ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO
A circulação de vídeos nas redes sociais que mostram rachaduras na ponte Mário Andreazza está causando medo em trabalhadores que se deslocam diariamente entre Cuiabá e Várzea Grande.
Por cima da junta é passada uma camada de asfalto, então o que parece uma rachadura é o asfalto sobre a junta, que se movimenta
Apesar do alarmismo, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra-MT) esclareceu que os espaços abertos são juntas de dilatação e que não apresentam risco para a infraestrutura da ponte.
As juntas de dilatação são espaços em construções destinados a absorver a expansão e a contração dos materiais, prevenindo rachaduras, trincas e deformações. Segundo a secretaria, os espaços confundidos como rachaduras são, na verdade, o asfalto sobre a junta que se movimentou na ponte.
“Por cima da junta é passada uma camada de asfalto, então o que parece uma rachadura é o asfalto sobre a junta, que se movimenta. Não é um problema estrutural ou coisa do tipo”, informou a secretaria por meio de nota.
Segundo a pasta, a junta é criada como um espaçamento que se dilata conforme o fluxo e a temperatura do local.
A Secretaria de Infraestrutura também confirmou que uma vistoria foi realizada no local e, em breve, a ponte passará por manutenção.
Imagens registradas pelo MidiaNews na manhã desta quarta-feira (10) mostram o impacto da dilatação concentrada na ponte, no sentido Cuiabá–Várzea Grande. Nas imagens, é possível ver espaçamentos se formando entre os blocos da ponte. (Veja as imagens abaixo).
População assustada
O temor pelo desabamento da ponte ganhou projeção na última terça-feira após o compartilhamento, nas redes sociais, de imagens das juntas de dilatação.
Apesar da repercussão recente, imagens resgatadas pela reportagem apontam que os espaçamentos vêm sendo registrados na ponte desde o mês de fevereiro deste ano.
Victor Ostetti/MidiaNews
Foto mostra o Teminal André Maggi, em Várzea Grande, na manhã desta quarta-feira (10)
Segundo a moradora de Várzea Grande, Ana Maria da Silva, de 53 anos, ao ter conhecimento das fissuras formadas na estrutura, mudou o trajeto que faz para ir ao trabalho em Cuiabá, optando por um percurso intermunicipal que não passa pela ponte.
“Hoje, cheguei atrasada, porque fui para o terminal [André Maggi], mas não quis passar pela ponte com medo, porque o rio está muito cheio e o trincado parece que está piorando", disse ela ao MidiaNews.
"Nós ficamos com medo, não só eu. Hoje mesmo teve um monte de gente que pega ônibus comigo, que não teve coragem de passar. E foi todo mundo para o terminal. Motoristas, passageiros, todos estão com medo, porque ali está perigoso”, acrescentou.
Segundo Ana, a mudança de trajeto não foi feita apenas por ela, mas por outros moradores da região, o que gerou atrasos ao longo da manhã.
“Não é só eu, a população toda lá do bairro [Residencial José Carlos Guimarães], todo mundo chegando atrasado no serviço, para não passar pela ponte”, relatou.
De acordo com Ana Maria, um trajeto que duraria 1 hora deve duração de 3 horas.
"Para voltar [para Várzea Grande] tenho que fazer o mesmo trajeto, porque estou com medo de passar lá", completou.