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RETROSPECTIVA 2023
30.12.2023 | 14h15 Tamanho do texto A- A+

Investigador matou PM a tiros dentro de conveniência em Cuiabá

O caso foi registrado no dia 27 de abril em um posto de combustível localizado na Praça 8 de abril

Reprodução

PM foi morto a tiros por policial civil

PM foi morto a tiros por policial civil

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

A madrugada do dia 27 de abril marcou o noticiário em Cuiabá neste ano. Naquele dia o policial militar Thiago de Souza Ruiz, de 36 anos, foi morto a tiros pelo investigador da Polícia Civil Mário Wilson Vieira Gonçalves. Na ocassião, Thiago estava bebendo com alguns colegas em um posto de combustível na Praça 8 de Abril, na região central de Cuiabá.  

 

O crime aconteceu por volta das 3h50 de uma quinta-feira. De acordo com testemunhas, os envolvidos bebiam na companhia de mais dois amigos quando Thiago levantou a camisa para mostrar uma cicatriz.

 

Você não é policial bosta nenhuma

Com a ação ele deixou a mostra uma arma de fogo. 

 

Desconfiado, Mário acabou tirando a arma de Thiago. A ação gerou uma briga entre os policiais após a vítima tentar recuperar a arma. 

 

No decorrer da discussão, Mário disparou contra o PM, que ficou gravemente ferido.

 

A vítima caminhou ferida em busca de ajuda em um restaurante próximo ao posto de combustível. 

 

Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Jardim Cuiabá, mas não restiu aos ferimentos e acabou morrendo na unidade de saúde. 

 

Já o autor dos disparos fugiu momentos depois em um Toyota Corolla.

 

Reprodução

Inquérito caso Thiago

 

Ele se entregou à  Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá horas depois do crime. 

 

Vídeo do caso 

 

Uma câmera de segurança flagrou o momento do assassinato. No vídeo de pouco mais de dois minutos é possível ver o momento em que Thiago levanta a camisa e é desarmado por Mário Wilson. 

 

O PM não esboça nenhuma reação com a ação do policial civil, mas segundos depois tenta recuperar a arma. 

 

Neste momento, os dois agentes de segurança caem no chão. Várias pessoas se aproximam dos policiais na tentativa de separar a briga. 

 

Logo em seguida, todos saem correndo com o início dos disparos. 

 

Versão do suspeito 

 

Em depoimento sobre a confusão, o polical civil disse não saber que a vítima era um policial militar. 

 

Ao ver a arma na cintura de Thiago, ele afirmou que agiu como policial e desarmou a vítima. 

 

Ainda de acordo com o depoimento, o investigador teria começado os disparos ao perceber que a arma de Thiago não estava mais sob o seu poder. 

 

Depoimento da testemunha 

 

Responsavél por apresentar Thiago a Mário, o também policial policial civil Walfredo Raimundo Adorno Moura Júnior, de 48 anos, afirmou em depoimento que vítima e atirador se conheceram na noite do crime.

 

Segundo Walfredo, eles se desentedenderam logo de cara por uma rixa envolvendo suas respectivas profissões. 

 

Amigo de Thiago havia 5 meses, o policial civil afirmou que Mário chegou na companhia de um advogado na conveniência do posto e que em determinado momento da noite o atirador téria expressado sua desconfiança ao PM dizendo: “Você não é policial bosta nenhuma”. 

 

Contrariando a versão de Mário, a testemunha afirmou que ambos estavam cientes desde o início da noite sobre a veracidade do cargo de todos que estavam presentes na mesa. 

 

“Foi o depoente que apresentou Thiago a Mário, ocasião em que esclarece que neste momento cientificou que ele era policial, inclusive ressalta que Thiago estava com distintivo da Polícia Militar por dentro da camiseta”, afirma um dos trechos do depoimento.

 

Acreditando que a situação estava resolvida entre o policial militar e o policial civil, Walfredo saiu da conveniência.

 

Contudo, minutos depois, ao olhar para dentro do estabelecimento, a testemunha afirmou ter visto Thiago dando um “mata-leão” em Mário.  

 

A testemunha ainda afirmou ter tentado apaziguar a briga tirando o braço de Thiago do pescoço de Mário. Entretanto, o policial civil aproveitou a situação e disparou diversas vezes na direção da vítima. 

 

Mário continuou desferindo tiros, enquanto a vítima corria

“Mário continuou desferindo tiros, enquanto a vítima corria; que o depoente viu que descarregou a pistola de Mário”, declara outro trecho do depoimento concedido por Walfredo Raimundo durante a investigação do caso.

 

Denúncia ao Ministério Público 

 

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o investigador no dia 11 de maio, acusando-o pelo crime de homicídio com duas qualificadoras: a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil.

 

Acusado solto

 

No dia 11 de setembro, o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Rui Ramos Ribeiro, concedeu liberdade ao policial. 

 

A decisão foi tomada sob algumas medidas cautelares como a utilização de tornozeleira eletrônica, suspensão do porte de arma e execução de trabalhos administrativos da Polícia Civil. 

 

Veja vídeo 

 

 

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