MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
Tanto em Cuiabá, como em Várzea Grande, houve uma queda significativa nos índices de furtos e roubos praticados nas duas cidades.
O levantamento foi realizado pela Diretoria de Estatística Criminal da Polícia Civil de Mato Grosso, com base nos boletins de ocorrências (BOs) que foram registrados de janeiro a julho deste ano. O estudo também aponta que a prática dos delitos caiu de forma brusca nos últimos três anos.
"Quatrocentos roubos por mês é uma média dentro dos limites aceitáveis. É claro que queremos melhorar ainda mais esse número"
Em Cuiabá, no ano de 2011, ocorreu 3.558 mil roubos de janeiro a julho. Já em 2013, no mesmo período, os BOs registraram 2.301 roubos, o que representa uma queda de mais de 50% na criminalidade.
As ocorrências de furto seguiram o mesmo ritmo. De 2011 para cá, também houve uma diminuição de 2 mil delitos.
O delegado titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá, Roberto Amorim, afirmou que a redução da criminalidade é “excelente”, principalmente se for levando em conta a população da região metropolitana de Cuiabá.
"Quatrocentos roubos por mês é uma média dentro dos limites aceitáveis. É claro que queremos melhorar ainda mais esse número. O ideal seria que houvesse o mínimo de roubos e furtos em Cuiabá", disse.
Amorim atribuiu a redução da criminalidade ao fortalecimento do Núcleo de Inteligência da Delegacia de Roubos e Furtos.
“No ano passado, o transporte coletivo representava 19% das estatísticas de roubos em Cuiabá. A partir disso, colocamos agentes disfarçados nos coletivos para detectar os assaltantes e, assim, desbaratar as quadrilhas. O resultado desse trabalho de inteligência é que os roubos em ônibus ficaram mínimos, e nem aparecem mais nas estatísticas”, explicou.
Ele também atribuiu a redução em razão da troca do dinheiro pelo Cartão Transporte na hora dos usuários pagarem a passagens. “Realmente acaba tirando o emprego de muita gente. Mas eu acredito que o maior patrimônio nosso seja a vida”, destacou.
Outro fator crucial para a queda foi à reativação da sede da delegacia de roubos e furtos, que hoje se encontra no bairro Verdão. O delegado explicou que antes o trabalho era feito apenas dentro dos CISCs (Centro Integrado de Segurança e Cidadania).
“Com a centralização das atividades em uma unidade específica, as investigações de roubos e furtos ficaram mais qualificadas", disse Amorim.
Roubos e furtos nas vias públicas
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MidiaNews
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As estatísticas também mostraram que as vias públicas são os espaços onde os delitos ocorrem com mais frequência. Neste ano, 57% dos roubos ocorreram em vias públicas. O período das infrações ocorreu de janeiro até o mês passado. Os roubos em residências aparecem em segundo lugar, com 17% das ocorrências.
De acordo com Amorim, os roubos e furtos acontecem com mais frequência em vias públicas porque são lugares onde se concentra um maior número de pessoas. Nisso, os objetos mais comuns são bolsas e celulares.
"As pessoas costumam se distrair e deixar bolsas e celulares em cima das mesas, ou no interior dos veículos, quando os objetos ficam muito expostos", citou.
Os dados indicam que a terça-feira é o dia em que acontece o maior número de roubos. No período de janeiro a julho deste ano, houve o registro de 965 roubos na Capital.
Roubos por bairros
As estatísticas revelam que o bairro Morada da Serra é a região onde mais acontece roubos em Cuiabá. O motivo, segundo Amorim, é a grande concentração de pessoas em um mesmo lugar. O delegado destacou que só no CPA, bairro próximo ao Morada da Serra, há pelo menos "150 mil habitantes".
A região Centro Norte da capital aparece em segundo lugar nas estatísticas. De janeiro a julho ouve 183 roubos na região. O tradicional bairro do Porto aparece em terceiro com 69 roubos.
O bairro Goiabeiras, região nobre da Capital, também aparece como um dos principais alvos dos criminosos, com 39 ocorrências.
Já em Várzea Grande, o maior número de ocorrências está concentrado no centro da cidade. Nos últimos sete meses houve 151 roubos na região central.
Em segundo lugar vem o bairro Cristo Rei (105), acompanhado do Jardim Glória (82) e São Mateus (56). Outro bairro que se destaca no levantamento é o Jardim Aeroporto, com 31 roubos.
Amorim entende que os roubos e furtos poderiam diminuir ainda mais, se o trabalho preventivo fosse reforçado. "Isso significa mais policiais atuando nas ruas e nas zonas de maior incidência", completou.
Falta de investigadores
O delegado afirmou que a estrutura física da Delegacia de Roubos e Furtos está em "ótimas condições". "O que precisamos mesmo é de mais investigadores", salientou.
Ele também disse que a falta de demanda já foi relatada ao Diretor Geral da Polícia Civil, o delegado Anderson Garcia e o Diretor Metropolitano de Cuiabá, Eduardo Canavarros. "As autoridades competentes estão cientes do problema", afirmou.
Disque denúncia (197)
O delegado também ressalta que a população começou a denunciar mais os casos de roubos e furtos. Segundo Amorim, o aumento no registro de Boletins de Ocorrência tornou o trabalho da Polícia Civil mais efetivo.
“Fazer a denúncia através do 197 é fundamental para o trabalho da polícia. No ato da denúncia a identidade da pessoa é mantida em absoluto sigilo”, salientou.
Amorim também pediu para que as pessoas procurem mais as delegacias de roubos e furtos na hora de registrar os boletins de ocorrência. “A resposta para resolver o crime é muito mais rápida do que a pessoa registrar a ocorrência em uma base da Polícia Militar”, acrescentou.
