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17.07.2024 | 15h44 Tamanho do texto A- A+

Presidente admite que decisão de não contratar seguro foi sua

Cerca de 600 lojistas perderam tudo no incêndio, que ocorreu na madrugada de segunda-feira

Divulgação

O ex-vereador Misael Galvão, que admitiu não ter feito seguro para o local

O ex-vereador Misael Galvão, que admitiu não ter feito seguro para o local

ANGÉLICA CALLEJAS E LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

O presidente da Associação de Camelôs do Shopping Popular, Misael Galvão, admitiu nesta quarta-feira (17) que a decisão de não contratar seguro para o centro comercial foi dele, sem passar por assembleia de lojistas.

 

Eu não cheguei a ter  reunião de diretoria para decidir se iríamos fazer ou não, até porque não tínhamos nenhum orçamento

Ao MidiaNews, ele se justificou dizendo que as propostas que chegaram de empresas seguradoras não agradaram a diretoria.

 

Como o Shopping Popular é um condomínio, muitas das decisões devem ser tomadas em assembleia.  

 

Misael, que é ex-vereador de Cuiabá, disse que não havia ao menos orçamento sobre a contratação, porque nenhuma empresa teria se habilitado a fazer a cobertura do imóvel e dos produtos dos cerca de 600 comerciantes. 

 

“Isso não cabe em um processo de assembleia, se cabe em um processo administrativo. É um processo que a associação tem a prerrogativa, o gestor tem a prerrogativa. A gente não tem o que esconder porque a diretoria se reúne constantemente”, disse ele.

 

“Tá certo que eu não cheguei a ter nenhuma reunião de diretoria para decidir se iríamos fazer ou não, até porque não tínhamos nenhum orçamento. E nenhuma seguradora que tivesse validado o interesse de fazer a cobertura no geral”, acrescentou.

 

Questionado pelo MidiaNews se a decisão não teria sido uma irresponsabilidade, Misael disse que não.

 

O presidente também foi perguntado sobre se algum dia orientou os lojistas a contratarem o seguro individualmente. Ele respondeu que não, dizendo que a associação não interfere na vida pessoal dos comerciantes.

 

"A minha luta nunca foi uma luta individual. Eu nunca lutei por paredes, querer o seguro de uma parede, construção. Para mim, só serviria um seguro que abrangesse toda a categoria, todas as empresas, além da estrutura, também a vida comercial dos associados". 

 

Apesar de o seguro poder auxiliar, ao menos, na construção do centro comercial, Misael reafirmou que não seria o seu "desejo" fazer seguro "das paredes".

 

Ele revelou que tentou por algumas vezes fazer tratativas com o Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil), mas não deu prosseguimento.

 

"Eu já vinha tendo várias conversas, inclusive até com o próprio Sicoob, que é o banco que está dentro do Shopping Popular, que é parceiro nosso. Mas, para mim, eu não gostaria de ter um seguro só das paredes".

 

Por fim, Misael insistiu que, após o centro comercial ser reaberto, ele continuará buscando um seguro que faça cobertura geral do shopping. 

 

O incêndio

 

O centro comercial, localizado no Bairro Dom Aquino, em Cuiabá, foi consumido por um incêndio na madrugada de segunda-feira (15), e teve perda total. Mais de 600 lojistas perderam seus comércios.

 

Ainda não há confirmação sobre o que pode ter ocorrido para desencadear o incêndio, mas a Polícia Civil trabalha com a tese de que houve falha no sistema elétrico do estabelecimento.

 

Câmeras internas do shopping registraram um intenso acúmulo de fumaça por volta das 2h26. Entretanto, os bombeiros foram acionados 20 minutos depois. Devido à alta combustibilidade das mercadorias e também da estrutura do edifício, as chamas alastraram rapidamente no imóvel.

 

O caso ainda é investigado.

 

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Benedito da costa  18.07.24 15h39
600 mil.por.mes é muita grana da pra custear as.despesas do empreendimento e ainda sobra muita grana pra ser torrada, sem contar aínda o estacionamento que é numa mina de dinheiro mesmo que seja arrendado pelo shopping que só de alugeul é uma grana solta.
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Pedro  18.07.24 14h53
Quem é obrigado a aguentar uma coisa dessas? O sujeito não faz os seguro porque ou é tudo ou nada? Aí se pega fogo e consome tudo, vão pedir dinheiro público, dos impostos, que por sua vez essa Associação NÃO RECOLHE (ICMS, ISSQN, TRIBUTOS FEDERAIS),; Agora querem dinheiro dos impostos para amparar eles? Algum cliente já fez algum serviço de graça lá? E o dinheiro da mega ampliação que já tinha até canteiro de obras? Cadê? A vida é dura para todos os brasileiros. O que não tem ali é pobrinho. Os donos dos pontos comerciais são super ricos.
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Nilson  18.07.24 14h40
Vamos abrir a Caixa Preta, e contar desde o começo por que o projeto inicial de construção além do Ginásio e pista de Atletismo ao lado construídos há mais de 20 anos atrás parou por aí. E pela não construção da Creche e Escola, prevista no projeto inicial. Por que os camelos retirados provisoriame nte do centro de Cuiabá permaneceram definitivamente no local que cada vez mais passaram a abrigar empresários de grande porte.
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Ildo  18.07.24 12h15
Acho que necessário facilitar crédito para todos empresários da associação e até com juros subsidiados porém é necessário que os órgãos de controle possa ter acesso a gestão da direção da associação, não dá pra entender com uma arrecadação enorme não ter caixa e nenhum tipo de fundo para atender no mínimo os trabalhadores
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Erly lima  18.07.24 11h13
Numa tragédia como essa a maioria das pessoas precisam eleger um culpado porém é preciso muita cautela nas acusações. A maioria das pessoas não valorizam a contratação de um seguro e as seguradoras muita das vezes não ajudam em nada na contratação. Devemos lembrar que aquele espaço tem mais de dez anos já passou por várias transformações, saiu de um amontoado de barracas de lona expostas ao sol e a chuva para um empreendimento cartão postal com ar condicionado e estacionamento vip, ou seja, as pessoas que dali tinham seus comércios também devem ser responsabilizadas pela falta da contratação de seguro, pois é impossível ficar inerte por tanto tempo sem se dar conta dos assuntos importantes que te cercam. Seguro representa pagar para ter cobertura, será que as pessoas que ali estavam aceitaram pagar? Será que algum deles algum dia se movimentou para buscar o próprio seguro. É uma tragédia? É., devemos nos sensibilizar? Devemos. Mas sejamos justos, não conheço o presidente do espaço, mas me solidarizo com ele. Enquanto tudo estava dando bom... Tudo certo ok.... Mas quando deu errado a maioria dos envolvidos querem se eximir da culpa? Não acredito que seja esse o caminho.
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