Cuiabá, Domingo, 14 de Dezembro de 2025
MORTES NA ESTRADA
26.01.2013 | 09h45 Tamanho do texto A- A+

PM investiga ação do Bope que terminou com 5 mortos

Menor de 12 anos foi morta em suposto confronto na região do lago, no fim de 2012

MidiaNews

Policiais do Bope respondem a inquérito civil e militar sobre o caso de Manso

Policiais do Bope respondem a inquérito civil e militar sobre o caso de Manso

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

A Corregedoria da Polícia Militar espera concluir, no próximo mês, o inquérito militar que investiga a conduta dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que, durante um suposto confronto com assaltantes de banco, mataram cinco pessoas - incluindo uma menina de 12 anos -, na estrada do Lago de Manso, no fim de 2012.

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) também está conduzindo um inquérito na esfera civil.  As investigações são coordenadas pelo delegado titular da GCCO, Flávio Henrique Stringueta.

O inquérito civil está em fase de análise das perícias feitas pela Policia Técnica Oficial do Estado (Politec).

O delegado só irá se pronunciar sobre o assunto quando as investigações forem concluídas.

Conforme o MidiaNews antecipou, o confronto ocorreu na noite do dia 6 de dezembro do ano passado, na região do Lago do Manso (100 km ao Norte de Cuiabá).

" O foco principal é investigar se a ação dos militares foi feita como determina as normas da PM"

Um dos mortos é Josemar Ribeiro da Silva, o “Parazinho”, conhecido assaltante de banco, fugitivo da Penitenciária Central do Estado (PCE) e suspeito de ter participado do assalto a duas agências bancária na cidade de Comodoro (644 km a Oeste da Capital), no mês de novembro.

Jader Felipe dos Santos Cardoso, 23, Alex Leite dos Santos, 26, Eva Joyce Santiago dos Santos, 22, e a menor Karolaine Almeida Botelho, de apenas 12 anos, são as outras vítimas. A Polícia acredita que eles teriam ido resgatar Josemar, que estava escondido na mata.

Inquérito Militar

Segundo o corregedor-adjunto da PM, major Alessandro Gonçalves, todos os militares envolvidos na ação são investigados por uma comissão formada por três oficiais.

A comissão tem um prazo de 40 dias para encerrar as investigações, e esse prazo pode ser prorrogado por mais 20 dias.

“Todos os militares que estavam na ação são investigados em possível participação em crime militar. O foco principal é investigar se a ação dos militares foi feita como determina as normas da PM. Eles estavam na execução do trabalho, mas, em todo caso que envolve morte, é aberto um inquérito para investigar a conduta”, explicou o major.

Segundo a corregedoria, a comissão avalia três ações dos policiais. “Eles estão sendo avaliados desde quando se deslocaram para a cidade de Comodoro, para fazer as buscas aos assaltantes do banco; depois, teve um confronto no Trevo do Lagarto e, por último, essa ação na região do Manso”, informou.

Entre as atribuições designadas à comissão disciplinar está a incumbência de apurar se, de fato, houve um confronto entre policiais e os ocupantes do veículo Celta, que acabaram mortos.

Bando aterrorizou a cidade de Comodoro, durante assalto na modalidade "Novo Cangaço"



“Temos que saber se houve ou não excesso nas ações; se havia outra medida a ser tomada. Os indícios não apontam para falhas dos policiais, mas temos que ter certeza disso. Fazemos como determina a lei”, disse o oficial.

Trâmites

Assim que o inquérito militar for concluído, a corregedoria encaminha os autos para a 11ª Vara Criminal Especializada Justiça Militar da Capital. O juiz titular recebe o inquérito e o encaminha para a 13ª Promotoria de Justiça Criminal.

É a promotoria que vai analisar o inquérito e decidir se oferece ou não a denúncia contra os policiais.

Segundo a Polícia Militar, os policiais envolvidos na ação não foram afastados de suas funções.

O corregedor explicou que, em casos que envolvem mortes em confrontos, os policiais são afastados das funções, devido ao abalo emocional e pressão psicológica a que são submetidos. Porém, essa prerrogativa não se aplica aos policiais do Bope.

"O policial do Bope é treinado e preparado para suportar situações limites. Eles têm que aguentar essa pressão. Avaliamos esses policiais e não há indício de depressão"

“O policial do Bope é treinado e preparado para suportar situações limites; por isso, eles são do batalhão especial. O treinamento e preparo psicológico desses policiais faz com que eles consigam trabalhar até mais de 30 dias em situações de alto risco. Eles têm que aguentar essa pressão. Avaliamos esses policiais e não há indício de depressão”, informou.

Operação Comodoro

Em coletiva de imprensa, dias após o confronto na região do Lago do Manso, a Polícia Militar informou que os ocupantes do automóvel, um Celta, de cor branca, reagiram à abordagem policial e houve o confronto.

Eles disseram que, somente após o término do tiroteio, é que ficaram sabendo que havia duas mulheres no automóvel. Os cinco ainda foram levados ao Pronto-Socorro de Cuiabá, na própria viatura do Bope, mas morreram, após passarem pelo atendimento de emergência.

 
Os policiais relataram que receberam a informação de que haveria um resgate de integrantes da quadrilha de assaltantes especializada em assaltos na modalidade conhecida como “Novo Cangaço”, que estariam escondidos naquela região.

Em relação às mulheres, os policiais disseram acreditar que a menor Karolaine Almeida Botelho, de 12 anos, tenha sido levada pela amiga Eva Joyce Santiago dos Santos, de 22, moradora no bairro Mapim, em Várzea Grande.

A PM afirmou que com os supostos assaltantes foram apreendidos fuzis e pistolas.

No dia 10 de novembro de 2012, próximo do Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, policiais do Bope localizaram quatro homens em um Gol vermelho. Dois foram presos e dois morreram em confronto.

Além de um fuzil AK 47, os policiais apreenderam no carro cerca de R$ 1,1 milhão. O dinheiro foi roubado das agências bancárias de Comodoro, uma do Banco do Brasil e outra do Bradesco.

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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josé silveira  26.01.13 10h37
Essa burocracia nossa é uma peste. A PM conduz um inquérito. A PJC conduz outro inquérito com a mesma finalidade. Duas estruturas para analisar a mesma coisa. Pessoas, insumos, tempo e energia gastos em dobro. Agora, imagine uma situação surreal, mas possível: imagine se o inquérito da Polícia Civil e o IPM da Polícia Militar cheguem a resultados conflitantes sobre a conduta dos envolvidos (no final das contas, é o que se está analisando)? Qual inquérito será o correto? Façam suas apostas, senhores...
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teves neves  26.01.13 10h21
teves neves, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Hewerton  26.01.13 10h19
PARABÉNS AO HONRADO BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS!
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Marlon Pereira  26.01.13 10h04
Quem age no estrito cumprimento do dever legal não comete crime. Eventual excesso é compreensível em casos como esse. Ao invés de punição, os policiais deveriam ser promovidos.
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Rafael Netto  26.01.13 09h58
Uma "criança" no meio de BANDIDOS as 22:00h vindo de manso é culpa da polícia ou da família????
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