Cuiabá, Sábado, 5 de Julho de 2025
GRAMPOLÂNDIA
14.12.2018 | 16h13 Tamanho do texto A- A+

Justiça retira tornozeleira de PMs, que podem voltar ao trabalho

Eles continuam proibidos, no entanto, de se ausentar de Cuiabá sem aviso prévio ao juízo

Alair Ribeiro/MidiaNews

O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Militar do Fórum de Cuiabá

O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Militar do Fórum de Cuiabá

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A Justiça Militar decidiu, nesta sexta-feira (14), revogar parte das medidas cautelares impostas ao ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros e o cabo Gerson Correa.

 

Eles são réus da ação penal que apura um susposto esquema de grampos operado em Mato Grosso.

 

A decisão foi tomada pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar do Fórum de Cuiabá, e acompanhada pelo Conselho de Sentença, formado por quatro coronéis.

 

De acordo com a decisão, as medidas cautelas revogadas foram: uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e finais de semana, comparecimento mensal em juízo, além das proibições de adentrar em repartições públicas. Com isso, conforme a decisão, eles poderão voltar ao trabalho normalmente na Polícia Militar.  

 

No caso do cabo Gerson, em específico, também foi revogada a medida que o obrigava a dormir em batalhão. 

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Zaqueu Barbosa 26-03-2018

O ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa

Todos continuam proibidos, porém, de se ausentar da Grande Cuiabá sem a autorização judicial e deverão comparecer a todos os atos do processo aos quais forem convocados.

 

"Grampolândia"

 

O caso dos grampos veio a público em maio do ano passado.  

 

Os grampos clandestinos militares tinham a finalidade de espionagem política, escuta de advogados no exercício de sua função, jornalistas, desembargadores, deputados e médicos. Estima-se que foram grampeados ilegalmente entre 80 e 1000 terminais.

 

Gerson foi o único a confessar o crime. Ele afirmou que chegou a operar as escutas ilegais dentro do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), local onde atuava.

 

“Nesse período, eu estava lotado no Gaeco, fazia dupla jornada. Com o surgimento da plataforma Sentinela, facilitou muito o trabalho porque o acompanhamento era operado pela web. Então, eu realizava algumas escutas na sede do Gaeco mesmo”, afirmou.

 

Segundo Gerson Correa, foi o cabo PM Euclides Luiz Torezan, também envolvido na trama, quem instalou o sistema em seu computador no Gaeco, para que ele pudesse ouvir os grampos dentro da instituição.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Cabo Gerson Correa 09-02-2018

O cabo Gerson Correa foi o único a confessar o esquema de grampos

Do Gaeco, Gerson teria passado a operar os grampos de uma sala comercial, localizada na Rua Desembargador Ferreira Mendes, nº 235, na região central de Cuiabá. Lá, ele teve ajuda de outros quatros militares.

 

As interceptações, segundo ele, só foram interrompidas após o promotor de Justiça Mauro Zaque – que descobriu o esquema - interrogar os coronéis Zaqueu Barbosa e Airton Siqueira sobre o caso. 

 

Julgamento marcado 

 

Em novembro, o juiz Marcos Faleiros designou para os dias 20, 21 e 22 de março de 2019 o julgamento do caso. 

 

Na ocasião, serão julgados todos os réus do esquema: cabo Gerson Correa; o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa; os coronéis Evandro Alexandre Lesco e Ronelson Barros, ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar, e o coronel Januário Batista.

 

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