançarino em solo, além de duas outras bailarinas brasileiras, ganhou repercussão internacional.

 

“Eu quebrei meu cóccix, minha coluna inteira e costelas, porque caí de cóccix no chão. Quebrei da L1 até T1 [vértebras torácicas e lombares da coluna vertebral], e da C1 até a C4 [vértebras que, em conjunto, são responsáveis por movimentos da cabeça e pescoço, além de serem importantes para a estabilização da coluna cervical]. Foi toda a minha coluna mesmo”, explicou Dayana.

 

“Desloquei ainda meus dois joelhos, fiz cirurgia em um e o outro, eles colocaram no lugar. E meu cotovelo? Meu braço deslocou totalmente porque, na queda, o cotovelo girou duas vezes e o osso do cotovelo quase saiu, chegou a perfurar a pele. Foram quatro cirurgias nesse cotovelo.Também tive fratura exposta no punho e a minha mão precisou ser reconstruída.”

 

Quando caiu, a bailarina estava com a mandíbula fechada, o que fez com que vários de seus dentes da parte de trás quebrassem. “Foi tudo bem ruim mesmo. Perdi 80% do meu sangue, sofri problemas respiratórios. Foi muito forte este acidente.”

 

Marido desesperado e cheiro de sangue

 

Vindo de uma terceira geração de artistas do Globo da Morte, o marido de Dayana, Angelo Fuentes, havia acabado de se apresentar e trocava de roupa quando ouviu um barulho e a banda musical tocando de forma diferente do habitual no palco.

 

“Ele correu para ver o que estava acontecendo, porque sabia que eu estava em cena. Quando chegou, ele me viu no chão, meu corpo igual a um boneco, todo torto. Eu lembro de ver todo aquele sangue, sentir o cheiro do sangue, o osso da minha mão tocando meu rosto, pela fratura exposta. Eu desmaiava e voltava e via meu marido gritando, batendo as mãos no chão, desesperado”, descreveu.

 

A situação foi tão crítica, que os médicos levaram semanas para realizar todas as cirurgias necessárias, por conta das inúmeras fraturas.

 

“Eles tiveram que esperar o inchaço diminuir para conseguirem operar. Eram muitas cirurgias e eles não conseguiam fazer tudo de uma vez porque era muita coisa acontecendo comigo ao mesmo tempo.”

 

E foi justamente nesta espera que a jovem vivenciou um de seus primeiros milagres: com uma cirurgia marcada para a região do pescoço, já na sala de cirurgia ela escutou do médico que não seria mais necessário intervenção porque o osso já estava colado.

 

“Escutei o médico falando que era impressionante. Esse foi meu primeiro milagre, mesmo o primeiro milagre tendo sido sobrevivermos àquela queda”, contou.

 

A força e a fé da família

 

Enfrentar este quadro gravíssimo seria algo devastador para qualquer um e não seria diferente para Dayana, que passou os piores momentos de sua vida. Um bom tempo intubada, depois consciente, mas sem poder se mover, totalmente paralisada do pescoço para baixo e dependente de outras pessoas. Mas, felizmente, quem tem família tem tudo:

 

“Na hora em que souberam do acidente, meus pais voaram do Brasil pra cá. Minha irmã, que mora no Texas, também veio me ajudar.”

 

Desde o acidente, os pais dela nunca mais voltaram ao Brasil.

 

“Decidiram ficar e dedicaram a vida deles para me ajudar, como dá para ver nos vídeos do processo da minha recuperação, a minha luta. O amor e a dedicação dos meus pais foram grandes para me trazer de volta”, contou com orgulho. Meus pais, minha irmã, meu marido, todos foram anjos na minha vida. O amor da família que estava longe, dos amigos, as orações de todos, até mesmo de pessoas que nem conheciam a gente, foram essenciais para a minha recuperação.”

 

Dois meses depois do acidente, ainda internada e com poucas evoluções em sua mobilidade, Dayana sentiu tudo mudar de repente.

 

“Era 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, tinha fogos e pedi ao meu marido que buscasse pipoca para assistirmos à festa. Meus pais tinham ido embora, nesse dia. Pela primeira vez eu estava me sentindo diferente, senti que alguma coisa tinha mudado. E nesse dia eu ainda tinha feito fisioterapia e eu estava como um boneco, não reagia a nada. Mas, nesse dia, eu botei meu pé no chão, tentei me levantar pela primeira vez, sozinha e consegui com muito esforço”, relembrou Dayana, emocionada.

 

Um vídeo dela repetindo a cena na frente de toda a família causou muita comoção à época. “Minha mãe ajoelhava e gritava e agradecia a Deus. Médicos, fisioterapeutas que me acompanhavam desde o começo, todos olhavam sem acreditar direito.”

 

Deste dia em diante, a evolução de Dayana foi surpreendente. Entre cirurgias, lágrimas, muitas medicações, orações, terapias exaustivas e muita força de vontade, os anos foram passando e Dayana hoje se tornou uma “colecionadora” de milagres.

 

“Eu ainda sinto muitas dores, tenho muitas sequelas do acidente, mas, parando pra pensar, sou 2% das pessoas que quebram a coluna do jeito que eu quebrei e que voltam a andar. Então eu sou um milagre mesmo”, comemorou.

 

Os médicos chegaram a falar que ela não poderia ter estrutura física para ter filhos, que seria algo muito arriscado na condição dela. No entanto, mais milagres estavam no destino da jovem, seus três filhos: Bárbara, de oito anos; Thiago, de cinco; e Camila, de apenas três meses de idade.

 

“A minha gravidez foi de alto risco, precisei de anestesia geral para o parto dos meus filhos [por conta dos metais na coluna, a anestesia não faz efeito nela], que nasceram todos muito saudáveis. São muitos milagres na minha vida. É a minha superação.”

 

Fonte: https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/ex-bailarina-milagres-acidente-circo-estados-unidos

 




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