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27.07.2025 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

"É triste ouvir que para vencer na arte tem que ir embora daqui"

Cineasta Bruno Bini dirigiu "Cinco Tipos de Medo", que foi selecionado na mostra principal de Gramado

Victor Ostetti/MidiaNews

O cineasta Bruno Bini, que está na mostra competitiva do Festival de Cinema de Gramado

O cineasta Bruno Bini, que está na mostra competitiva do Festival de Cinema de Gramado

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

Com sete curtas-metragens e dois longas produzidos na carreira, o cineasta cuiabano Bruno Bini é o nome por trás de "Cinco Tipos de Medo", primeiro longa-metragem mato-grossense a concorrer na mostra competitiva do Festival de Cinema de Gramado, o mais importante do Brasil e um dos mais relevantes do continente.

É entristecedor ouvir que, para você acontecer na arte, na cultura, precisa ir embora daqui

 

Para o cineasta, o cinema mato-grossense vive um momento de crescimento e apresenta grande potencial de desenvolvimento.

 

Bruno destaca a importância do financiamento e de incentivos públicos à cultura, especialmente para viabilizar a realização de obras regionais. 

 

“É entristecedor ouvir que, para você acontecer na arte, na cultura, precisa ir embora daqui. Precisa sair de Cuiabá, sair de Mato Grosso, ir para São Paulo, para o Rio... Eu não acredito tanto nisso. Acho que é possível, sim, executar projetos em outros lugares, mas mantendo a sua base aqui”.

 

Ainda segundo o cineasta, o investimento no cinema regional tem alto potencial de retorno e é capaz de beneficiar diversas áreas da economia.

 

‘Para cada R$ 1 investido na economia criativa, alguns estudos apontam que mais de R$ 2 voltam para a economia onde ela está inserida”, calcula.

  

Durante a conversa com o MidiaNews, Bini falou ainda sobre a expectativa com Gramado, que acontece de 13 a 23 de agosto, sua evolução no audiovisual e a felicidade de ter trabalhado com elenco mato-grossense em seu filme.

 

Leia os principais trechos da entrevista:

 

 

MidiaNews - "Cinco Tipos de Medo" foi o primeiro longa-mato-grossense a ser selecionado para concorrer ao Festival de Cinema de Gramado, que é uma mostra supercompetitiva, uma das maiores da América Latina. Qual foi a sua sensação ao ver sua obra selecionada?

 

Bruno Bini -  A felicidade é grande. Eu entendo a dimensão do festival, do que Gramado representa para o cinema brasileiro. Como plataforma para grandes filmes, como vitrine para talentos do Brasil inteiro e eu sentia muito que estava faltando Mato Grosso lá. A gente está aqui há algum tempo trabalhando, e os talentos mato-grossenses estão produzindo bons filmes.

 

Fiquei muito feliz, em boa parte, por isso, por estar abrindo e ocupando um espaço que eu considero que é importante a gente ocupar enquanto realizador regional. Fico feliz em estar lá, com essa compreensão e também com a compreensão de que, como você disse, é um lugar privilegiado, uma competição muito difícil, uma seleção muito difícil.  Então, entendo o tamanho dessa seleção, por isso eu já estou muito feliz.


MidiaNews - E justamente por ser uma seleção difícil, foram 140 filmes inscritos. Vocês esperavam ter esse resultado?


Bruno Bini -  A gente tem esperança. Esperar no sentido de ter esperança, de querer estar lá. Mas foi uma surpresa boa.  Acho que a gente se esforçou muito, para fazer o melhor filme que a gente poderia fazer dentro das condições que a gente tinha.


Eu sabia que a gente tinha reunido uma equipe especial, um elenco especial. Então eu acreditava que essa história poderia chamar a atenção, sim. Mas de qualquer forma, por não ser o meu primeiro filme, por já ter tido, essa coisa de “poxa, quero entrar, vou entrar” e tal, e ter passado por algumas frustrações, que são normais também, eu tentei manter a expectativa dentro da média. Mas ficamos muito felizes com a seleção.

 

MidiaNews – Esse não é seu primeiro longa. Com o tempo vai se adquirindo experiência, vai se consertando algumas coisinhas. Acredita que com experiência adquirida, "Cinco Tipos de Medo" é seu melhor filme?

