A Corregedoria da Polícia Militar espera concluir, no próximo mês, o inquérito militar que investiga a conduta dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que, durante um suposto confronto com assaltantes de banco, mataram cinco pessoas - incluindo uma menina de 12 anos -, na estrada do Lago de Manso, no fim de 2012.
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) também está conduzindo um inquérito na esfera civil. As investigações são coordenadas pelo delegado titular da GCCO, Flávio Henrique Stringueta.
O inquérito civil está em fase de análise das perícias feitas pela Policia Técnica Oficial do Estado (Politec).
O delegado só irá se pronunciar sobre o assunto quando as investigações forem concluídas.
Conforme o MidiaNews antecipou, o confronto ocorreu na noite do dia 6 de dezembro do ano passado, na região do Lago do Manso (100 km ao Norte de Cuiabá).

" O foco principal é investigar se a ação dos militares foi feita como determina as normas da PM"
Um dos mortos é Josemar Ribeiro da Silva, o “Parazinho”, conhecido assaltante de banco, fugitivo da Penitenciária Central do Estado (PCE) e suspeito de ter participado do assalto a duas agências bancária na cidade de Comodoro (644 km a Oeste da Capital), no mês de novembro.
Jader Felipe dos Santos Cardoso, 23, Alex Leite dos Santos, 26, Eva Joyce Santiago dos Santos, 22, e a menor Karolaine Almeida Botelho, de apenas 12 anos, são as outras vítimas. A Polícia acredita que eles teriam ido resgatar Josemar, que estava escondido na mata.
Inquérito Militar
Segundo o corregedor-adjunto da PM, major Alessandro Gonçalves, todos os militares envolvidos na ação são investigados por uma comissão formada por três oficiais.
A comissão tem um prazo de 40 dias para encerrar as investigações, e esse prazo pode ser prorrogado por mais 20 dias.
“Todos os militares que estavam na ação são investigados em possível participação em crime militar. O foco principal é investigar se a ação dos militares foi feita como determina as normas da PM. Eles estavam na execução do trabalho, mas, em todo caso que envolve morte, é aberto um inquérito para investigar a conduta”, explicou o major.
Segundo a corregedoria, a comissão avalia três ações dos policiais. “Eles estão sendo avaliados desde quando se deslocaram para a cidade de Comodoro, para fazer as buscas aos assaltantes do banco; depois, teve um confronto no Trevo do Lagarto e, por último, essa ação na região do Manso”, informou.
Entre as atribuições designadas à comissão disciplinar está a incumbência de apurar se, de fato, houve um confronto entre policiais e os ocupantes do veículo Celta, que acabaram mortos.
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Bando aterrorizou a cidade de Comodoro, durante assalto na modalidade "Novo Cangaço" |
É a promotoria que vai analisar o inquérito e decidir se oferece ou não a denúncia contra os policiais.
Segundo a Polícia Militar, os policiais envolvidos na ação não foram afastados de suas funções.
O corregedor explicou que, em casos que envolvem mortes em confrontos, os policiais são afastados das funções, devido ao abalo emocional e pressão psicológica a que são submetidos. Porém, essa prerrogativa não se aplica aos policiais do Bope.

"O policial do Bope é treinado e preparado para suportar situações limites. Eles têm que aguentar essa pressão. Avaliamos esses policiais e não há indício de depressão"
“O policial do Bope é treinado e preparado para suportar situações limites; por isso, eles são do batalhão especial. O treinamento e preparo psicológico desses policiais faz com que eles consigam trabalhar até mais de 30 dias em situações de alto risco. Eles têm que aguentar essa pressão. Avaliamos esses policiais e não há indício de depressão”, informou.
Operação Comodoro
Em coletiva de imprensa, dias após o confronto na região do Lago do Manso, a Polícia Militar informou que os ocupantes do automóvel, um Celta, de cor branca, reagiram à abordagem policial e houve o confronto.
Eles disseram que, somente após o término do tiroteio, é que ficaram sabendo que havia duas mulheres no automóvel. Os cinco ainda foram levados ao Pronto-Socorro de Cuiabá, na própria viatura do Bope, mas morreram, após passarem pelo atendimento de emergência.
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5 Comentário(s).
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| josé silveira 26.01.13 10h37 | ||||
| Essa burocracia nossa é uma peste. A PM conduz um inquérito. A PJC conduz outro inquérito com a mesma finalidade. Duas estruturas para analisar a mesma coisa. Pessoas, insumos, tempo e energia gastos em dobro. Agora, imagine uma situação surreal, mas possível: imagine se o inquérito da Polícia Civil e o IPM da Polícia Militar cheguem a resultados conflitantes sobre a conduta dos envolvidos (no final das contas, é o que se está analisando)? Qual inquérito será o correto? Façam suas apostas, senhores... | ||||
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| teves neves 26.01.13 10h21 |
| teves neves, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
| Hewerton 26.01.13 10h19 | ||||
| PARABÉNS AO HONRADO BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS! | ||||
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| Marlon Pereira 26.01.13 10h04 | ||||
| Quem age no estrito cumprimento do dever legal não comete crime. Eventual excesso é compreensível em casos como esse. Ao invés de punição, os policiais deveriam ser promovidos. | ||||
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| Rafael Netto 26.01.13 09h58 | ||||
| Uma "criança" no meio de BANDIDOS as 22:00h vindo de manso é culpa da polícia ou da família???? | ||||
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