Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
CRIME ABOMINÁVEL
26.03.2025 | 17h45 Tamanho do texto A- A+

Mulher que matou grávida é denunciada por oito crimes; veja quais

Promotor disse que vítima foi tratada como mero objeto reprodutor e sofreu antes de morrer

Reprodução

Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, que confessou ter matado adolescente para roubar seu bebê

Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, que confessou ter matado adolescente para roubar seu bebê

DA REDAÇÃO

O Ministério Público Estadual denunciou, nesta quarta-feira (26), Nataly Helen Martins Pereira por feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.

 

Nataly realizou uma cesárea improvisada na vítima ainda com sinais vitais,  causando-lhe sofrimento físico intenso e desproporcional

Ela é acusada de matar a adolescente E.B.A.S., de 16 anos, que estava grávida de nove meses, no dia 12 de março deste ano.

 

Conforme o MPE, a denunciada atraiu a vítima sob o pretexto de doar roupas para a bebê, a imobilizou e asfixiou, causando-lhe a morte e colocando em risco a vida do feto.

 

“Nataly realizou uma cesárea improvisada na vítima ainda com sinais vitais, sem qualquer anestesia ou procedimento para minimizar a dor, causando-lhe sofrimento físico intenso e desproporcional”, narra a denúncia.

 

Após retirar a criança do ventre da vítima e cometer o feminicídio, Nataly ocultou o cadáver de Emelly, enterrando-o no quintal da residência e se apresentou no hospital como parturiente.

 

Entretanto, exames revelaram que ela não havia dado à luz recentemente. A denunciada teria ainda limpado o local do crime para remover vestígios e utilizado o celular da adolescente para enviar mensagens falsas aos familiares, bem como falsificado um exame de gravidez para simular estar grávida.

 

Para o promotor de Justiça Rinaldo Segundo, o crime praticado configura feminicídio, pois foi cometido com evidente menosprezo à condição de mulher da vítima.

 

Nataly tratou Emelly como um mero objeto reprodutor, um ‘recipiente’ para o bebê que desejava

“Nataly tratou Emelly como um mero objeto reprodutor, um ‘recipiente’ para o bebê que desejava, demonstrando total desprezo pela sua integridade corporal e autodeterminação".

 

"A conduta de Nataly revela a coisificação do corpo feminino, reduzindo-o à sua função reprodutiva, como evidenciado pelo fato de ter mantido contato com a vítima por meses apenas com o intuito de monitorar o desenvolvimento da sua gestação e, no momento oportuno, apropriar-se violentamente do fruto de seu ventre”, argumentou.

 

O promotor de Justiça acrescentou que a mudança interpretativa e o fato de ter tipificado a conduta da denunciada como feminicídio “não altera o brilhante e célere trabalho da Polícia Judiciária Civil, através de seus delegados de polícia, investigadores e escrivães”.

 

Segundo apurado durante as investigações, Nataly é mãe de três filhos homens e desejava ter uma menina. Como já tinha feito laqueadura, mapeou mulheres grávidas de meninas. Ela manteve contato com a vítima por meio de um grupo de WhatsApp destinado à troca e doação de itens para bebês e atraiu a vítima para o local do crime com o falso pretexto de doar roupas.

 

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