 

Bruno Bini - Acho que a gente evolui enquanto realizador. É natural, a gente vai exercitando e a gente vai aprendendo cada vez mais. Acho que estou no início da minha carreira ainda, apesar de não ser mais um jovenzinho. Mas eu ainda enxergo, sabe, uma estrada pela frente e quero continuar produzindo, e produzindo muito.


Mas com certeza, "Cinco Tipos de Medo" é um filme onde o processo de produção me permitiu, acredito, abordar a história de uma maneira mais madura. Tomar decisões já com um repertório técnico e artístico que me ajudou muito. Eu acho que produzir audiovisual, dirigir um filme, tem muito de solucionar problemas. Sinto que, nesse processo, eu estava mais preparado e isso se reflete no resultado, com certeza.

 

 

 

MidiaNews-  Você foi premiado nesta edição Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá. Como é para você esse reconhecimento em uma premiação local?

 

Bruno Bini - É especial pra mim, por esse filme. O "Reagente" foi um filme que a gente lançou no ano passado. Não exibimos aqui. Ele foi para outros festivais, no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e recebeu alguns prêmios. E eu queria muito ter a possibilidade de trazer ele pra cá, porque é uma história nossa, é uma história cuiabana,  mato-grossense ao mesmo tempo em que é uma história mundial, universal, vamos dizer assim.


Mas tem um gostinho especial você passar em casa o filme. Eu fiquei feliz com a seleção e mais feliz ainda com o prêmio. Foi realmente uma surpresa. Foi incrível. Eu encontrei com duas pessoas do júri que passaram e comentaram: "Nossa, a seleção foi tão difícil.  É sempre um drama, sempre tão difícil escolher" e eu já entendi que elas estavam me dando uma dica de que não ganhou nada e quando anunciaram, eu fiquei muito feliz, muito surpreso, fiquei até meio sem jeito, mas muito feliz de estar passando o filme aqui e recebendo esse prêmio.


Em especial pela história, pela equipe que a gente conseguiu reunir. Eu acho que a gente precisa ver nossas histórias. A gente precisa trazer para o público ver aqui.

 

MidiaNews - Você teve a oportunidade de ver algum filme?


Bruno Bini – Sim. Quando o festival é em casa, a gente não aproveita tanto quanto quando você viaja para mostrar o filme. Aí você vive mais o festival, você fica por conta do festival. Aqui, eu estava filmando até quarta-feira. Eu cheguei na quinta de  manhã, o filme passou à noite. Na sexta eu tive um compromisso. No sábado eu tive um compromisso e aí consegui ir na premiação.


Mas eu adorei a seleção. Acho que é uma seleção muito forte. Os filmes que passaram junto com O Reagente no mesmo dia são incríveis. Incríveis mesmo. Um deles também está selecionado para Gramado, outro curta-metragem. Gostei muito da curadoria. Acho que foi uma seleção bastante interessante.


MidiaNews - O que você acha que falta para Mato Grosso ser um polo do cinema nacional?

 

Bruno Bini - Eu acho que é investimento e oportunidade. A gente tem talentos aqui. A gente tem artistas competentes, boas histórias. A gente tem atributos naturais. Mato Grosso é um set. Tem três biomas aqui dentro. A diversidade de histórias que podem ser contadas aqui... Se você tem uma história que se passa num ambiente, em um universo urbano, nós temos. Na natureza, a gente tem belezas naturais. Eu já filmei em tanto lugar, eu sei que o Mato Grosso tem esse potencial.


E, em um espaço pequeno, curto, a gente tem visto novos talentos surgirem, a gente tem visto novas produções com apuro técnico, com qualidade, com histórias interessantes. E isso se deve a um olhar sensível por parte da gestão pública, porque o cinema no Brasil não acontece sem investimento público. É preciso ter, executar e fortalecer políticas públicas que permitam que as histórias sejam contadas, que esses filmes sejam produzidos. Porque dá retorno, a gente tem visto que vale a pena.

