Cuiabá, Quarta-Feira, 9 de Julho de 2025
CASO VERÔNICA
13.05.2015 | 09h10 Tamanho do texto A- A+

Assassino de farmacêutica cumprirá pena em regime aberto

Thiago Andrade, 22, foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão em regime aberto

Bruno Cidade/MidiaNews-Reprodução

Verônica Louise Faria de Souza (dertalhe) foi morta com um tiro na cabeça

Verônica Louise Faria de Souza (dertalhe) foi morta com um tiro na cabeça

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
O assassino da farmacêutica Verônica Louise Farias de Souza, Thiago Jardim Andrade, de 22 anos, foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão em regime aberto. O crime ocorreu em março de 2013, no bairro Alvorada, em Cuiabá.

O júri foi realizado na terça-feira (12), no Fórum Criminal de Cuiabá, e a Justiça já expediu o alvará de soltura do acusado, que estava preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá, desde à época do crime.

De acordo com o processo, os jurados não absolveram o réu, mas entenderam que ele atirou na vítima por "violenta emoção".

O júri não reconheceu, ainda, que o crime foi cometido com recurso que dificultou a defesa da farmacêutica, como alegava a defesa da vítima.

Ao fixar a pena, a juíza Mônica Catarina Perri Siqueira considerou as consequência do crime como "trágicas e lamentáveis".

“A culpabilidade do réu é acentuada. Ao tomar conhecimento de que a vitima estava na sua residência, conversando com o seu irmão, ele foi ao encontro deles previamente armado e, irado com a discussão entre ambos, sacou a arma que trazia na cintura, a apontou para a cabeça da vitima e lhe efetuou o disparo fatal, a curta distância e na região frontal. Portanto, a conduta praticada pelo réu extrapolou a descrição da figura típica, ante a sua frieza e descontrole na execução do crime”, diz trecho da sentença.

No entanto, a magistrada entendeu que o crime foi cometido pela "injusta provocação" da vítima e que a conduta dela contribuiu para o crime.

"Pois, mesmo sob a ameaça do réu, ocorrida pouco antes do fato, no posto de combustível, ela foi até a residência dele tratar do assunto, antes de registrar a ocorrência policial”, afirmou, na decisão.

Por Thiago Andrade ser réu primário, sem antecedentes criminais e ter endereço fixo, a pena inicial de 8 anos e seis meses de prisão foi reduzida para cinco anos e dez meses em regime aberto.

“Adoto a redução mínima porque apesar da vitima ser, aparentemente, uma pessoa portadora de transtornos emocionais e, em decorrência, insistir em manter o relacionamento com o irmão do réu, jamais teve qualquer desentendimento com o réu e com os seus genitores, muito pelo contrário, era uma pessoa benquista por eles”, decidiu a juíza.

Ao MidiaNews o advogado da família da vítima, Luciano Augusto, disse que vai recorrer da decisão. Ele considerou a sentença como "absurda".

O caso

De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Thiago assassinou Verônica porque ela o denunciou por porte de arma de fogo e disparo em via pública.

Conforme o MPE, na noite do dia 8 de março, um dia antes do crime, a farmacêutica foi a um show denominado "Villa Mix", na região da Morada do Ouro, e lá encontrou com o ex-namorado, Vinicius Jardim Andrade.

No local, Verônica, que não aceitava o fim do namoro, teria discutido com o ex e pediu para seguranças retirá-lo do show.

Ainda conforme o MPE, os seguranças levaram o ex-namorado da farmacêutica para um posto localizado em frente ao local do evento. Minutos depois, Vinicius percebeu a presença da ex e ligou para o irmão ir buscá-lo.

Thiago chegou ao local armado. Ele apontou a arma para a cabeça da vítima, disse à ex-cunhada para ficar longe do irmão e chegou a disparar para o alto.

Uma gravação do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) confirma que Verônica acionou a Polícia e denunciou Thiago por porte de arma de fogo.

Em seguida, ela enviou uma mensagem para Vinícius, afirmando que iria registrar Boletim de Ocorrência contra Thiago, mas que antes gostaria de conversar com ex-namorado.

Ao chegar à porta da casa do ex, no bairro Alvorada, Vinícius e Thiago saíram na frente da residência e eles começaram a discutir, momento em que Thiago deu um tiro na cabeça da moça.

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COMENTÁRIOS
8 Comentário(s).

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Andreia Cavalcante  14.05.15 08h20
Nada de absurdo,,a vida humana não vale mais nada, queria ver se fosse parente da vítima se estaria pensando assim,,infelizmente hoje a vida humana não vale nada, as nossas leis só beneficiam alguns...Nada justifica matar uma pessoa...
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alex r  14.05.15 07h52
Perai... Vamos ver se entendi configurou apenas crime o fato dele tirar a vida da vítima... mas ele ter uma arma é crime, por não ter porte de arma, o fato da arma provavelmente não ter registro é outro crime e nada disso é julgado?
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Heitor  13.05.15 16h33
Tudo normal. não vejo nada de "absurdo" ou "injusto". Se alguém ficou descontente, que mude as Leis então, a culpa não é da justiça, nem da juíza, ela decidiu pautada na Lei.
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Welington Oliveira  13.05.15 15h07
Isso é Brasil mesmo parabéns justiça brasileira...A vida humana não vale mais nada.
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Januário freire  13.05.15 13h11
Januário freire, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas