Delegada explica causa de acidente que matou arquiteto chinês

A delegada Ana Cláudia Medina, diretora da Dracco de Mato Grosso do Sul, afirmou que o choque com a copa de uma árvore, devido à baixa visibilidade do piloto, provocou o acidente aéreo que matou um dos maiores arquitetos do mundo, o chinês Kongjian Yu, e todos os ocupantes da aeronave monomotor na última terça-feira (23), em Aquidauana, na região do Pantanal.

Já era uma operação irregular, porque aquela pista só poderia operar até às 17h39 minutos daquele dia

Além do arquiteto, estavam no avião o documentarista Luiz Ferraz, o diretor de fotografia Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira.

A delegada explicou a dinâmica do acidente em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, e, segundo ela, o galho de uma árvore foi encontrado preso à fuselagem do avião.

“Nós adentramos a mata ali nas proximidades, conseguimos verificar outros galhos que haviam caído e a copa dessa árvore quebrada, o que nos deu exatamente a dinâmica para chegar na causa do acidente”, afirmou a delegada.

Sem permissão

O avião, modelo Cessna 175 de 1958, era do piloto Marcelo Pereira de Barros, que não tinha, segundo a Polícia, permissão para realizar táxi aéreo nem voos noturnos. O acidente aconteceu por volta das 18h30 e, conforme testes realizados pela Polícia, o piloto já não tinha visibilidade.

“Já era uma operação irregular, porque aquela pista só poderia operar até às 17h39 minutos daquele dia”.

A expedição teria começado às 7h30 de terça-feira e o piloto, depois, retornou para buscar outros dois integrantes da equipe.

Conforme a reportagem, Marcelo foi e voltou diversas vezes, levando e buscando a equipe por três fazendas do Pantanal. Já havia escurecido quando o piloto fez seu último voo. Ele levaria o arquiteto e os documentaristas para a pousada em que estavam hospedados.

Segundo a reportagem, às 18h03 o piloto tentou aterrissar, mas já não tinha visibilidade e arremeteu. Ele teria feito o contorno e tentado pousar mais uma vez e, a cerca de 300 metros da pista, se chocou com uma árvore de aproximadamente 20 metros de altura e caiu.

“E a aeronave, por estar abastecida, acabou incendiando e levando a óbito todos os seus ocupantes”, explicou a delegada.

As mortes

Luiz Ferraz era documentarista e sócio da Olé Produções, e Rubens Crispim Jr. trabalhava como diretor de fotografia. Em nota, a produtora lamentou o acidente. "A família lamenta profundamente o ocorrido e agradece as inúmeras mensagens de carinho e solidariedade recebidas neste momento de dor", afirmou.

O arquiteto chinês era conhecido pelo conceito de "cidades-esponja", estilo que propõe o convívio das construções com a água da chuva. Além de salvar a água para períodos de estiagem, o projeto também evita que as cidades sofram com enchentes.

Kongjian veio ao Brasil no começo de setembro, quando palestrou em Brasília. Na ocasião, participou da Conferência Internacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

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