Família do RS procura idoso que sumiu há um mês em Cuiabá

O aposentado Alziro Gonçalves Neto, de 78 anos, morador do Bairro Tijucal, está desaparecido há um mês, e a família busca qualquer informação que possa levar ao seu paradeiro.

Estamos todos muito aflitos e nos sentindo impotentes. Já são muitos dias desde o desaparecimento e as esperanças vão diminuindo a cada dia

Segundo Simone Gonçalves, de 53 anos, essa é a primeira vez que ficam tanto tempo sem notícias do pai.

“Quando ele perdeu o telefone, ficou um tempo sem ligar, mas sempre tínhamos notícias através da proprietária do quarto que ele aluga, que mora no mesmo terreno”, disse.

“Estamos todos muito aflitos e nos sentindo impotentes. Já são muitos dias desde o desaparecimento e as esperanças vão diminuindo a cada dia”, completou.

Pelas informações que chegaram à família, Alziro saiu de casa na manhã do dia 11 de setembro, um pouco mais cedo do que de costume. Nesse dia, ele foi ao posto de saúde do bairro para tratar de um ferimento no braço.

“Soubemos que ele tomou café em uma conveniência que frequentava rotineiramente e, depois disso, ninguém sabe informar para onde ele foi. Ele não retornou para casa naquela noite”, contou.

“Também não apareceu mais no Restaurante Popular, onde é bem conhecido e almoçava diariamente. Ele não levou nada além da roupa do corpo, documentos e telefone”, disse.

O aparelho celular de Alziro, segundo Simone, está desligado e cai direto na caixa postal.

Com exceção de um casal de sobrinhos que vive em Tangará da Serra, a maior parte da família mora em Caxias do Sul (RS).

Arquivo Pessoal

Último registro que a família tem de Alziro

“Quando tivemos a notícia do desaparecimento, começamos a procurar nos locais onde sabíamos que ele costumava frequentar. Como moramos longe, tivemos ajuda de pessoas muito especiais”, afirmou.

Depois de procurar pela vizinhança, no Restaurante Popular que ele sempre frequentava, nos postos de saúde do bairro, hospitais e no IML, a família registrou um boletim de ocorrência.

“Após isso, foi feito o registro do desaparecimento junto à Polícia Civil, que intensificou as buscas. Infelizmente, até o momento, não há nenhuma pista de seu paradeiro”, disse a filha.

Amor por Cuiabá

Simone conta que Alziro deixou a família no Rio Grande do Sul e se mudou para Cuiabá em 2001. Na época, ele morou no Tijucal, bairro onde sua irmã, hoje falecida, vivia. Ele se estabeleceu no bairro e foi proprietário de um bar até 2010. Com a saúde debilitada, voltou ao Rio Grande do Sul, onde morou até 2019.

“Nesse período, ele tratou da saúde, recebeu um implante de marcapasso e começou a receber sua aposentadoria. Reclamava muito do frio e, sempre que podia, passava alguns meses em Cuiabá no inverno do Rio Grande do Sul”, relatou.

Depois de muitas idas e vindas, Alziro decidiu voltar para Mato Grosso. “Desde a pandemia, temos insistido para ele retornar, mas ele resiste, sempre com a desculpa de que o médico não permite, que é melhor morar onde faz calor, e acaba mudando de assunto ou desligando o telefone”, disse.

Para Simone, o pai quer levar uma vida independente, com pouca ou nenhuma interferência.

“Temos sido bem atendidos pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas, com quem tenho contato diário. Como moramos longe, a boa comunicação que eles disponibilizam tem sido fundamental”, afirmou.

Para contribuir com qualquer informação que leve ao paradeiro de Alziro, basta entrar em contato com a Polícia Civil pelos números (65) 98173-0565 ou 197.