Quadrilha oferecia R$ 200 para ter serviço "Vip" no Detran-MT
Delegada Cleibe de Paula revela forma como a quadrilha operava; mais 2 pessoas são presas em operação
Marcus Mesquita/Midia News
Delegada Cleibe Aparecida de Paula, que coordenou a operação em Cuiabá
THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
A delegada Cleibe Aparecida de Paula, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e contra a Administração Pública (Defaz), informou que a quadrilha acusada de operar um esquema de fraudes na transferência de documentos de veículos, no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), oferecia R$ 200 para funcionários das Circunscrição Regional de Trânsito do Estado (Ciretran), para ter serviço “Vip” no órgão.
Na manhã desta quinta-feira (3), mais duas pessoas foram presas em Cuiabá e Várzea Grande, pela Polícia Civil. Elas são suspeitas de envolvimento com as fraudes.
Um deles, Roberto Ramos dos Santos era chefe da banca examinatória, localizada na sede do Detran na Capital.
O outro, Eraclito Costa e Silva era ex-coordenador de Fiscalização do órgão e ex-diretor de vários Ciretran de Mato Grosso.
O esquema começou a ser desarticulado depois que o diretor da Ciretran de Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá), Luiz Paulo Siqueira, ter sido procurado por dois suspeitos da quadrilha, o despachante Naianderson Godinho da Rocha, 41, e o ex-servidor Antônio Jefferson C. de Figueiredo, presos no dia 17 de agosto, com proposta para acelerar o trâmite de processos de transferência da documentação de veículos dentro do Detran.
Inicialmente, os acusados pretendiam transferir um automóvel Corolla e uma caminhonete S10, ambos com placas de Várzea Grande. Para cada documento, seriam pago R$ 200,00.
"Eles chamam esse esquema de 'pula pula', que é colocar o procedimento na frente, dar preferência. Esse serviço é chamado também de 'vip'. Pegam o procedimento, vão no Ciretran, pagam a taxa e, depois, pagariam ao chefe do Ciretran e saíram na hora com o documento'", explicou a delegada.
Na ocasião, Siqueira simulou aceitar a oferta e os acusados foram presos, em flagrante no momento que entregariam o pagamento ao chefe do Ciretran de Chapada.
“A primeira vez que foram na Ciretran propuseram o esquema criminoso, o chefe do Ciretran simulou que aceitou. Quando foram levar os documentos para os procedimentos, esses dois presos de hoje não foram. Mas nos depoimentos do chefe do Ciretran, quando foram lá aliciar e oferecer a proposta, e dos presos, falam que todos estavam juntos. Então representamos pela prisão desses dois e buscas na casa dos quatros”, explicou o delegada.
A Polícia ainda não tem informações a respeito do valor que a quadrilha poderia vir a receber para concluir os serviços vips e nem quantos funcionários foram alvos dos acusados.
“As investigações vão continuar, vamos analisar documentos e também averiguar se há mais pessoas envolvidas nesse esquema”, afirmou Cleibe de Paula. Apreensões
Nesta quinta-feira, os policiais também apreenderam notebooks, documentos e outros bens na casa dos acusados.
Eles vão responder pelos crimes de corrupção ativa e associação criminosa, na Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães, onde estão os dois comparsas presos em agosto.
Os mandados foram expedidos pela comarca do Município de Chapada.
Conforme a delegada, Cleibe Aparecida, a vida patrimonial de Roberto Ramos será levantada em razão de estar acima do que ganha como servidor público, configurando enriquecimento ilícito. Veja abaixo momentos da prisão e do cumprimento de mandado de busca e apreensão de um dos dos suspeitos:
Realmente se o Estado oferecesse um serviço a altura do que cobra,pois os serviços que o Detran.MT.oferece além de mais caro são de péssima qualidade e,pelo andar da"carruagem"não vejo mudança nenhuma, só no rigor isso esta de parabéns a autoridade de transito e, acho que deveria sempre ter sido dirigido por delegados de polícia nos moldes dos vários Estados,inclusive mais evoluídos do que o nosso,o governador Taques acertou e muito na iniciativa.E, para concluir se todos os demais crimes cometidos neste Estado pelos mercadores da desgraça alheia, tivesse essa rapidez na resolução dos crimes cometidos,diminuiria e muito as ocorrências.Parabéns para essa equipe.
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Joilson Pereira da Silva 03.09.15 14h26
A principal causa dessas maracutais é o péssimo serviço prestado pelo DETRAN-MT, melhorem os serviços, e não tem porque pagar 200.00 reais para ter um atendimento melhor.