Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
GOLPE DO CARTÃO
27.09.2012 | 10h45 Tamanho do texto A- A+

Vítimas de fraude não serão prejudicadas, diz Bradesco

Quadrilha faturou mais de R$ 1 milhão e lesou cerca de mil pessoas

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Polícia prende oito pessoas e recuperou 400 cartões, dos quais 178 ainda não haviam sido desbloqueados

Polícia prende oito pessoas e recuperou 400 cartões, dos quais 178 ainda não haviam sido desbloqueados

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
As vítimas do golpe milionário aplicado por uma quadrilha que contava com a participação de funcionários da Rede de Supermercados Modelo, em Cuiabá, não terão prejuízo financeiro, segundo informações do Banco Bradesco e da diretoria da empresa.

A quadrilha faturou mais de R$ 1 milhão, em apenas três meses, fraudando cartões de crédito que eram emitidos em parceria entre o Modelo e a Bradescard, empresa do banco Bradesco, com sede em São Paulo.

A Polícia Civil afirmou que mais de 1,1 mil pessoas foram vítimas do golpe, que consistia na emissão e uso de cartões em nome de pessoas escolhidas aleatoriamente no banco de dados do Serasa por um ex-comerciante, Edvaldo da Silva, 45, que chefiava o esquema – Leia mais AQUI.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco informou ao MidiaNews que todos os cartões que foram identificados como resultados da fraude foram cancelados e os saldos zerados, o que significa que não haverá prejuízo aos clientes e eles não terão seus nomes negativados.

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Oito pessoas foram presas em flagrante; 20 faziam parte do esquema

O Bradesco orienta os clientes que tiverem dúvidas ou que já souberem serem vítimas do esquema a ligarem para a central de atendimento do Bradescard, nos telefones 4004-1025 ou 0800-724-2510.

A Rede Modelo e a instituição financeira se recusaram a comentar sobre o prejuízo total e quem irá arcar com as despesas decorrentes do golpe.

Sem proteção


De acordo com o delegado do GCCO (Grupo de OCmbate ao Crime Organizado), da Polícia Judiciária Civil, Gianmarco Paccola Capoani, o esquema era simples e não havia uma forma de as vítimas se protegerem, uma vez que elas não precisavam ser clientes do mercado ou banco para terem seus nomes usados pelo bando.

Centenas de nomes eram selecionados no sistema da Serasa, coletados e usados pelos funcionários do mercado envolvidos no esquema para “fabricar” cadastros junto à instituição financeira.

De posse dos dados, os funcionários, ilegalmente, faziam a solicitação para aprovação da emissão de cartões de crédito junto à instituição financeira parceira da rede.

Os cartões eram, após aprovados, enviados para os supostos clientes, em endereços envolvidos no esquema.

Segundo Paccola, cerca de 400 cartões foram apreendidos durante a operação, que ganhou o nome de “Sete Erros”, em referência ao número de endereços falsos utilizados pela quadrilha para concentrar o recebimento dos cartões.

Destes, 178 estavam ainda bloqueados, o que evitou um prejuízo maior, estimado em R$ 600 mil.

Participação de comerciantes


De acordo com a GCCO, há comerciantes envolvidos no esquema, uma vez que eles emprestavam as máquinas de cartões de crédito dos estabelecimentos para auxiliar no “estouro” dos cartões, em troca de uma porcentagem maior da venda – que, na verdade, não era feita –, trocando por dinheiro vivo.

Thiago Bergamasco/MidiaNews

Quadrilha passava os cartões no comércio local, com anuência de proprietários

Os cartões também eram utilizados para compras ilegais pela cidade.

A GCCO vai acionar a Sefaz (Secretaria de Fazenda), para agir nos locais onde os cartões eram usados com a conivência dos comerciantes, por se tratar de crimes contra a ordem tributária.

Quadrilha


No total, a Polícia identificou 20 pessoas que integravam a quadrilha, mas não descarta a participação de mais pessoas. Seis delas foram indiciadas – entre elas, quatro funcionários do Modelo – e oito foram presas em flagrante.

Eles deverão responder pelos crimes de formação de quadrilha ou bando, falsidade ideológica e estelionato, que somam penas de até 11 anos de reclusão.

Os presos foram encaminhados ao CRC (Centro de Ressocialização de Cuiabá – antigo Presídio do Carumbé) e à Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May.

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