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"ESTOU BEM RESOLVIDA"
07.03.2017 | 07h46 Tamanho do texto A- A+

Fernanda Gentil: 'Desde que entrei na TV soube o canhão que tinha'

Apresentadora do Globo Esporte é a quinta entrevistada da série 'Mulheres Empoderadas'

Marcos Serra Lima/EGO

Ilustração

LAÍS GOMES
DO EGO

Fernanda Gentil passou por dois grandes canais de televisão antes de chegar na Globo, mas foi em 2013, quando ficou conhecida como "Musa da Copa das Confederações", que ela ganhou notoriedade.

 

De lá para cá, sua sua forma irreverente de fazer jornalismo e aproximar o público da notícia fez com que ela se tornasse um dos maiores nomes da TV. Graças ao seu esforço e trabalho, foi indicada e ganhou alguns prêmios importantes em sua área.

 

Neste meio tempo criou uma ONG, casou, teve filho, escreveu um livro, separou, virou apresentadora do maior programa de esportes do país, assumiu um novo namoro e viu sua vida profissional e pessoal virar notícia nos sites, jornais, revistas e programas de televisão em todo o país.

 

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Fernanda Gentil é a quinta personagem da série "Mulheres Empoderadas", do EGO, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

 

Confira a entrevista na íntegra:

 

Quando foi que você percebeu que era uma mulher que podia influenciar pessoas?


Desde que eu entrei para a televisão eu entendi o canhão que eu tinha nas mãos, se a fama tem um lado bom é poder falar em massa, então que a gente passe mensagens positivas de respeito, amor, igualdade, boas ações, solidariedade. Sempre tentei ajudar, fazer a minha parte, mas agora eu tenho isso nas mãos e não posso deixar de fazer. Preciso atingir as pessoas positivamente no máximo que eu puder.


Em algum momento teve vontade de recuar?


Sim! Esse canhão de eu que falei, é muito traiçoeiro, ele pode ser usado para o lado positivo, já que vai ajudar as pessoas, mas também pode ser uma armadilha para a gente. Tem que saber usar o canhão.

 

Porque as pessoas interpretam errado, o que você fala já vai para o escrito de uma outra forma, ou o que você escreve a pessoa já lê de uma outra maneira. Às vezes é um assunto muito polêmico e não vale a pena entrar na briga.

 

Uma coisa é você entrar num assunto polêmico na mesa de bar, outra coisa é no país inteiro. Cada um, óbvio e naturalmente, tem sua opinião. Não vou poder ficar me debatendo e me defendendo com a pessoa até chegar num consenso, então às vezes é melhor você segurar um pouco esse canhão.

 

Sempre falaram que jornalismo esportivo é coisa para homem. Você acha que é um ambiente machista? Sofreu algum preconceito nesse meio?


Não acho que seja um meio machista, mas um meio masculino. Nunca enfrentei preconceito por ser mulher, mas sempre tive a humildade de entender que, culturalmente, na maior parte das vezes a mulher entende menos de esporte porque essa é uma coisa cultural.

 

O homem vai mais ao estádio, os pais levam os filhos, os homens acompanham mais o time, têm uma memória fotográfica melhor pra isso. Então eu sempre me coloquei no meu lugar, sabendo que não sei de tudo, que tenho muito a aprender, e pedi muita ajuda a eles.

 

Pergunto, tiro dúvidas, questiono o tempo inteiro e eles sempre me acolheram e ajudaram muito. As mulheres que sabem mais que eu também. É um meio masculino porque tem mais homens, mas não é machista. Isso eu nunca senti.

 

Você percebe que passou a influenciar pessoas a seguir o mesmo caminho que o seu?


Sim, senti um incentivo, você acaba tocando as pessoas, talvez por verem que você se diverte tanto trabalhando, que é um trabalho legal, pra cima, divertido, assunto saudável, de histórias maravilhosas e personagens emocionantes.

 

Eu aprendi, me apaixonei pelo jornalismo esportivo vendo a Glenda, o Escobar, o Tadeu, falando de coisas que eu adorava, então acho que toca as pessoas. Eu sou suspeita para falar porque venho trabalhar com aquele gostinho de estar realizando um sonho todo dia, se eu puder fazer isso eu incentivo mesmo.

 

Você tem dois filhos homens. Tem medo de criar filhos machistas?


Não quero que meus filhos sejam machistas, corruptos, violentos, não quero que eles tenham nenhuma dessas características negativas. Tudo é uma consequência, se eu criar passando os valores que aprendi na minha casa com os meus pais, o que é certo, o que é errado, acho que planto neles uma sementinha para eles se conscientizarem e não me verem como exemplo.

 

Não quero ser exemplo, mas repetir o que é legal e melhorar o que não é, é uma consequência. Daí eles não vão ser machistas, corruptos, desonestos, até porque não sou, meus pais não eram, então é uma coisa de criação. Meu maior desafio é torna-los pessoas corretas.

 

Depois que você separou passou a cuidar deles 'sozinha', já que os dois moram com você. Ficou mais difícil?


É uma missão muito gostosa, tento ser uma mãe com a mão na massa. Não gosto de delegar as coisas deles, porque se eu fizer isso, eu só vou ver o dia deles passar, quero participar. Faço questão de fazer papinha.

 

Atualizo quadro das comidas, faço as merendas, boto a lancheira, levo o Gabriel na escola quando dá, pego o Lucas às vezes de surpresa e isso torna a minha missão mais difícil, mas é gostoso, isso é outro exemplo que eu dou pra eles: que nada cai do céu. Eu vi isso na minha casa, meus pais trabalharam fora o dia todo, para garantir a educação. Quando cai do céu é mais difícil ensinar.

 

E sobra tempo para você se cuidar? Você é uma mulher vaidosa?


Não gosto de me ver feia, mas não tenho neurose, amarras com isso. Não digo que academia é minha terapia, não preciso malhar todo dia... Gosto de fazer exercícios físico, mas para ser saudável, acaba que a boa forma é consequência. Mas não vou a salão toda hora, não gosto de passar cremes, coisas que minha mãe faz, mas é que não tenho paciência.

 

A ironia é que nunca fui vaidosa e hoje tenho que maquiar e fazer cabelo quase todo dia. Mas não passei a me preocupar mais com isso, não.

 

Sua vida pessoal, separação, namoro, tudo o que posta vira assunto nas redes sociais. Você é daquelas que remói ou responde?


Respondo e passa, respondo porque fico com medo de atingir alguém negativamente, estou bem resolvida e está tudo certo. Uma pessoa lá do interior vê a notícia que eu estou namorando uma mulher, daí vê alguém me xingando, criticando. Então respondo como quem diz pra essas pessoas: ‘Ó, está tudo bem, está tudo certo, deixa passar’.

 

Como você se vê daqui a alguns anos?


Espero sempre ver a melhor Fernanda que tem em mim como mãe. Eessa faceta é a única que na qual não posso falhar. Profissionalmente espero estar bem resolvida, estabilizada para garantir um futuro pra eles em relação a educação. Pretendo fazer de tudo para não decepcionar meus filhos e dar uma vida boa pra eles.

 

Fonte: http://ego.globo.com/famosos/noticia/2017/03/fernanda-gentil-desde-que-entrei-na-tv-entendi-o-canhao-que-tinha-nas-maos.html




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