 


MidiaNews – Há um tempo atrás o Marcelo Biss esteve aqui e ele falou  algo mais ou menos nessa linha: Mato Grosso tem um cenário muito rico e essas produções giram a economia local, afirmado que em torno de 10 anos o Estado pode se tornar um polo. Você acredita que esse tempo é possível?

 

Bruno Bini - É difícil mencionar, não quero cravar uma data, mas eu sinto que a gente está numa curva de ascensão e é um fortalecimento contínuo que vai garantir que a gente consolide. É a realização de bons filmes, que esses filmes performem bem nos festivais, comercialmente. Porque é entristecedor ouvir que, pra você acontecer na arte, na cultura, você precisa ir embora daqui. Você precisa ir embora de Cuiabá, embora de Mato Grosso, tem que ir para São Paulo, tem que ir para o Rio, e tal.

Eu não acredito tanto nisso, eu acho que é possível até executar projetos em outros lugares, mas mantendo a sua base. Quero seguir sendo um realizador mato-grossense. Acredito que essa questão da consolidação de Mato Grosso como um mercado de audiovisual passa por várias variáveis. Entre elas, o talento dos realizadores, um investimento em formação é importantíssimo. O talento não basta. É uma área muito técnica. Falam: “Ah, que cinema é cultura, é arte - então é só inspiração". Não. É uma área muito técnica, você precisa saber como funciona um set para poder performar de maneira eficiente dentro desse set.

Como diretor, para mim é importante saber um pouco de fotografia, saber de montagem, saber de atuação — porque eu vou dirigir os atores — entender de figurino, de maquiagem, e tudo isso ainda tomando decisões executivas de acordo com o plano de filmagem. Quanto tempo eu levo para rodar essa cena se ela for decupada? Quanto tempo eu levo se ela for um plano-sequência? Essas decisões que envolvem logística e arte, e estrutura, é um fazer bastante técnico e por isso a gente precisa não só oferecer recurso para que as pessoas realizem, mas também olhar para a formação, para o fortalecimento desses profissionais enquanto executores dessa técnica.


São várias variáveis, mas a maioria delas passa por um olhar sensível e uma garantia de investimentos. Ontem [no Festival de Cinema] a gente teve uma notícia ótima: vai ter um novo edital de arranjos regionais. O secretário-adjunto da Secel, Jean Moura, falou sobre o investimento que vai ser disponibilizado e também falou que, para o ano que vem, o Festival do Cinema já tem o seu orçamento garantido. É isso, é isso: é o olhar sensível, é a compreensão de que a economia criativa é economicamente viável e muito interessante economicamente.

 

Para cada R$ 1 investido na economia criativa, alguns estudos apontam que mais de R$ 2 voltam para a economia onde ela está inserida. Hoje, a indústria do audiovisual está maior do que a indústria farmacêutica no Brasil, por exemplo. Eu só consigo enxergar argumentos positivos para que o investimento seja garantido e consolidado cada vez mais.

 

 

MidiaNews – Já que o festival de Cinema de Mato Grosso está garantido para o ano que vem, qual a importância dos festivais locais?


Bruno Bini -  Eu vejo como fundamental. Eu nasci como realizador dentro do Festival de Cinema de Cuiabá. Quando ainda era mostra, se tornou festival, hoje é chamado de Cinemato. Eu vejo como um lugar para que você não só exiba seus filmes, suas produções, em que as pessoas vão para se contaminar pelo cinema, pelo audiovisual.


Antes de experimentar um vídeo ou um filme, produzir um vídeo ou um filme, achava que tudo estava muito distante.  Eu via o cinema, aquela telona, coisa mágica e tudo mais, era quase mágico, realmente. Achava que era algo quase inalcançável.

E aí eu fui trabalhar como estagiário na Mostra do Cinema e comecei a entender que o cinema, como qualquer atividade profissional, atividade econômica, é realizado por pessoas de carne e osso, por técnicos. Comecei a quebrar essa percepção de que era uma coisa impossível para mim. De repente, eu me via conversando com o Beto Brant, com a Tata Amaral, grandes diretores do cinema brasileiro. E quando eu falo de se contaminar, é isso: De você ir, consumir o conteúdo audiovisual brasileiro, ver o que está sendo feito — tem muita coisa boa, incrível. E ter essa troca com as pessoas que fazem cinema, pode ser um diretor.


