Manifestação
Servidores públicos do Estado deverão entrar em greve, caso o Governo mantenha a disposição de não pagar a reposição inflacionária (Revisão Geral Anual) na folha deste mês de maio.
Conforme a legislação estadual, no mês de maio o Governo deveria dar a reposição referente à inflação do ano anterior. Portanto, os salários deveriam ser acrescidos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de janeiro a dezembro de 2015, que foi de 11,27%.
Parte dos sindicatos que integram o Fórum Sindical - que representa o funcionalismo público de Mato Grosso – já sinalizou pelo indicativo de greve.
Na próxima semana, eles devem se reunir em assembleias-gerais para analisar se irão cruzar os braços, em forma de protesto.

Nesta terça-feira (10), após se reunirem em ato na Praça das Bandeiras, em Cuiabá, os servidores seguiram em passeata para o Palácio Paiaguás, no Centro Político Administrativo (CPA).
De acordo com dados divulgados pelo Fórum Sindical, 9 mil servidores participam do ato contra o não-pagamento da reposição inflacionária, já anunciada pelo governador Pedro Taques (PSDB).
Segundo dados da Polícia Militar, são 3 mil servidores na passeata.
Após irem à sede do Governo do Estado, os manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa, com o objetivo de conscientizar os 24 deputados, para que eles apoiem o funcionalismo público no caso.
O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc-MT), Cledson Gonçalves, afirmou que, na segunda-feira (16), a categoria irá se reunir em assembleia-geral para discutir a greve em todo o estado.
“O RGA não é um simples reajuste, é a recomposição de perdas inflacionárias, um direito dos servidores, que não abrimos mão”, afirmou o sindicalista.
A presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Sinetran-MT), Daiane Renner, também confirmou que a categoria deve entrar em greve, caso o Governo não mude seu posicionamento.
“O governador rasga a constituição. Não cumpre com os direitos dos servidores. Ele já disse que é um governador legalista. Vai sentir na pele, pois todos os servidores do Estado vão entrar em greve. Vai acontecer algo que nunca aconteceu na história de Mato Grosso. Vamos continuar na luta pelos nossos direitos”, declarou.
Durante o percurso os servidores fizeram uma parada em frente a sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e cobraram que os conselheiros de contas também defendessem os servidores do Estado.
Com um carro de som puxando a passeata, o Fórum Sindical convocou os servidores que estavam dentro dos órgãos públicos e que não participavam do ato.
Os gritos de ordem dos servidores foram ouvidos pelo governador Pedro Taques, que está no Palácio Paiaguás apresentando os resultados da Caravana da Integração, realizada no mês passado.
Ao interromper a reunião, por conta do barulho, Taques afirmou que os servidores estavam se manifestando sobre o RGA e que esse é um direito deles.
Servidores indignados
Servidores de várias categorias mostram indignação com o posicionamento do governo, que alegou a impossibilidade do pagamento do reajuste no mês de novembro, por problemas de caixa.
“É uma vergonha o que o governador está fazendo com os servidores públicos. Estamos apenas reivindicando o que está na lei. Esta manifestação é apenas o começo. Se o sindicato decidir pela greve, todos vão entrar em greve”, afirmou a servidora da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas), Sandra Rodrigues.
O servidor Wilson Benedito Arruda, da Secretaria de Estado de Saúde, afirmou que está decepcionado com o governador Pedro Taques, pois “acreditava que ele estava sempre a favor dos servidores”.
O delegado Lindomar Toffoli, da Delegacia Fazendária (Defaz), responsável pelas investigações da Operação Sodoma, também esteve presente a manifestação.
Ao MidiaNews ele disse apoiar o movimento, pois o RGA “é um direito de todos os servidores”.
Marcus Mesquita/MidiaNews
Servidores no saguão de entrada da Assembleia Legislativa
Reunião com deputados
O presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB) e os deputados, José Domingos Fraga (PSD), Mauro Savi (PSB), Dilmar Dal Bosco (DEM), Janaina Riva (PMDB) e Coronel Taborlli (PSC) receberam 30 representantes dos servidores do Estado.
Janaina, deputada de oposição ao Governo, subiu no carro de som e discursou aos servidores que estavam em frente à Casa de Leis.
Segundo a deputada o governador Pedro Taques não cumpre as leis e os servidores devem ir “até as últimas consequências”, para conseguirem o direito deles.
“Este argumento de estouro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal com a folha de pagamento é ‘conversa para boi dormir’. O Governo tem dinheiro. O governador não tem vontade de cumprir a lei”, afirmou Janaina.
Nova reunião com o Governo
Após a reunião com os representantes dos servidores, o presidente Guilherme Maluf afirmou que nesta quarta-feira (11) irá se reunir com a equipe econômica do Governo do Estado, para verificar a possibilidade do pagamento do RGA.
Segundo o parlamentar, na quinta-feira (12) ele volta a se reunir com os servidores do Estado, para discutir as respostas do Governo. A presença do governador nesta reunião não foi confirmada.
Veja o vídeo do protesto dos servidores:
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28 Comentário(s).
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| Joao Autonomo 11.05.16 10h04 | ||||
| Apenas finalizando minha participação nessa discussão sadia, concordo com a irritação de alguns qto aos aumentos concedidos ao judiciário. Esse explicito favorecimento de uma classe em detrimento de outras deve ser duramente criticado. Ora, se não tem dinheiro para um, não pode ter para outro. | ||||
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| MARLON 11.05.16 10h01 | ||||
| Sr. joão pc, vcs empresários são os que contribuem com o Estado consideravelmente. Não tiro sua razão. Mas existem meios de vcs reivindicarem tbm. Uma classe unida pode muito bem pressionar o Governo para uma reforma tributária justa. Acontece que nunca vi um movimento entre vcs para lutar pela causa. Talvez seja ingenuidade da minha parte acreditar que isso um dia poderia surtir efeito de fato. A política é podre todos sabemos, mas deve haver um jeito de lutar por essa conquista. | ||||
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| Carlos 11.05.16 09h29 | ||||
| Fabiana, como já disse "não sou fake" sou de Cuiabá e trabalho em um TCE, sei bem como andam as contas públicas, muita gente com seus limites extrapolados com a máquina pública. A fonte está secando. Os TCEs têm dinheiro sim, assim como os MPEs...existem os benefícios para o "topo" que também não concordo, mas como vcs dizem "é LEI". Aqui também já pedimos reposição, mas sabemos que a fonte de arrecadação vai mal. Estamos solicitando de municípios o enxugamento $$$ das despesas com pessoal, pois a CF88 e a LRF prevêm. Abraços, e não sou contra aumento salarial não, só não vejo oportunidade disso no momento. MINHA OPINIÃO DEMOCRÁTICA! | ||||
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| Joao Autonomo 11.05.16 09h29 | ||||
| Fabio Emanuel, se o Estado privatizasse todos os serviços que vc citou, com ctz seriam prestados de forma mto melhor e mais barata pela iniciativa privada. Agora, parem de chorar, saiam da internet e vão trabalhar!!!!! O estado deveria bloquear o acesso a site de notícias durante o expediente do servidor público. Eita povo que fica o dia todo na internet. | ||||
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| joao pc 11.05.16 08h29 | ||||
| Sou comerciante , emprego diversas pessoas e não consigo reajustar minha tabela de venda nem com a perda inflacionária , pois se agora já não estou vendendo nada , imagina com reajuste .... agora me diga : vou fazer greve na minha propia empresa ? Francamente ... | ||||
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