Cuiabá, Quarta-Feira, 29 de Outubro de 2025
ALVO DE OPERAÇÃO
29.10.2025 | 07h00 Tamanho do texto A- A+

Justiça solta amigo de líder de facção e determina cautelares

Emerson Ferreira Lima, conhecido como “Gordinho”, deverá usar tornozeleira eletrônica

Reprodução

O acusado Emerson Ferreira Lima, conhecido como “Gordinho”, que foi solto mediante cautelares

O acusado Emerson Ferreira Lima, conhecido como “Gordinho”, que foi solto mediante cautelares

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O Tribunal de Justiça revogou a prisão preventiva de Emerson Ferreira Lima, conhecido como “Gordinho”, e determinou uso de tornozeleira eletrônica. Ele estava preso desde o dia 10 de setembro, por embaraço das investigações no âmbito da Operação Tempo Extra.

 

A decisão é do desembargador Wesley Sanchez Lacerda, da Primeira Câmara Criminal de Cuiabá.

 

Ainda foram determinadas medidas cautelares como comparecimento bimestral em juízo, recolhimento domiciliar noturno, proibição de deixar a Comarca sem autorização, comunicação de mudança de endereço e monitoramento eletrônico. 

 

Emerson se tornou réu por integrar organização criminosa em 9 de outubro, após o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá acolher denúncia do Ministério Público Estadual (MPE).

 

O acusado, segundo o MPE, tem forte vínculo com Paulo Witer Farias, o "WT", tesoureiro e um dos líderes da maior facção criminosa do Estado, que foi preso em abril de 2024, na operação Apito Final. Ele foi condenado a mais de 30 anos de prisão.

 

Em setembro, ele foi alvo de busca e apreensão na Operação Tempo Extra, da Polícia Civil, ocasião em que foi preso em flagrante após tentar quebrar dois celulares.

 

Conforme o MPE, Emerson percebeu a aproximação dos policiais, correu até o banheiro do quarto do casal e arremessou dois aparelhos celulares no telhado do vizinho.

 

Ainda de acordo com os autos, após conseguirem recolher os celulares, os policiais perceberam que um deles foi danificado na queda, enquanto o outro não havia sofrido nenhum dano. Ambos os celulares foram encaminhados para perícia.

 

"Ademais, na residência foram localizados bonés, camisetas e um anel dourado, todos exaltando o denunciado Paulo Witer, o que evidencia o real motivo de se desfazer dos aparelhos, embaraçando a investigação", escreveu o MPE.

 

Apito Final

 

Deflagrada em abril de 2024 pela Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializda em Repressão ao Crime Organizado (Draco), a operação revelou um esquema de lavagem de dinheiro estimado em mais de R$ 65 milhões. Na ocasião, foram cumpridas 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.

 

A investigação, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal utilizava diversas pessoas — entre amigos, familiares e advogados que atuavam como ‘laranjas’ — para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.

 

Tempo Extra

 

A operação é considerada uma extensão direta da Apito Final, já que os alvos de ambas as operações são praticamente os mesmos, o que reforça a tese de continuidade das atividades criminosas por parte do grupo.

 

A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo, impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de capitais.

 

Segundo o Ministério Público, Emerson tentou embaraçar a investigação ao jogar dois celulares no telhado do vizinho durante busca e apreensão. Um aparelho foi danificado; o outro enviado à perícia. Na casa, a polícia encontrou bonés, camisetas e um anel com símbolos de Paulo Witer, reforçando o vínculo com o grupo.

 

A Tempo Extra mira asfixiar financeiramente a organização, impedindo que o grupo retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de dinheiro.

 

Com a decisão do juiz, Emerson cumpre agora restrições rigorosas enquanto o processo segue em andamento, sempre sob supervisão da Justiça.

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Wanderley   29.10.25 10h23
Depois não sabemos porquê o crime organizado avança????
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