Um dos caras que teve um papel importantíssimo na minha carreira foi o Toni Venturi, que faleceu. O meu primeiro filme eu montei, foi na produtora dele, em São Paulo. A primeira vez que eu pisei num set de filmagem foi num filme do Toni Venturi, que ele veio filmar aqui em Mato Grosso.

 

Essa coisa da troca, do intercâmbio, da ajuda mútua é muito real quando a gente está falando do segmento de audiovisual. Então, o festival serve para isso: para servir como um catalisador de contato com filmes, mas também um catalisador de contato entre as pessoas que fazem e vivem o cinema.


MidiaNews - Desde o seu primeiro projeto você possui dois longas e sete curtas. Como é seu processo criativo para a produção e criação de suas obras? Como avalia seu desempenho e crescimento?

 

Bruno Bini - Essa é uma pergunta interessantíssima e essa é uma pergunta que eu tenho muita dificuldade em responder, porque eu não consigo identificar um padrão. Geralmente, eu escolho histórias que eu gostaria de ver. Faço filmes que eu gostaria de assistir. Mas, em especial, no início, quando eu estava fazendo, eu tentei experimentar o máximo possível. O meu primeiro filme, foi um thriller com humor negro. O segundo foi uma comédia romântica. Depois, um curta de coincidências, bem urbano, não linear com alguma coisa de crime também, quase um heist. Pouco a pouco, fui entendendo as nuances que cada um desses estilos pede, experimentando.


Os curtas foram um grande laboratório para mim. E serviram para que quando eu fui para o meu primeiro longa, eu estivesse preparado, eu estivesse pronto para tomar as decisões que eu precisava tomar. Mas, geralmente, eu escolhi histórias que me instigam, histórias que me interessam ou pelo apelo que elas possam ter junto ao público ou pela importância temática também.

Victor Ostetti/MidiaNews

Bruno Bini

 


Recentemente, eu tenho apostado em filmes e narrativas que conversam muito mais com questões essenciais da nossa sociedade. Acho que eles trazem coisas que eu carrego desde o meu primeiro filme, que talvez possam ser chamadas de um estilo que eu tenho, em especial, uma estrutura linear ou não linear do tempo no filme, mas é uma pergunta difícil de responder.

 

MidiaNews- "Cinco Tipos de Medo" é uma extensão do curta “Três Tipos de Medo”. O curta serviu como base para ver o que dá certo e evoluir para um longa?

 

Bruno Bini - Com certeza. Muitos longas vêm de experimentações em curta-metragem. Eu queria contar essa história. Ela parte de um de um acontecimento real aqui na capital mato-grossense, e o curta com certeza serviu para dar o primeiro passo dentro desse universo que eu estava criando e perceber o potencial da história e o nível de interesse do público nela.


O Três Tipos de Medo performou muito bem em festivais, ele ganhou prêmios importantes e serviu como argumento: “Olha, eu fiz esse pedaço da história aqui, funcionou, deu certo, o resultado é esse e tal. Agora eu quero expandir.” Isso com certeza — essa carreira do curta — ajudou a viabilizar o levantamento de recursos e colocar a produção de pé para  Cinco Tipos de Medo.


MidiaNews - E o que a gente pode esperar de diferente em "Cinco Tipos de Medo" em relação a "Os Três Tipos de Medo"?


Bruno Bini - Os "Três Tipos de Medo" é um filme limitado à duração dele. Ele tem coisas em comum, mas eu considero "Cinco Tipos de Medo" um filme com um mergulho muito mais profundo no universo desses personagens. Acho que, se alguém assistiu "Três Tipos de Medo" pode assistir "Cinco Tipos de Medo" tranquilo que não vai ter sua experiência comprometida. Pela duração, pelas decisões criativas que a gente tomou, são filmes que não se anulam. Na verdade, eles se complementam.

 

MidiaNews - Quando o cuiabano vai poder assistir a “Cinco Tipos de Medo”?

 

Bruno Bini - Eu ainda não sei. Ele vai para o Festival de Gramado, vai para outros festivais ainda, e aí tem um lançamento em cinema. Esse lançamento de cinema deve, com certeza, contemplar as salas aqui em Cuiabá e aí sim a gente deve fazer uma premier específica aqui, especial. É uma coisa que eu quero muito.


