A defesa do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra, entrou com um pedido de prisão domiciliar para depois da realização de uma cirurgia de cataratas, agendada para esta terça-feira (19), no Hospital de Olhos de Cuiabá.
Carlinhos, como é chamado, é réu confesso pelo assassinato da ex-namorada e do companheiro dela, ocorrido no ano pasado em Cuiabá.
O Ministério Público Estadual, no entanto, é contra a concessão do benefício ao empresário, e alega que a Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, onde ele está preso, tem plenas condições de oferecer o que ele precisa.
A cirurgia a qual Carlinhos Bezerra será submetido consiste em uma Facetomia com implante de lente intraocular em ambos os olhos.
A defesa do empresário alega que “como parte essencial do seu processo de recuperação, o paciente deverá permanecer, após a cirurgia, em um ambiente limpo, controlado e com baixo risco de contaminação para evitar infecções e outras complicações pós-operatórias”.
Ainda segundo a defesa, as condições estruturais da penitenciária em que o réu está preso “são absolutamente inadequadas para a sua permanência após a cirurgia oftalmológica”.
O promotor Jaime Romaquelli, no entanto, discorda do argumento e afirma que não há comprovação da extrema debilidade provocada pela doença e nem de que a cirurgia o coloque nessa situação.
“O caminho que se impõe é a denegação do pedido de prisão domiciliar, mantendo-se a prisão preventiva, pelas vastas razões expostas na sábia decisão que a decretou e a mantém, pois imprescindível para garantia da ordem pública e para assegurar o bom desenvolvimento das provas em plenário”, argumentou o promotor.
Romaquelli afirma que se Carlinhos precisa permanecer em ambiente limpo e controlado e com baixo risco de contaminação para evitar infecções, a direção do presídio pode mantê-lo em uma sala com essas características.
“Nada impede que o próprio preso promova a limpeza da sala onde irá permanecer, garantindo a limpeza e higiene exigidas”.
Outra sugestão apresentada pelo promotor é a de que o empresário seja transferido para outro presídio com maior estrutura, como “a PCE (Cuiabá), a Mata Grande (Rondonópolis) o Ferrugem (em Sinop)”, disse.
O crime
Thays Machado e Willian Moreno foram mortos no dia 18 de janeiro em frente ao Edifício Solar Monet, em Cuiabá.
Eles foram até o edifício, onde mora a mãe dela, para deixar um veículo na garagem.
Ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, as vítimas foram surpreendidas pelo assassino, que conduzia um Renault Kwid, e passou a fazer os disparos contra o casal, que morreu ainda no local.
A Politec constatou que Thays foi atingida por três disparos, sendo dois nas costas e um na altura do quadril.
Willian, mesmo atingido no braço esquerdo e no peito com três disparos, ainda tentou fugir do atirador, mas caiu na calçada, a poucos metros de Thays.
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