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24.11.2025 | 07h00 Tamanho do texto A- A+

Comércio no Centro vê debandada de clientes: “Nunca vi assim”

Empresários citam queda de até 80% no movimento e culpam a insegurança e estacionamento pago

Yasmin Silva/MidiaNews

Centro de Cuiabá tem diversas lojas fechadas e vendas caíram até 80% nos últimos meses

Centro de Cuiabá tem diversas lojas fechadas e vendas caíram até 80% nos últimos meses

LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

A época do final de ano é normalmente conhecida pelo aumento da procura no comércio, com a busca por presentes e produtos para aproveitar as datas comemorativas. No entanto, os comerciantes da região do Centro de Cuiabá têm sentido uma queda de até 80% do movimento em comparação a outros anos. 

 

Chega novembro e o comércio dá uma virada. Já estamos na metade de novembro e não melhorou

A falta de movimentação tem assustado os empresários, que culpam principalmente o estacionamento pago nas ruas e a grande quantidade de moradores de rua e usuários de drogas na região. 

  

A gerente de uma loja infantil do Centro, Vera Lúcia, afirmou que a queda foi de pelo menos 40% em 2025, em relação ao mesmo período do ano passado. “Vem caindo nos últimos anos. Mas, neste ano, deu uma queda brusca. O Centro está super parado, não tem nem movimento de pessoas na rua”, afirmou.

 

“A gente sempre espera que melhore. De todos os anos que estou aqui, quando chega novembro, o comércio dá uma virada. Já estamos na metade de novembro e não senti que melhorou, pelo contrário”, desabafou Valdilene. 

 

Já a proprietária de uma loja de joias, Valdilene Soares, afirmou que a queda no seu setor é uma das maiores. A empresária constatou a diminuição de cerca de 80% de julho para novembro em relação ao ano anterior. 

 

“Tem 10 anos que estou aqui. Nunca vivi um movimento como neste ano. Nunca. E a gente acha que vai melhorar e não melhora, só está piorando”, disse.

 

O estacionamento rotativo, segundo comerciantes, afasta os clientes, já que eles precisam deixar os veículos na rua e ainda pagar por isso.  

 

“Acredito que a queda se deu, principalmente, depois da cobrança do estacionamento. Atrapalhou bastante, as pessoas entram na loja e têm que sair rápido. Ficam: 'Tenho que ir porque vai acabar meu horário no estacionamento'. Ou vem e não acha estacionamento para parar”, afirmou a dona de uma loja de lingerie, Edna Costa Simão. 

 

“As pessoas não querem pagar para deixar o carro na rua. E não só por ter que pagar, mas pela falta de acessibilidade, porque além de ter que pagar, tem que ficar procurando as maquininhas para pagar, tem que baixar o aplicativo, então dificulta muito”, disse Valdilene. 

 

Debandada e perigo

 

Outro ponto que, para os empresários, tem dificultado a ida de clientes ao Centro é a grande quantidade de usuários de drogas e moradores de rua.

 

 

“Os comércios, por exemplo, aqui para fora, aqui para baixo, um monte já fechou. Além das pessoas de rua que ficam às vezes, dá até medo de andar na rua”, disse Edna. 

 

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Júnior Macagnam, criticou a insegurança e o abandono do Centro, que, segundo ele, está tomado pela sujeira e por usuários de drogas. 

As pessoas não querem pagar para deixar o carro na rua. E não só por ter que pagar, mas pela falta de acessibilidade

  

De acordo com Macagnam, 20% do público de Cuiabá já prefere fazer as compras pela internet.

 

“É muito importante, também, que o comerciante do Centro Histórico capacite seus colaboradores, tenha o design das lojas atrativo, faça com que a experiência de compra do consumidor seja legal, seja uma ótima experiência, para que esse cliente saia de casa e vá até o seu comércio”, afirmou. 

  

“O comércio, na realidade, é o maior arrecadador de impostos, não só do município, como do Estado. Também é o maior empregador do Estado e entendemos que, prestigiando o comércio local, está gerando emprego, renda, oportunidades dentro do  município, dentro da cidade”, disse. 

   

Macagnam afirmou que a CDL vai lançar campanhas ainda em novembro com o objetivo de instigar o comércio local e que pretende capacitar lojistas para melhor atendimento ao público. 

 

Além disso, o presidente informou que há 32 propostas para revitalização do comércio no Centro Histórico discutidas com o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), ainda quando ele era candidato, em 2024. 

 

Segundo ele, as propostas são relacionadas à economia, qualidade de vida, meio ambiente, sustentabilidade e questões sociais e devem ser implantadas a partir de 2026.

 

Veja o vídeo:

 

 

 

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