Cuiabá, Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025
8 DE ABRIL;VEJA
23.07.2018 | 11h23 Tamanho do texto A- A+

Com grandes rachaduras, canalização de córrego representa risco

Obra está paralisada desde março deste ano, quando empresa entrou em recuperação judicial

Alair Ribeiro/MidiaNews

Lateral está cedendo, com risco de desabar a qualquer momento

Lateral está cedendo, com risco de desabar a qualquer momento

JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO

As rachaduras ao longo do Córrego Mané Pinto, na Avenida Oito de Abril, estão ficando cada vez mais extensas e profundas, expondo o risco iminente de desabamento de partes da canalização.

 

Nesta semana, o MidiaNews percorreu o córrego, que passa pelos bairros do Porto, Verdão e Goiabeiras. 

 

Cercados por lodo – em alguns pontos até com água parada – e com o mato alto, vários trechos estão com as laterais cedendo e prestes a desabar. As saliências são tão grandes que a sensação é de que um desabamento pode ocorrer a qualquer momento.

 

As calçadas também são outro problema. Em muitos pontos, elas se restringem a areia e são uma ameaça aos pedestres.

 

O mesmo acontece com as pequenas pontes sobre o córrego, com rachaduras visíveis na parte inferior. Em certo trecho de uma das pontes, parte do barranco está praticamente todo cedido.

 

Um comerciante da região, que não quis se identificar, disse que teme que o pior aconteça a qualquer momento. E criticou ainda a ausência de uma reforma, que, segundo ele, precisa ser feita com urgência.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Córrego 8 de Abril

Vários trechos estão com as laterais quase desabando

“É preciso fazer alguma coisa porque isso aqui está horrível. Moro em Várzea Grande, mas quando venho pra cá fico pensando: ‘Está perigoso demais’. Nunca vi ninguém vir aqui. Ficam só falando, fazendo propaganda, mas aparecer aqui, onde está a ferida, ninguém aparece”, disse.

 

Já outra comerciante, que tem um bar na avenida, também criticou o descaso com o córrego, que além do risco de desabamento, também transmite um forte odor por conta dá água suja.

 

Problema antigo

 

A restauração do córrego Mané Pinto fazia parte do pacote de obras que seriam entregues até os jogos da Copa do Mundo de 2014, ainda na gestão do ex-governador Silval Barbosa, que foi preso em 2015 por corrupção, lavagem de dinheiro, dentre outros.

 

O projeto, orçado inicialmente em R$ 7 milhões, previa o melhoramento da mobilidade urbana no entorno da Arena Pantanal, palco dos principais Jogos. No entanto, após três anos, o local ficou como estava inicialmente.

 

Em junho deste ano, o Grupo Engeglobal, que foi contratada para fazer a revitalização do córrego e seu entorno, entrou com pedido de recuperação judicial. Antes mesmo já havia deixado a obra.

 

A empresa declarou um total de R$ 48,7 milhões em dívidas com 749 credores.

 

No pedido de recuperação judicial, a empresa se exime de culpa pelos atrasos e diz ter sido vítima de "projetos deficientes, inconsistentes e mal elaborados" que, ao longo da execução das obras, "abalaram a saúde da empresa".

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Córrego 8 de Abril

As pequenas pontes que passam sobre o córrego apresentam rachaduras

 

Além de problemas relacionados aos projetos, o grupo cita outros 14 fatores que causaram o desequilíbrio. O excesso de aditivos, por exemplo, que teria obrigado as empresas a "a executarem serviços não previstos quando da contratação".

 

O atraso nos pagamentos das medições também foi mencionado. "(...) Um desses atrasos perdurou por quase 10 (dez) meses, e, assim mesmo, as obras não foram paralisadas, fato que gerou a inadimplência do grupo de encargos fiscais e previdenciários, que impediram o recebimento de recursos por serviços já prestados por conta das certidões positivas de débito", afirma.

 

Outro lado

 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Cidades do Estado (Secid) que informou que as obras estão paralisadas desde março deste ano, por conta do pedido de recuperação judicial da Engeglobal.

 

A secretaria relatou que ainda havia notificado a empresa para a retomada da conclusão dos trabalhos, porém não teve êxito.

 

De acordo com a pasta, o contrato sofreu mais um aditivo, mas sem impacto financeiro, de mais um ano, que termina no dia 31 deste mês.

 

O valor total do contrato final será de R$ 26,71 milhões e conforme a Secid, já está com 67,3% dos serviços concluídos.

 

“A obra em questão contempla a urbanização do canal do córrego Manoel Pinto, a implantação do coletor tronco, calçadas, cinco rotatórias nos cruzamentos da Avenida 8 de abril com as ruas: 13 de junho, Barão de Melgaço, Professor Ranulfo Paes de Barros, Senador Metelo, Tenente Thogo da Silva Pereira e mais um pontilhão para retorno à Rua Joaquim Murtinho. A comprimento total de obras é de 3,1 km”, diz trecho da nota.

 

 

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Córrego 8 de Abril

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COMENTÁRIOS
20 Comentário(s).

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PauloMarques  24.07.18 09h44
Bom sou morador mais de 20 anos ai perto isso que acontece ai é uma vergonha pois na Prefeitura de cuiaba esse corrego ou esgosto esta ja tampado como na prainha...deveria tomar providencia Prefeito ai poderia estar tampado e emcima fazer pista de caminhada colocar lanchotes e muito mais essa regiao tem varios predios e moradores
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JEFERSON G TENORIO  24.07.18 09h02
Um descaso, retrato da falta de vontade de resolver, é vergonhoso essa obra há tanto tempo parada, e oferecendo risco para a populacao,
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Leandro Silva   23.07.18 20h14
Não sei porque não canalizam este esgoto, faz uma pista de ciclismo e caminhada por cima, ligando da Dom Bosco até a Orla do Porto. Acho que só MM para fazer isso...
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Marcos  23.07.18 16h12
Essas empreiteiras que pegam obras do Governo e deixam na metade do serviço deveriam serem punidas por três anos ou mais impedidas de participarem de novas licitações
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Juca Pirama  23.07.18 15h14
Pergunto para que serve o CREA e os órgãos de fiscalização que só fazem prejudicar as obras particulares que são executadas com seriedade e não enxergam nem um centimetro das obras públicas mal executadas no nosso estado.
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