Cuiabá, Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025
"ESTÁ SENDO EMBOSCADO"
21.05.2024 | 16h24 Tamanho do texto A- A+

Vídeo mostra policiais chegando em hangar onde idoso foi morto

Disparo que matou João Antônio Pinto, de 87 anos, foi feito a pelo menos 12 metros de distância

Repórter MT

Momento em que os policiais entram no hangar onde estava João Antônio Pinto (detalhe)

Momento em que os policiais entram no hangar onde estava João Antônio Pinto (detalhe)

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

“Ele está sendo emboscado”, diz um homem em um vídeo que mostra parte da ação da Polícia Civil antes e durante a abordagem que terminou com a morte do pioneiro João Antônio Pinto, de 87 anos, em 23 de fevereiro em Cuiabá. 

Jeovanio já fez um disparo, está tentando revidar com o pessoal, a Polícia está atirando. Vamos ver o que vai acontecer. Ele está sendo emboscado

 

Seu João foi morto pelo policial civil Jeovanio Vidal Griebel no hangar de sua propriedade, na região do Contorno Leste, no Bairro Jardim Imperial. 

 

Jeovanio foi acionado pelo cunhado Elmar Soares Inácio, com quem seu João teria um litígio fundiário, e em uma viatura descaracterizada e sem mandado, ele foi até a propriedade com outros cinco colegas. 

 

O vídeo é feito por um homem não identificado que, pelas sua narração, teria sido intimidado por João momentos antes. Ele está em um carro que segue outras duas viaturas descaracterizadas. 

 

O homem primeiro mostra a estrada e sinaliza: “Aqui é a suposta pista de avião dele, estamos aqui dentro da fazenda dele”, diz no registro publicado pelo site Repórter MT

 

“A pessoa não pode chegar intimidando ninguém assim por conta própria. [...] Vamos ver qual é a jogada dele, vamos ver o que ele vai dizer sobre a abordagem que ele fez com a gente lá”, afirma o homem. 

 

“Aqui é o acampamento do seu João Pinto, onde ficam os pistoleiros dele. Hoje ele quis nos abordar, tentando nos intimidar com a pistola lá no terreno. Agora a Polícia Civil está indo recolher a arma dele, saber se ele está legalmente amparado pela lei ou não”, afirma. 

 

Segundo a família do idoso, a equipe revistada pelos policiais não seriam pistoleiros e, sim, de seguranças armados contratados após as primeiras invasões na terra e as ameaças de morte. 

 

“Ali os guachélas dele estão sendo revistados e aqui está o pessoal da Polícia Civil”, diz o homem sobre os dois veículos estacionados à frente dele. 

 

Em outro trecho da filmagem, é possível ver as viaturas descaracterizadas já estacionadas no gramado, em frente ao hangar em que a vítima foi morta. Os policiais já estavam fora do veículo e com a arma em punho. 

 

O homem segue registrando e narrando a cena. “Jeovanio já fez um disparo, está tentando revidar com o pessoal, a Polícia está atirando. Vamos ver o que vai acontecer. Ele está sendo emboscado”, continua o homem. 


Nesse momento, é possível ver os cinco policiais em formação, cercando o hangar em que está apenas a vítima e um funcionário dele. 

 

Um dos laudos da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) apontou que o atirador que matou o pioneiro estava a pelo menos 12 metros de distância da vítima e fora do hangar em que o corpo foi encontrado. 

 

O homem segue afirmando que o pioneiro “enfrentou a Polícia”, mas o registro não mostra sequer sinal de tal reação por parte da vítima. 

 

“Ele vai ser abordado nesse momento, seu João Pinto, confrontando a Polícia isso é para vocês verem o homem que quer ser titularizado dono dessa área, é um homem perigoso”, finaliza o homem no registro. 


Conforme as escrituras cuidadosamente guardadas pela família, foi em 1968 que João Pinto adquiriu a chácara no Contorno Leste. A área começou a ser invadida em 28 de janeiro de 2023 e a família registrou diversos boletins de ocorrência denunciando o caso. 

 

No dia em que foi morto, o idoso passou pela propriedade antes de voltar para casa para festejar o aniversário da esposa. No caminho, teria se desentendido com um possível invasor, Elmar.

 

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