Samantha Iris
As festas de fim de ano elevaram o fluxo de consumidores e veículos no Centro de Cuiabá, mas o aumento não se refletiu de forma uniforme no comércio da região. Enquanto lojas das principais avenidas superaram metas de vendas, a área histórica enfrenta movimento abaixo do esperado.

Com as calçadas repletas de clientes, comerciantes da Rua 13 de Junho relataram um aumento no número de vendas no período das festividades.
Atuando em uma loja de roupas na via, Clodo Fonseca afirma que cerca de 300 pessoas passam diariamente pelo estabelecimento, especializado na venda de jeans. Apesar do crescimento no fluxo, ele disse acreditar que o movimento deve se intensificar ainda mais até o Ano-Novo.
“Melhorou bastante o movimento. De sexta-feira para cá, quando saiu o décimo terceiro, já deu uma boa aquecida. A expectativa agora é que melhore ainda mais. Estamos atendendo até as oito horas da noite”, disse ele ao MidiaNews.
A melhora também foi sentida por Carliane Nataniely, vendedora de uma loja de acessórios no Centro. Segundo ela, o aumento no fluxo de pessoas contribuiu diretamente para o crescimento das vendas e para o alcance das metas pelos funcionários.
“O Centro está bem movimentado, estou gostando de ver. Todo mundo está batendo meta na loja, vendendo bastante”, afirmou.
Apesar do aumento em relação aos últimos meses, trabalhadores do comércio avaliam que as vendas seguem em patamar semelhante ao de anos anteriores.
Yasmin Silva/MidiaNews
Pessoas circulam pelo centro durante o período do Natal
Para Clodo, a constância do movimento nesta época do ano se deve à variedade de lojas e aos preços mais acessíveis encontrados na região central.
“O Centro é para quem quer comprar bom, bonito e barato. Não tem outro lugar igual. Aqui tem variedade, tem de tudo. As grandes lojas estão voltando para o Centro e isso fortalece ainda mais o comércio”, disse.
Esse cenário levou a consumidora Meire Santana a antecipar as compras de fim de ano. Desde o início da semana anterior, ela tem pesquisado preços e opções no comércio central.
“Tem muita opção aqui. Você entra em uma loja, sai de outra e sempre encontra algo diferente. Dá para pesquisar bem os preços”, comentou.
Segundo ela, além da diversidade de produtos, a concorrência entre as lojas contribui para a redução dos valores, tornando o Centro mais atrativo para quem pode circular por mais tempo.
Centrão vazio
Apesar do aumento no movimento registrado nas avenidas, as ruas do Centro histórico não sentiram o mesmo reflexo nas vendas. Segundo a cabeleireira Meire Lucilene Dantas, houve queda no número de clientes neste fim de ano de 2025, em comparação com anos anteriores.
“Esse ano já era para estar bom. No ano passado, na verdade, estava bem melhor”, disse.
Com o baixo fluxo, a expectativa dos comerciantes é de que o movimento melhore apenas nas vésperas do Ano-Novo.
“Não está bom o movimento, está bem parado ainda. Nossa expectativa é para depois, porque até agora está muito fraco”, afirmou.
A queda também foi sentida por comerciantes de outros setores. Proprietária de uma loja de roupas no local, Sabrina Almeida relata que as vendas mais significativas têm ocorrido por meio das redes sociais.
“No ano passado estava muito mais lotado. Hoje está bem parado. As vendas daqui estão sendo pelo Instagram, porque, se depender do Centro, não tem”, disse.

A gerente de uma loja de aviamentos, Hélia Silveira, disse que houve um aumento de cerca de 10% em relação aos últimos meses. No entanto, ao comparar com anos anteriores, o desempenho ficou abaixo do esperado.
“Na verdade, para a gente não teve muita melhora. Acho que esse ano foi o pior de todos”, afirmou.
Segundo ela, apesar de alguns meses terem apresentado melhora, a expectativa para o último trimestre não se concretizou. “Tivemos alguns meses melhores, mas outubro, novembro e dezembro criaram uma expectativa de melhora que, infelizmente, não aconteceu”.
A vereadora e primeira-dama da Capital, Samantha Iris (PL), encontrou a reportagem durante uma visita dela no Centro. Para ela, a região segue viva e com potencial de fortalecimento, especialmente no Natal e Ano-Novo.
“A gente tem visto que o Centro está movimentado, tanto durante a semana quanto nos fins de semana. É muito bom ver esse movimento, porque mostra que o Centro vive, apesar de todas as dificuldades. Ele continua pronto para receber as pessoas, com muitas opções de compra”, disse.
Yasmin Silva/MidiaNews
A vereadora e primeira-dama Samantha Íris, que falou sobre o movimento de consumidores no Centro
A parlamentar defendeu ainda iniciativas para estimular a região, como feiras e eventos gastronômicos, além da adoção de horários diferenciados para o comércio.
“Talvez, pensando em horários alternativos e em mais opções, a gente consiga movimentar ainda mais os calçadões no próximo ano”, afirmou.
Em contraste com a realidade do comércio fixo, trabalhadores do setor informal relataram melhora significativa nas vendas. Vendedora de açaí na Praça Ipiranga, Márcia disse que o fluxo de clientes aumentou nos últimos meses.
“O movimento aumentou bastante, graças a Deus. Estou tendo boas vendas todos os dias”.
Segundo ela, a melhora começou há cerca de seis meses, impulsionada pela presença de turistas e pelo retorno dos cuiabanos ao Centro, cenário que se intensificou nas semanas que antecedem o Natal.
“Nessas últimas semanas ficou ainda mais movimentado. O pessoal quer comprar, presentear os filhos, os parentes, e isso ajuda muito”, afirmou.
Ao final, a vendedora deixou uma mensagem aos consumidores e comerciantes: “Desejo um feliz Natal e um próspero Ano-Novo a todos”.
Veja o vídeo gravado antes do Natal:
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