E, eu espero que as pessoas vão ao cinema porque é a melhor forma de você experimentar o filme: na telona, em uma sala com som em 5.1, surround. É a melhor maneira, eu acho, de experimentar essa história que a gente fez com tanto carinho, com tanto apuro técnico. Eu sei que tem as plataformas, que as pessoas assistem hoje em celulares e tudo mais, no tablet pequenininho. Mas dá um quentinho no coração quando elas vão à sala de cinema.

 

MidiaNews - Essa é a primeira vez que um longa mato-grossense está concorrendo ao Kikito, que é um dos maiores prêmios da América do Sul. Acha que a participação do seu filme na mostra competitiva pode ajudar a elevar o patamar do audiovisual mato-grossense?

 

Bruno Bini - Eu acho que pode de alguma forma, trazer um olhar do público e do mercado com um pouco mais de interesse para Mato Grosso, dizendo: “Opa, tem coisa interessante sendo feita lá, tem boas histórias.” Eu acho que é mais nesse sentido. A gente está desbravando muita coisa. A gente está literalmente fazendo o caminho inverso do que se fez quando houve o êxodo para Mato Grosso. A gente quer fazer o caminho inverso: quer sair daqui para o resto do Brasil, para o resto do mundo.

 

Neste sentido toda seleção importante de filmes daqui, toda premiação, todo bom resultado, a gente comemora com muita alegria, porque sabe que a gente está mudando um pouco, atraindo o olhar do público, atraindo o olhar do setor audiovisual, pra cá. E isso é muito interessante e necessário.

 

 

 

MidiaNews - O elenco é um elenco de peso, mas uma das protagonistas é a mato-grossense, cuiabana, Bella Campos. Como é que é, pra você, trabalhar com uma conterrânea num filme que se passa em Cuiabá?

 

Bruno Bini - Pra mim é incrível. Foi uma felicidade.  A gente fez uma seleção de elenco com bastante cuidado e a Bella foi convidada porque eu enxergava que ela era a atriz certa para o papel. Foi incrível, foi especial. Essa coisa dela ser cuiabana, sabe, ajudou na composição da personagem, ajudou no processo criativo e, ao mesmo tempo, foi especial porque eu via que ela estava muito feliz aqui. E a gente estava muito feliz de ter ela e ela falava: “Eu vou usar o meu sotaque”, porque na novela ela usa sotaque carioca e tal. Então tem essa questão, sabe, carinhosa envolvida nesse processo artístico, que tornou tudo um pouco mais especial.

Victor Ostetti/MidiaNews

Bruno Bini

 


Eu tô doido pra que as pessoas vejam o que ela fez nesse filme, porque foi incrível. O resultado que a gente vê na tela é especial e pra gente que é daqui, pra gente que é cuiabano, a gente vai ver com um gostinho a mais, entendeu? A gente tem nesse filme, de certa maneira, a gente tem contemplação de muita coisa da cuiabanidade, da nossa realidade e dentro da pluralidade do universo humano que a gente tem aqui.

 

Mas eu queria apontar que além da Bela, a gente tem vários artistas locais que participaram, como a Eloá, a Dai Brasil, o Thiago Mourão, a Amauri Tangará e mais tanta gente. Tantos outros artistas. Alguns eu já conhecia, outros eu descobri no decorrer do  processo. E isso é, pra mim, muito especial. Eu gostaria muito, sabe, que os meus filmes servissem como plataforma para o talento de tanta gente talentosa que a gente tem aqui. E eu acho que "Cinco Tipos de Medo" com certeza cumpre esse papel. Acho que a gente tem um registro muito interessante da nossa pluralidade cultural e artística aqui.

 

MidiaNews – Já possui alguma outra obra em mente para começar a produção?

 

Bruno Bini -  Sim, a gente está no processo de captação do próximo longa, que chama “Três Tempos”. É uma história de ficção científica. Eu estou em desenvolvimento de um outro longa chamado “Antes que a Música Pare”, é um drama policial investigativo e ainda pensando o tempo todo. As ideias estão aí e a gente vai organizando e tentando materializá-las.

 

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