O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) ingressou com uma representação junto a órgãos de controle apontando indícios de irregularidades na gestão de recursos públicos da saúde administrados pela Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. O objetivo é investigar onde foram gastos os recursos públicos recebidos pela unidade para pagamento aos médicos, que estão sem receber há cinco meses.
A representação foi prontocolada junto ao MPF (Ministério Público Federal), Polícia Federal, TCU (Tribunal de Contas da União), TCE-MT (Tribunal de Contas do Estado) e o MPE (Ministério Público Estadual).
O conselho pede também a regularização dos pagamentos devido aos médicos, o afastamento das empresas que estão substituindo os médicos do corpo clínico, a prestação de contas da aplicação dos recursos públicos recebidos pela unidade e o afastamento da atuação direção.
O CRM alega ter recebido a informação de que os recebimentos da entidade estão ocorrendo, com a maior parte dos recursos já pagos, e mesmo assim a Santa Casa estaria há cinco meses sem pagar os médicos, conforme denúncias e relatos encaminhados ao conselho. A dívida com os médicos já estaria na casa dos R$ 12 milhões.
O conselho afirma que a Santa Casa optou por contratar a empresa CBS Serviços Médicos LTDA para substituí-los, transferindo as atividades e pacientes para essa empresa. Conforme CRM "estranhamente", os pagamentos a essa empresa estão ocorrendo normalmente, ao contrário dos médicos do corpo clínico.
O convênio que assegura os repasses de recursos públicos para a Santa Casa possui parcelas exclusivas para o pagamento de honorários médicos.
O descumprimento destes pagamentos, inclusive, gerou a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que os pagamentos seriam feitos mediante o aporte de R$ 10 milhões em emenda parlamentar do deputado José Medeiros. Para o CRM-MT, ainda que a emenda não tenha sido paga, a Santa Casa já recebeu os recursos do fundo, motivo pelo qual é necessário que se investigue onde e como esses recursos foram aplicados.
Em nota, o CRM-MT afirmou não poder mais admitir que médicos trabalhem sem receber. “Ficou claro que os recursos para esses pagamentos foram repassados pelo poder público. Precisamos descobrir onde e como foram usados o dinheiro que era dos médicos. E contamos com o apoio do MPF, Polícia Federal, TCU e TCE-MT e MPE para resolver essa situação”, diz trecho da representação.
“Também pedimos ao MPE a apuração de fraudes nas execuções contratuais de serviços médicos. Isso porque uma das empresas contratadas deveria manter um médico visitador na unidade o que não ocorre. Há o pagamento de mais profissionais do que os que efetivamente estão prestando serviço, o que pode caracterizar, em tese, desvio de recursos”, encerra o comunicado assinado pelo presidente do Conselho em Mato Grosso, Diogo Sampaio.
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