Cuiabá, Terça-Feira, 4 de Novembro de 2025
OPERAÇÃO LETAL
04.11.2025 | 11h16 Tamanho do texto A- A+

Polícia estima que facção usou 500 homens em reação no Rio de Janeiro

Operação mais letal do país deixou mortos 117 suspeitos e 4 policiais durante os confrontos

Tomaz Silva/Agência Brasil

2.500 policiais participaram da operação; parte das câmeras corporais apresentou 'falhas técnicas'

2.500 policiais participaram da operação; parte das câmeras corporais apresentou 'falhas técnicas'

DA FOLHAPRESS

O governo do Rio de Janeiro estima que o Comando Vermelho empregou aproximadamente 500 homens na reação contra a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos, segundo a polícia.

 

Pela estimativa, o número de suspeitos mortos representaria 23,4% do total de homens empregados pela facção nos confrontos.

 

O número consta do relatório assinado pelo governador Cláudio Castro (PL) e entregue nesta segunda-feira (3) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no âmbito da ADPF 635, a ADPF das Favelas. Moraes esteve no Rio na segunda para audiência com Castro e a cúpula da segurança pública do estado.

 

A operação Contenção contou com cerca de 2.500 policiais, entre eles 650 policiais civis e 1.800 policiais militares. Os agentes usavam fuzis de calibre idêntico aos dos suspeitos -5,56 e 7,62.

 

O relatório afirma que muitos membros do CV estavam vestidos com roupas camufladas para dificultar a identificação, e lista as armas usadas pela facção, como fuzis automáticos nos calibres 5,56 e 7,62, "armas de altíssima potência" como .50 e .30, granadas, pistolas com "kit rajada" e explosivos.

 

Os suspeitos também utilizaram, segundo o documento, "trincheiras, casas-mata e armadilhas distribuídas em terreno de difícil acesso".

 

 

No tiroteio, que durou mais de 12 horas, além dos 117 mortos considerados suspeitos, quatro policiais foram mortos, 13 ficaram feridos. Outros quatro civis, moradores da região, foram baleados.

 

No dia 28 de outubro, terça-feira da operação, a polícia divulgou o número de 64 suspeitos mortos. Mas ao longo da noite e madrugada seguintes moradores recolheram corpos na vegetação da serra da Misericórdia, onde se deu a maior parte do tiroteio.

 

O governo estadual justifica que o cenário gerou "limitações práticas inevitáveis" para a ausência da preservação da cena.

 

"Os policiais, simultaneamente, precisavam (...) resguardar suas próprias vidas, (...) dar cumprimento às ordens judiciais e (...) decidir, sob risco real e iminente, entre priorizar a preservação da cena e a proteção imediata de vidas em situação de ameaça atual", afirma trecho do relatório.

 

"Moradores removeram cadáveres da área de mata, na localidade conhecida como Vacaria [serra da Misericórdia], para o referido hospital e para a Praça da Penha, despindo-os parcialmente", diz outro trecho.

Em outro documento entregue a Moraes, o que detalha tecnicamente a operação, o governo diz que equipes da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Polícia Civil, usaram câmeras corporais para registro audiovisual, mas que houve casos de "falhas técnicas".

 

O governo não menciona quantidade ou tipo de falhas ocorridas.

 

"Todas as câmeras em pleno funcionamento foram efetivamente empregadas durante a operação, sendo que os equipamentos que apresentaram falhas técnicas tiveram as ocorrências devidamente registradas e comunicadas à empresa responsável pela manutenção e suporte."

 

Em entrevista na semana passada, o coronel Marcelo Menezes, secretário da Polícia Militar, havia afirmado que as câmeras dos PMs também gravaram, mas que algumas podem ter perdido registro por conta da duração da bateria, que é de 12 horas, tempo menor do que o confronto.

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