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AMOR E UNIÃO
02.11.2018 | 10h00 Tamanho do texto A- A+

Casamentos entre homossexuais crescem 111% em 1 ano em MT

Mato Grosso teve 36 casamentos gays no civil em 2017, segundo dados divulgados nesta semana pelo IBGE

Acervo Pessoal

Everson e Jonathan Rosa realizaram grande festa de casamento, em 2016

Everson e Jonathan Rosa realizaram grande festa de casamento, em 2016

BIANCA FUJIMORI
DA REDAÇÃO

Trinta e seis casais gays formalizaram a união homoafetiva em 2017 em Mato Grosso, um aumento de 111% em relação ao ano anterior, quando houve 17 registros.

 

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta semana. 

  

Durante séculos o casamento foi exclusividade dos heterossexuais. No entanto, em maio de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou uma resolução que passou a garantir aos casais homoafetivos o direito de se casarem no civil. Com a resolução, tabeliães e juízes ficaram proibidos de se recusar a registrar a união.

 

Nos registros oficiais, está o casal Everson, de 32 anos, e Jonathan Rosa, de 35.

 

“Nada mais justo que isso ocorra porque o casamento homoafetivo é como qualquer outro. Essa história de família tradicional brasileira é uma mística. A compreensão de família está muito além do casamento, de uma festa ou de opção sexual”, afirma Everson.

 

Até 2017, o Código Civil reconhecia como entidade familiar “a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. A lei foi alterada para estabelecer como família “a união estável entre duas pessoas”, mantendo o restante do texto do artigo.

 

O jornalista Airton Marques, de 28 anos, e o servidor público Raul Bruno, 25, optaram pela união estável no ano passado por questões burocráticas. Airton vê a conquista como uma forma da comunidade LGBT se afirmar na sociedade.

 

“Apesar de ser uma questão mais burocrática, vejo que a união estável, perante a sociedade, foi muito importante pra gente. Questão de pertencimento. De que temos direitos assim como todos os outros casais, que constroem uma vida a dois”, explicou.

 

Airton revelou que o processo de oficialização no cartório foi bem simples. Seu marido levou os documentos para dar entrada, pagou uma taxa e depois os dois foram assinar os papéis. Segundo ele, todo esse processo não durou mais de uma semana.

 

“Chamamos dois amigos como testemunhas e outra amiga foi no cartório com a gente para tirarmos algumas fotos. E convidamos outros amigos para uma pizzaria à noite. O momento merecia uma comemoração, mesmo que singela”, relembra o jornalista.

 

Everton, que é consultor de imóveis e cantor, também disse que não encontrou nenhuma dificuldade para registrar o seu casamento. Porém eles optaram por realizar uma grande festa para celebrar a união.

 

Chuva de arroz

 

Em março de 2016, Jonathan e Everson oficializaram o noivado com uma festa no condomínio onde moravam. Eles convidaram cerca de 100 amigos e familiares para comemorarem juntos.

 

“Foi nessa ocasião que eles [família] tiveram certeza das decisões que nós tínhamos tomado. Por enquanto era só um namoro mais discreto, uma coisa mais entre nós e alguns amigos mais próximos”, expôs o consultor.

 

Pouco depois, eles passaram a sentir a necessidade de se casarem. Em outubro do mesmo ano, eles decidiram realizar o casamento com uma cerimônia com tudo a que tinham direito.

 

“A gente casou em cartório e fizemos uma festa. Nós contratamos banda, buffet, foi completo. Foi para umas 130 pessoas”.

 

Os dois se conheceram em 2015 quando o consultor passou a seguir o perfil do futuro marido no Instagram, mas Everson contou que já tinha visto Jonathan, que atua como gerente comercial, em outras ocasiões.

 

Acervo Pessoal

Airton Marque e Raul Bruno - casamento

Airton Marques e Raul Bruno optaram por união estável

 

Eles então passaram a trocar mensagens pelo aplicativo uma semana depois da morte do pai do gerente.

 

“Ele estava em um momento bastante complicado e eu acabei me aproximando porque percebi que ele estava fragilizado. E como eu já tinha interesse, a gente marcou de conversar pessoalmente”, disse o cantor.

 

Eles se conheceram no dia 13 de setembro de 2015, uma semana depois já estavam namorando e quase ficando noivos.

 

“Na mesma semana em que eu conheci o Jonathan, eu já mandei fazer as alianças. Porque foi algo muito fora do que já tinha acontecido na minha vida”, explicou.

 

Airton e Raul também não descartam o casamento, porém querem realizar alguns objetivos pessoais antes. Eles também citam o alto custo de uma cerimônia como um dos empecilhos.

 

O casal se conheceu em novembro de 2013, por meio de um amigo em comum. Depois disso, o servidor público adicionou Ariton no Facebook.

 

“Começamos a conversar sobre profissão e rotina, nos conhecemos pessoalmente e, após um período, oficializamos nosso namoro em janeiro de 2014”, relembra o jornalista.

 

Na época, ele morava em uma quitinete próxima à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), enquanto o namorado vivia com a família. Para facilitar a vida e o relacionamento, os dois decidiram morar juntos.

 

“Em janeiro de 2015, ele se mudou pra minha quitinete e começamos uma nova etapa da nossa história. Depois disso, como tínhamos uma gatinha e a quitinete estava pequena, nós mudamos para um apartamento”.

 

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GALERIA DE FOTOS
Acervo Pessoal

Everson e Jonathan Rosa - noivado

Acervo Pessoal

Everson e Jonathan Rosa - casamento

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Everson e Jonathan Rosa - casamento

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Everson e Jonathan Rosa - noivado

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Everson e Jonathan Rosa - casamento




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3 Comentário(s).

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Sangue nos olhos  03.11.18 20h59
Sangue nos olhos, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Silva  03.11.18 08h46
Que os casais sejam muito felizes!!!
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Oséias   02.11.18 11h32
Oséias , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas