Cuiabá, Domingo, 28 de Dezembro de 2025
CÂNCER DE PELE; VÍDEO
28.12.2025 | 11h06 Tamanho do texto A- A+

Dermatologista alerta para riscos do sol e profissões mais expostas

Natasha Crepaldi desmistificou a ideia de que a exposição é necessária para produzir vitamina D

Victor Ostetti/MidiaNews

A médica Natasha Crepaldi fez alerta sobre  cânceres de pele

A médica Natasha Crepaldi fez alerta sobre cânceres de pele

PIETRA NÓBREGA
DA REDAÇÃO

A médica dermatologista Natasha Crepaldi, uma das maiores referências em Mato Grosso, afirmou que 70% dos cânceres de pele são causados pela exposição solar diária e acumulada, muitas vezes ignorada na rotina.

 

Quinze minutos antes das 10h ou após as 16h já são suficientes. Depois disso, não existe ‘estoque’ de vitamina D

O alerta foi feito durante o Dezembro Laranja, campanha de conscientização sobre a doença, que pode provocar mutilações, deixar cicatrizes permanentes e, nos casos mais graves, levar à morte.

 

Em entrevista ao MidiaNews, Natasha destacou que com a chegada do verão, o cuidado mais importante continua sendo a proteção solar, especialmente diante do aumento contínuo dos casos de câncer de pele.

 

“Olha, nessa estação, o mais importante, sem cair no senso comum, é a proteção solar. Cerca de 70% dos cânceres de pele são causados pela exposição habitual e diária ao sol, tanto no lazer quanto na rotina do dia a dia”, afirmou.

 

“É o tipo de câncer mais comum. Ele pode mutilar, deixar cicatrizes indesejadas e, no caso do melanoma, ser altamente letal”, acrescentou.

 

Ela também desmistificou o argumento de que a exposição prolongada ao sol seria necessária para a produção de vitamina D.

 

“Quinze minutos antes das 10h ou após as 16h já são suficientes. Depois disso, não existe ‘estoque’ de vitamina D. O que se acumula, na verdade, é lesão no DNA causada pelo sol, aumentando o risco de câncer no futuro”, alertou.

 

Além do filtro solar, a médica reforçou dois cuidados muitas vezes negligenciados: hidratação e alimentação adequadas.

 

“A baixa ingestão de água e uma alimentação ruim refletem diretamente na pele e na saúde como um todo. Hoje sabemos que existe uma forte ligação entre intestino, cérebro e pele. Cuidar do interno garante resultado no externo”, disse.

 

A importância do diagnóstico precoce

 

De acordo com Natasha Crepaldi, os casos de câncer de pele em Mato Grosso seguem uma tendência de crescimento ao longo dos anos.

 

“Essa realidade não mudou, pelo contrário. É justamente por isso que campanhas como o Dezembro Laranja são tão importantes, para estimular a conscientização e o olhar atento para o próprio corpo”, afirmou.

 

Victor Ostetti/MidiaNews

Natasha Crepaldi

A médica ressaltou que sinais aparentemente simples não devem ser ignorados

Ela ressaltou que sinais aparentemente simples não devem ser ignorados. “Uma pinta diferente, uma feridinha que não cicatriza, tudo isso precisa ser avaliado. O câncer de pele não é difícil de desconfiar, mas muitas vezes as pessoas não dão importância”, explicou.

 

Conforme a dermatologista, o diagnóstico precoce faz toda a diferença.

 

“Quando detectado no início, a chance de cura ultrapassa 90%. Não faz sentido deixar evoluir algo que é altamente prevenível”, reforçou.

 

Perfil dos pacientes e fatores de risco

 

Natasha Crepaldi afirmou que a maior parte dos diagnósticos ocorre em pessoas acima dos 40 ou 50 anos, reflexo da exposição solar acumulada ao longo da vida.

 

Além de pessoas com pele clara, cabelos loiros ou ruivos, histórico familiar de melanoma, baixa imunidade e profissões com exposição constante ao sol.

 

“Trabalhadores do agro, da construção civil, jardineiros, piscineiros, policiais e, de forma geral, quem trabalha na rua está mais vulnerável. Mato Grosso tem o agronegócio muito forte, e hoje já vemos empresas fornecendo protetor solar aos funcionários, o que é um avanço importante”, observou.

 

Inteligência artificial 

 

Natasha Crepaldi também destacou o avanço da inteligência artificial (IA) na dermatologia, especialmente no diagnóstico do câncer de pele.

 

“Hoje já existem sistemas com altíssima precisão, principalmente para pacientes com muitas pintas, em que o olho humano tem mais dificuldade de acompanhar todas as lesões”, afirmou.

 

O câncer de pele não é difícil de desconfiar, mas muitas vezes as pessoas não dão importância

Segundo ela, a IA também vem ganhando espaço na análise profunda da pele, ajudando a identificar inflamações, poros, textura, rugas e até manchas que ainda não apareceram visivelmente.

 

 “Muitas vezes a mancha já está ali, escondida, esperando um gatilho. A inteligência artificial consegue mostrar isso antes”, explicou.

Apesar do avanço tecnológico, a médica faz questão de ressaltar que a IA deve atuar como apoio, e não substituição do profissional.

 

“Sou totalmente a favor da inteligência artificial como auxiliar do humano. Ela potencializa um bom profissional, mas não substitui a experiência clínica, o olhar médico e a capacidade de integrar tecnologia, exame e história do paciente”, conclui.

 

Veja: 

 

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