A juíza Tabatha Tosetto, de Barra do Garças, manteve a prisão preventiva da advogada Andressa Alves de Sousa, presa nesta quarta-feira (1), alvo da Operação Laço Oculto. Ela é suspeita de atuar como “pombo-correio” de um preso de alta periculosidade de Goiás, ligado a uma facção criminosa.
Ao passar por audiência de custódia, a advogada chorou quando o representante do Tribunal das Prerrogativas da OAB-MT, Walter George Ramalho de Lima, citou que os filhos dela passaram constrangimento com sua prisão.
Antes, ela foi questionada se sofreu algum tipo de violência no momento da execução da ordem, e negou, dizendo que "foi tudo tranquilo". Andressa ainda disse que tem dois filhos, de 6 e 8 anos, e que seus familiares já sabiam que ela tinha sido presa.
A promotora de Justiça de Mato Grosso, Luciana Rocha Abrão David, manifestou pela homologação da prisão, assim como para o recambiamento de Andressa para o presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
Já defesa pediu a transferência da advogada para Goiânia, comarca de origem do processo, enquanto Walter requereu que ela fosse mantida em uma sala de Estado Maior em um batalhão do Corpo de Bombeiros ou da Polícia MIlitar em Barra do Garças.
"Único requerimento nosso é que ela seja alocada imediatamente em sala de Estado Maior ou equiparado, de preferência o mais próximo possível dos seus filhos [...] para tentar que essa decisão de Vossa Excelência seja cumprida de forma que traga o mínimo de prejuízo para os filhos dela, que já passou constrangimento enorme", disse o advogado.
"A gente sabe que, de uma forma ou de outra, as crianças já estão abaladas de alguma maneira. Garantir a ela essa prerrogativa de estar alocada o mais próximo de seus menores, seus filhos dependentes, é garantir também o mínimo de abalo psicológico a essas crianças", completou.
A magistrada oficiou a Administração Penitenciária Estadual para viabilizar o encaminhamento da advogada à sala de Estado-Maior, preferencialmente próxima à Comarca de Barra do Garças.
A investigação
As investigações apontaram que a advogada repassava mensagens e orientações do detento para outros integrantes da facção, além de recolher valores em dinheiro a mando do preso, oriundos de atividades ilícitas da organização criminosa, extrapolando, assim, seus deveres e atribuições constitucionais como advogada.
Foram cumpridas as seguintes ordens judiciais: um mandado de prisão preventiva, em desfavor da investigada, pelo crime de constituição de organização criminosa; e um mandado de busca e apreensão, realizado em sua residência e local de atuação, na cidade de Barra do Garças.
A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Estado de Goiás, com atuação conjunta do núcleo de Barra do Garças (a 510 km de Cuiabá). A força-tarefa é composta pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.
Veja vídeo:
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