Para enfrentar o desafio de reduzir a forte dependência de fertilizantes importados, que hoje supera 85%, representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) marcaram presença no workshop “Fertilizantes 2025: cenários e perspectivas”, realizado nesta segunda-feira (30.6) em Brasília.
Organizado pela ApexBrasil com apoio dos ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA), Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Minas e Energia (MME), o evento reuniu cerca de 250 representantes de órgãos públicos, entidades e empresas para debater estratégias para o setor.
A secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Sedec, Linacis Silva Vogel Lisboa, destacou no encontro que Mato Grosso já se antecipa ao Plano Nacional de Fertilizantes com ações próprias.
“O Plano Estadual de Fertilizantes foi criado em 2023 e está alinhado ao plano federal. Além de incentivar a instalação de indústrias locais, o estado aposta na exploração das reservas minerais, na produção de fertilizantes nitrogenados. Até a COP 30, em Belém (PA), o país deve abrir um Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas, no Rio de Janeiro”.
Linacis reforçou ainda o reconhecimento do estado como sede de um dos nove hubs de fertilizantes previstos no plano nacional.
“Estamos comprometidos em transformar esse potencial em realidade, com ações práticas e estruturantes. O hub de Mato Grosso terá papel essencial para o fortalecimento da nossa agricultura e para a segurança alimentar do país”, completou.
Para o assessor especial de projetos estratégicos do MAPA, José Carlos Polidoro, o avanço de estados como Mato Grosso é estratégico para o sucesso do Plano Nacional de Fertilizantes.
“Sem fertilizantes, o Brasil não terá como avançar na segurança alimentar, no controle da inflação e na competitividade do agro. O caminho passa por investimentos, inovação e desburocratização para estimular a produção local e reduzir a dependência externa”, disse.
Entre janeiro e maio deste ano, Mato Grosso importou US$ 401,29 milhões em fertilizantes, conforme dados da Sedec com base na Secex/MDIC. A maior parte veio da Rússia, principal fornecedora e em guerra com a Ucrânia desde 2022.
Além do fosfato presente na região Oeste de Mato Grosso, com reservas estimadas em 314 milhões de toneladas —, o estado também aposta na produção de fertilizantes orgânicos e organominerais a partir de resíduos da cadeia da proteína animal.
Durante o evento, a ApexBrasil e o Sinprifert renovaram por mais dois anos o protocolo de intenções que busca atrair investimentos e apoiar os objetivos do Plano Nacional de Fertilizantes 2023-2050, cuja meta é reduzir a dependência externa para 50% até 2050.
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