A participação do governador Silval Barbosa (PMDB) na campanha eleitoral deste ano é motivo de desentendimento entre os partidos políticos que formam a base aliada do Governo do Estado. A base se divide entre aqueles que querem que o chefe do Executivo suba em palanques e os que preferem que ele se mantenha neutro no processo.
Diante disso, os representantes dos partidos resolveram montar um fórum político-partidário para discutir e definir a atuação conjunta nas eleições, bem como propostas para a participação do governador no pleito. A primeira reunião do grupo já está marcada: será na próxima segunda-feira (16). O local ainda não está definido.
Enquanto alguns cobram que Silval se afaste da campanha nos municípios onde houver mais de um candidato da base do Governo, outros defendem que o governador deve apoiar o candidato de sua preferência.
Durante uma reunião com representantes dos partidos, na noite de segunda-feira (9), no Hotel Gran Odara, em Cuiabá, o vice-governador e presidente regional do PSD, Chico Daltro, defendeu que Silval possa atuar com liberdade na campanha eleitoral. Para ele, o governador não pode ser impedido de apoiar candidatos nos municípios onde a base não conseguiu, por exemplo, chegar a um consenso.
A principal voz contrária a essa proposta é a do presidente regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes.
Em diversas ocasiões, o parlamentar tem cobrado de Silval uma posição de neutralidade durante a campanha deste ano. Antes da reunião, o republicano declarou à imprensa que defenderia o afastamento de Silval nas campanhas dos municípios onde a base tivesse mais de um candidato.
O presidente regional do PP, deputado federal Pedro Henry, também havia pontuado, antes da reunião, que a participação do governador no pleito pode se tornar um problema grave e se transformar em fator de desagregação da base, se não for bem administrado.
“Gostaríamos que o governador só marcasse presença nas campanhas dos municípios onde houver convergência. Porém, nós [o PP] não chegamos a expor essa posição na reunião, porque o assunto será debatido de forma aprofundada no fórum partidário”, afirmou Henry. O deputado disse que a tentativa será de buscar convergência no maior número de municípios.
Os petistas, por outro lado, não parecem muito preocupados com o apoio de Silval. “Nossa posição é que é necessário respeitar a liberdade de cada partido”, declarou o presidente regional do PT, Willian Sampaio.
Ele informou que o fórum apresentará uma proposta para a atuação do governador na campanha, e que Cuiabá deve ser alvo de uma proposta específica, por ter uma eleição diferenciada, em dois turnos.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), nos municípios onde não houver candidatura de consenso entre os partidos da base, o fórum deve analisar cada situação individuamente e não tomar decisões "em pacote". "É preciso analisar, caso a caso, as situações de divergência. Defendemos, também, que haja uma presença mais forte do governo nos municípios", declarou.
O secretário-geral do PR, deputado estadual Emanuel Pinheiro, contou que Silval garantiu que não usará a máquina governamental nas eleições. "Além disso, ele prefere se manter distante das costuras políticas, mas dará apoio aos aliados na campanha", disse o republicano. O formato desse apoio é que entrará em discussão no fórum partidário, na segunda-feira.
Grupos de discussão
O encontro de ontem foi o primeiro a reunir, de forma institucional, os partidos da base de sustentação de Silval Barbosa, desde que ele foi eleito. Estiveram presentes os principais líderes do PMDB, PR, PT, PSD, PP e PCdoB. Os dirigentes definiram pela criação de duas instâncias de discussão: o fórum partidário e o conselho político.
O fórum se reunirá semanalmente e contará com a participação de dois membros de cada partido. O objetivo é tratar todas as questões eleitorais envolvendo alianças e participação do Governo na campanha deste ano.
O conselho político será formado por três representantes de cada sigla, e discutirá questões de Governo, como o Pacto Federativo, Lei Kandir, e cargos no Governo Federal. As reuniões serão mensais.
2 Comentário(s).
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joaoderondonopolis 10.04.12 17h04 | ||||
Governador não precisa presença em campanha e em palanque para candidatos a prefeito do PMDB e PR e para mais de 300 candidatos a vereadores, basta apoio financeiro, pergunte aos candidatos qual o valor da campanha e distribua os milhões e pronto. | ||||
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sonia p barros 10.04.12 16h09 | ||||
coloca o zilio no palanque p vc ver o tombo,,,,cuidado silval... | ||||
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