LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A cadela que foi arremessada do viaduto da Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), no dia 1º de julho, pode não recuperar plenamente os movimentos dos membros dianteiros, quebrados após a queda de 10 metros de altura.
Batizada de "Tigresa" por Michelle Scopel, da Organização de Proteção Animal de Mato Grosso (Opa-MT), a cadela já passou por duas cirurgias nos membros dianteiros e continua internada, em observação, no Hospital Veterinário São Francisco, em Cuiabá.

"Várias pessoas se habilitaram [para adotá-la], mas pode ser que seja uma adoção especial, porque não temos certeza se ela voltará a andar"
Os exames comprovaram que a cadelinha fraturou, além dos membros dianteiros – que, agora, estão engessados e com pinos –, uma das vértebras da coluna, o que pode comprometer a sua mobilidade.
“Ela está usando um colar cervical, mas já tenta se movimentar, fica girando no mesmo lugar. Mas o médico veterinário afirmou que ela deve ficar internada por, no mínimo, mais 20 dias. E então, teremos que ver se ela precisará passar por sessões de fisioterapia”, explicou Scopel.
Tigresa está em plena recuperação, segundo a Opa-MT, mas ainda não se alimenta bem, razão pela qual depende da nutrição parenteral.
“Ela toma soro diariamente e medicação direto na veia para diminuir as dores. Além disso, como ainda não se alimenta direto, precisa ser alimentada diretamente na veia”, disse.
A Opa-MT já recebeu diversas mensagens de pessoas interessadas em adotar Tigresa após ela ser liberada do hospital. Segundo Scopel, a idade da cadelinha é estimada em três anos, de acordo com a dentição, mas nenhuma adoção foi avaliada ainda.
“Teremos que esperar a avaliação final do médico, após a recuperação. Várias pessoas se habilitaram, mas pode ser que seja uma adoção especial, porque não temos certeza se ela voltará a andar. E não sabemos se as pessoas continuarão interessadas, nesse caso”, afirmou.
MobilizaçãoInternautas se mobilizaram nas redes sociais e criaram uma página para Tigresa no
Facebook, onde centenas de pessoas se mobilizam na realização de rifas e troca de informações sobre o estado de saúde do animal.
Os fundos angariados por meio de doações e das rifas serão usados para custear o tratamento da cadela, desde o pagamento do período de internação e das cirurgias até a medicação necessária e as sessões de fisioterapia, caso seja necessário.

"Ela está usando um colar cervical, mas já tenta se movimentar, fica girando no mesmo lugar"
Câmeras de segurançaUm boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), mas Scopel disse que ainda não teve acesso às câmeras de segurança da Avenida do CPA, a fim de tentar identificar e localizar o responsável pela queda de Tigresa do viaduto.
“Queremos assistir não apenas as câmeras da Secretaria de Estado de Segurança Pública, mas também das câmeras que estiverem instaladas em hotéis e comércios nas proximidades”, disse.
Vale ressaltar que maus-tratos a animais são considerados crimes. Caso seja condenado, o responsável poderá responder a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Ele poderá pegar uma pena que varia de três meses a um ano, além de pagamento de multa.
A pena também pode ser convertida em prestação de serviços sociais.
Doações
Quem quiser saber mais sobre o estado de saúde da Tigresa ou auxiliar no tratamento com alguma doação, basta acessar a página da Opa-MT, no
Facebook, ou entrar em contato com a Ong pelo e-mail
[email protected].
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