Cuiabá, Domingo, 22 de Junho de 2025
“POMBO CORREIO DO CRIME”
25.11.2024 | 15h40 Tamanho do texto A- A+

Conversa entre advogado e faccionado deve ser gravada, diz MPE

Deosdete Cruz ainda defende mudanças na legislação penal e cita desvantagem em luta contra o crime

Victor Ostetti/MidiaNews

O procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz Júnior

O procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz Júnior

THAIZA ASSUNÇÃO E GIORDANO TOMASELLI
DA REDAÇÃO

O procurador-geral de Justiça Deosdete Cruz Júnior defendeu a gravação de conversas entre advogados e clientes faccionados nos presídios do Estado.

 

Precisamos relativizar esse direito, sim. O advogado que está atendendo um faccionado tem que ter a sua conversa gravada

A declaração foi feita durante discurso no lançamento do programa “Tolerância Zero ao Crime Organizado”, no Palácio Paiaguás, na tarde desta segunda-feira (25).

 

Deosdete declarou que, muitas vezes, os advogados "usurpam" da profissão e se transformam em verdadeiros “pombos correio do crime”.

 

“Essas pessoas [criminosos] continuam falando lá de dentro com, muitas vezes, advogados que usurpam dessa função, que são pombos correio do crime”, disse.

 

“E aqui eu faço uma deferência à OAB, um respeito a essa instituição tão essencial a democracia, mas precisamos relativizar esse direito, sim. O advogado que está atendendo um faccionado tem que ter a sua conversa gravada para o bem da sociedade. Passou da hora de discutirmos sobre isso. Precisamos colocar o dedo nessa ferida", acrescentou.

 

Desvantagem

 

Deosdete ainda defendeu mudanças na legislação penal para combater o avanço do crime organizado. Segundo ele, os Poderes estão em desvantagem contra as facções criminosas, porque lutam com uma norma do século passado. 

 

"Nós temos enfrentado tanto no plano da Segurança Pública quanto no sistema de Justiça, instituições criminosas que se valem de técnica de guerrilha para ocupação de território, extorsão de pessoas, cobrança paralela de taxas para funcionarem. Se não nos mobilizarmos com bastante unidade e coesão, vamos perder essa guerra”, disse.

 

“Sinto como promotor de Justiça que lutamos com as mesmas armas do século atrás. Clamo aos nossos deputados que estão presentes aqui, que provoquem o Congresso Nacional a conferir aos agentes da Segurança Pública e a nós do sistema de Justiça, instrumentos equivalentes. Não dá para lutar contra um faccionado com o Código Penal da década de 40, século passado. Estamos em plena desvantagem. Vejo o esforço do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do MPE, mas penas são brandas. O processo é muito lento. São muitas instâncias recursais”, completou. 

 

Assista o discurso: 

 

 

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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Jones Manoel  26.11.24 13h24
Viajando.....
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Célia Costa Santos  26.11.24 09h37
Fim dos Tempos...
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Marcos Souza de Barros  26.11.24 06h04
Senhor procurador, penso que o Ministério Público não tem clientes como foi dita por vossa pessoa em pronunciamento `sociedade, pois, se assim fosse, teriam que serem remunerados por criminos, o que não é o caso. Tenho 33 anos de advocacia e nunca advoguei para facção, logo, esse pífio discurso, dizendo que está prestigiando a OAB, é incabível e impertinente, e, se em nome dela quiser se pronunciar, peça demissão do cargo e venha para a advocacia. O Estado não pode se curvar ao outro paralelo, pois, seria e está sendo uma vergonha. Quanto a atualização da legislação, lhe assiste razão, contudo, é atribuição de um Poder, e, esse, representa a sociedade de forma maléfica e indecente em sua maioria. A inovação da legislação é premente, mas, como é sabido por todos, desde o primeiro ano do curso de direito, a mesma é elaborada para defender poder político e econômico. A esperança do verbo esperançar existe e é concreta no seio da sociedade, contudo, alguns que nos representam, nada fazem para mudar tal panorama. Este Brasil foi entregue ao crime há muito tempo, isso, por aqueles que deviriam zerlar pela paz social. Venha para a advocacia e saberá do que estou falando. Como disse anteriormente, nunca advoguei para facção, mas, o senhor como fiscal da lei, deve respeitar o Estatuto da OAB, que diga-se de passagem é lei. Portanto, é direito do cliente, ter conversa reservada com o seu advogado constituído ,e, aqueles profissionais do direito que agem de forma criminosa, aplique-se a lei, denunciando-os como eventuais criminas, até porque, o senhor está aí para isso e é muito bem remunerado para tanto. A advocacia é essencial para a justiça, conforme apontado no livrinho chamado Constituição Federal. A advocacia merece respeito, bem como todas as outras instituições.
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FERNANDO FERREIRADA SILVA  25.11.24 21h03
Infeliz a proposta do nobre procurador....as facções não precisam de advogados atuando como pombo correios quando é de conhecimento público que celular entra com mais facilidade nas penitenciárias do que produção de pequi nos meses de novembro e dezembro.
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Graci Miranda   25.11.24 17h06
Glória à Deus 🙏🏿🙏.parabens Dr. Deosdete👏👏🏿basta ver “ativo oculto” …Tá com OAB liberada ?. Há autoridades justas igual Dr.Deosdete, Juiz João Bosco ,promotor Klebson e dr. Alexandre de Matos Guedes . Estes respeitam a Leis, leem processos e defendem os vulneráveis . Não passam mão na cabeça de organizações
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