KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran/MT) abriu uma sindicância para apurar a participação de três servidores em um esquema fraudulento que vendia Carteiras Nacional de Habilitação (CNH), na cidade de Tapurah (433 km ao Norte de Cuiabá).
Por ordem da Justiça, sete pessoas já foram presas pela Polícia Civil, durante a Operação Palma de Ouro, realizada na segunda-feira (23). Os nomes dos acusados não foram revelados.
Além dos servidores, a proprietária de uma autoescola e instrutores também foram presos. Caso fique comprovada a participação de servidores na fraude na emissão de CNH, eles podem ser demitidos.
De acordo com informações da Polícia Civil, a operação foi deflagrada a partir da denúncia feita por um aluno que pagou R$ 2 mil de propina para uma autoescola de Tapurah. O pagamento seria para burlar os testes necessários para realizar a mudança do tipo de categoria da carteira.
O aluno gravou um vídeo mostrando os servidores Detran cobrando propina para realizarem a fraude. O candidato filmou o local onde deveria fazer a prova do exame para mudar a CNH de categoria. Também foi gravado a aprovação no teste prático de direção, sem que o rapaz entrasse no carro.
As imagens também mostram o dono da autoescola negociando com os servidores do Detran o pagamento de R$ 2 mil para a mudança da CNH de ‘B’ para ‘C’.
O delegado de Tapurah, Luiz Henrique de Oliveira, responsável pelo inquérito, contou que dinheiro solicitado foi depositado em uma conta bancária indicada pelo gerente. A transação foi realizada no dia 3 de abril. A investigação apontou ainda, que a conta seria da neta do gerente da autoescola. Para comprovar a fraude o aluno guardou o comprovante de depósito e o encaminhou à Polícia.
Segundo a Polícia Civil, as sete pessoas presas podem responder por crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, tráfico de influência, inserção de dados falsos em banco de dados da Administração Pública e formação de quadrilha.
As investigações mostram que o esquema era gerenciado pelo proprietário da autoeescola “Tapurah”, que intermediava junto a servidores públicos do Detran, da banca examinadora a “compra” da aprovação dos candidatos. “Também há sérios indícios de que alguns candidatos não estavam realizando as aulas práticas necessárias à aprendizagem de direção, mas mesmo assim eram relacionados para fazer o teste”, disse o delegado Luiz Henrique.
O Sindicato dos Servidores do Detran divulgou uma informando que não compactua com qualquer tipo de fraude, irregularidade, ou cobrança de propina em qualquer situação dentro do serviço publico ou privado, e principalmente dentro da autarquia.
A nota relata também que o sindicato exigiu que as denúncias sejam apuradas, para que não seja cometido nenhum tipo de injustiça.
Veja a nota do Sinetran/MT na íntegra:
O Sindicato dos Servidores do Detran-MT vem a público esclarecer que não compactua com qualquer tipo de fraude ou irregularidade, ou cobrança de propina em qualquer situação dentro do serviço publico ou privado, e principalmente dentro da autarquia.
Inclusive deixa bem claro que exige que todas as denúncias feitas sobre corrupção de servidores sejam apuradas com rigor para que haja o esclarecimento da suposta participação dos mesmos, a fim de que não seja cometido qualquer tipo de injustiça.
O Sindicato vai acompanhar toda a investigação até que os fatos sejam apurados e os reais culpados sejam devidamente punidos, e estará atento para que a categoria não seja discriminada de forma generalizada, já que é composta por trabalhadores honestos e responsáveis que procuram desenvolver suas funções à sociedade da melhor maneira possível.