Cuiabá, Segunda-Feira, 21 de Julho de 2025
BRIGA POR TERRA
21.07.2025 | 17h02 Tamanho do texto A- A+

MPE: acusada teria dito que Nery não viveria para gastar dinheiro

Denúncia aponta que Julinere Goulart Bentos tinha profundo ressentimento de advogado assassinado

Reprodução

A empresária Julinere Goulart Bentos, que está presa desde o dia 9 de maio

A empresária Julinere Goulart Bentos, que está presa desde o dia 9 de maio

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

A empresária Julinere Goulart Bentos, suspeita de ser mandante do homicídio do advogado Renato Nery, ocorrido em julho do ano passado, em Cuiabá, teria proferido ameaças à vítima dias durante disputa judicial de terras que travava contra Nery. 

 

A informação consta na denúncia do Ministério Público Estadual contra ela e seu marido César Jorge Sechi pela morte do advogado.

Posteriormente ao óbito da vítima, a referida testemunha declarou compreender que a ameaça havia se concretizado

 

Conforme o MPE, o jornalista Cláudio Roberto Natal Júnior testemunhou que teria ouvido de Julinere que o advogado "não ia viver para gastar o que tomou dela". Cláudio foi preso no dia 26 de maio, na Capital, por suspeita de alteração de documentos e assessoramento a escritórios de advocacia ligados aos suspeitos do crime.

 

Segundo a denúncia, Julinere nutria "profundo ressentimento" por Nery, ao ponto que "exteriorizava publicamente sua indignação e animosidade contra a vítima, chegando ao extremo de proferir ameaças de morte de natureza inequívoca".  

 

"[...] Consoante o relato da testemunha Cláudio Roberto Natal Júnior, durante o transcurso das disputas judiciais, a denunciada Julinere asseverava que "ele não ia viver para gastar o que tomou dela". Posteriormente ao óbito da vítima, a referida testemunha declarou compreender que a ameaça havia se concretizado", consta em trecho do documento.

 

"Evidenciou-se, destarte, que a denunciada Julinere Goulart Bentos, tomada por inconformismo diante de decisão judicial que beneficiou a vítima Renato Gomes Nery, articulou os contatos necessários para viabilizar sua execução. Ademais, no curso das investigações, a referida denunciada confessou, de forma informal, sua participação como autora intelectual do homicídio [...]". 

 

Julinere e seu marido, César Jorge Sechi, foram presos no dia 9 de maio, em Primavera do Leste, e foram indiciados no dia 11 de julho por homicídio qualificado por motivo torpe, promessa de recompensa, emprego de meio que possa resultar em perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

 

A motivação

 

Conforme revelado pela Polícia Civil, o casal de empresários e Renato Nery travavam uma batalha judicial pela posse de terras no Município de Novo São Joaquim, avaliadas em mais de R$ 30 milhões.

   

O processo envolveu a reintegração de posse das áreas que Nery recebeu a área como pagamento de honorários advocatícios de ação em que atuou por mais de 30 anos.

   

Outros envolvidos

 

No âmbito da investigação do homicídio de Nery, foram indiciados na primeira etapa os policiais militares da Rotam que teriam forjado um confronto para plantar com supostos criminosos a arma utilizada para matar o advogado. 

 

Identificados como Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins, os PMs foram indiciados em 30 de abril por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.

 

No dia 1º de maio, Heron Vieira, acusado de ser articulador do crime, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado como autor dos disparos, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

 

Já em 23 de junho, os PMs Jackson Barbosa e Ícaro Nathan Santos Ferreira, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado por promessa de recompensa, emprego de meio que possa resultar perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa vítima.

 

O homicídio 

 

Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por um disparo na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. 

 

Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.

 

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