Mensagens de ex-alunos

A morte da professora Fernanda Brum Lopes, de 47 anos, em decorrência de um infarto fulminante, na terça-feira (17), deixou familiares, alunos e colegas estarrecidos.
Apaixonada por Geografia, Fernanda era casada, mãe de um rapaz de 18 anos e lecionava na rede privada e pública há 15 anos. Ela ainda comemorava a recém-entrada do filho e do marido na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).
Ao MidiaNews, a psicóloga Flávia Brum, irmã da educadora, contou que Fernanda não tinha nenhuma predisposição genética ou havia sido alertada sobre possíveis doenças cardíacas. Por isso, o choque ao receber a notícia foi grande.
Quando passou mal em sala de aula, na manhã de terça, Fernanda foi levada pela coordenadora da Escola Estadual Benedito de Carvalho, no bairro Morada do Ouro, para a UPA.
Sem saber o que estava acontecendo, o marido de Fernanda suspeitou que ela tivesse sofrendo uma crise de ansiedade e avisou Flávia. Porém, sete minutos depois, ele ligou para a cunhada informando sobre a morte.
“Ela não tinha nada que pudesse levar a gente a entender o que aconteceu. Não fumava, estava cuidando da saúde, fazia caminhada, procurava comer coisas saudáveis. Foi um choque total, porque na família a gente nunca teve caso de pessoas infartando”, diz Flávia.
Na última vez em que se viram, no sábado (14), Fernanda foi até a casa da irmã para comemorar o aniversário de 13 anos da sobrinha. “A gente chamou só a família, pediu uma pizza. Ela veio e comeu com a gente… Riu”.
Já na segunda-feira (16) à noite, as irmãs conversaram pela última vez, ocasião em que Fernanda procurou ajuda para familiares do marido, que estavam lidando com luto. Segundo Flávia, a prática de zelar pela família era uma das melhores qualidades da professora.
“O meu pai faleceu há 16 anos, e a gente que cuidava da minha mãe. Eu, ela e o meu irmão mais velho, todo mês, a gente transferia dinheiro para pagar as contas da minha mãe, e todo domingo ela chamava minha mãe para ir na casa dela”, conta Flávia.
Arquivo pessoal
Fernanda (esq) ao lado de sua sobrinha-afilhada, mãe e irmã, no último sábado (14)
“Todo mundo gostava muito dela. Você pode conversar com qualquer aluno, qualquer pessoa que foi aluna dela. Eles vão falar o quanto ela era incrível, uma pessoa maravilhosa, que adorava dar aula”.
“Ela terminou o mestrado tem pouquíssimo tempo. Foi a primeira da turma a apresentar o trabalho e a concluir. Ela era apaixonada por Geografia, dedicada na escola, era o meu exemplo. Cresci vendo ela… Era o padrão de pessoa que eu queria ser”, completa.
Flávia contou que a irmã ainda era a ponderadora da família e buscava sempre fazer com que os irmãos tratassem a mãe idosa com mais paciência. A psicóloga lembrou que Fernanda dizia que precisavam aproveitar o tempo restante com a mãe da melhor forma.
“Ela era minha confidente. Sempre falava: ‘Vai com calma com a mãe, porque a mãe já tem 78 anos. A gente não sabe quanto tempo a gente ainda vai ter perto dela’. E no final, a gente não sabia o pouco tempo que a gente ainda tinha com ela”.
Fernanda atualmente lecionava na Escola do Farina e na Escola Estadual Benedito de Carvalho nos anos do Ensino Médio. Os anos de trabalho fizeram com que muitos alunos, ex-alunos e pais de estudantes comparecessem no velório da educadora.
Além da presença, a família de Fernanda também recebeu muitas mensagens de carinho e pesar pela partida repentina da professora.
“Ela já foi professora do ICE [Instituto Cuiabano de Educação], do Plural, e estava no Farina e no Estado. Quando recebia cartinhas, ela mandava foto para a gente, tinha tanto orgulho dos alunos. Ela era uma pessoa simples e de um coração imenso. Imenso”.
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