Cuiabá, Segunda-Feira, 27 de Outubro de 2025
"PERIGO DE REINCIDÊNCIA"
27.10.2025 | 11h50 Tamanho do texto A- A+

Juiz recebe denúncia e mantém prisão de "herdeiro" de facção

Joseph teria exercido papel estratégico na reestruturação financeira da facção após Operação Apito Final

PJC-MT

Joseph Junior (no detalhe), foi preso em setembro deste ano, acusado de liderar facção criminosa em Cuiabá

Joseph Junior (no detalhe), foi preso em setembro deste ano, acusado de liderar facção criminosa em Cuiabá

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

A Justiça de Mato Grosso tornou réu Joseph Ibrahim Khargy Junior, conhecido como “herdeiro” de uma facção criminosa e alvo da Operação Tempo Extra. Ainda rejeitou pedido de revogação de prisão preventiva.

 

A decisão do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, foi publicada nesta segunda-feira (27). 

 

Segundo a Polícia, Joseph exerceu papel estratégico na reestruturação financeira da facção após os bloqueios e prisões da Operação Apito Final, além de ser responsável por auxiliar na fuga de comparsas, sendo um suporte logístico de criminosos. 

 

Salienta-se que a própria natureza permanente do crime de integrar organização criminosa – cujos desdobramentos da cadeia delitiva inicial subsistem e se protraem no tempo – reforça a contemporaneidade do periculum libertatis

A defesa sustentou que a prisão não seria mais necessária após a denúncia. Ainda ressaltou que o caso não é recente e que há motivos pessoais favoráveis, como ter casa fixa, emprego e ser pai de uma criança.

 

Porém, conforme pontuado pelo juiz, a prisão se mantém devido à gravidade dos fatos e ao risco de reiteração delitiva. Joseph virou réu por integrar organização criminosa.

 

"Salienta-se que a própria natureza permanente do crime de integrar organização criminosa – cujos desdobramentos da cadeia delitiva inicial subsistem e se protraem no tempo – reforça a contemporaneidade do periculum libertatis dos membros da facção e autoriza a segregação cautelar, mesmo quando decorridos anos entre os fatos delituosos e a conclusão das investigações, uma vez que os faccionados tendem a seguir fazendo parte da ORCRIM indefinidamente, assim não cessando o risco à ordem pública com o mero decurso do tempo", escreveu.

 

Quando ao recebimento da denúncia, o magistrado ressaltou que existem elementos apresentados pelo Ministério Público Estadual (MPE), como vídeos e áudios em que Joseph reconhece sua participação na facção, movimentações financeiras em contas de familiares e a aquisição de um veículo de R$ 40 mil, supostamente de origem ilícita.

 

“A despeito de se tratar de prova indiciária e unilateral, as provas mencionadas na denúncia são elementos suficientes para o desencadeamento da ação penal, tendo em mente que nesta fase processual o juízo é de prelibação e o princípio vigente é ‘in dubio pro societate’.”

 

Na decisão, o magistrado ainda determinou que o MPE proceda à alienação antecipada dos valores e bens, com o objetivo de evitar tumulto processual e dar mais celeridade ao trâmite da ação penal.

 

"Desse modo, permanecendo hígidos os fundamentos que ensejaram a decretação da prisão preventiva, notadamente a garantia da ordem pública diante do risco concreto de reiteração delitiva e da necessidade de desarticular a organização criminosa, a manutenção da segregação cautelar é medida que se impõe, mostrando-se insuficientes, por ora, as medidas cautelares diversas da prisão", decidiu.

 

A operação

 

A Operação Tempo Extra, deflagrada em 10 de setembro, é considerada uma extensão da Operação Apito Final, em abril de 2024, na qual foi realizada a prisão de Paulo Witer Farias Paello, conhecido como “W.T.”. No esquema de W.T, mais de R$ 65 milhões foram movimentados pelo bando.

 

A nova fase da operação cumpriu 15 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça do Juízo das Garantias, sendo um mandado de prisão preventiva, 10 mandados de busca e apreensão, três de sequestro de veículos e uma suspensão de atividade econômica, além de bloqueios de valores em contas bancárias, no valor de R$ 1 milhão.

 

A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo e impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico de drogas e a lavagem de capitais.

 

Conforme a Polícia, Joseph teria ficado responsável por “ritmar” uma área em Cuiabá, ou seja, organizar e coordenar operações de distribuição e vendas de drogas, bem como o cadastro de contribuintes comparsas em favor do grupo, com o objetivo de aperfeiçoar os ganhos e minimizar os riscos de prejuízos.

 

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