Os policiais civis que investigaram um suposto esquema de desvio de recursos na Saúde de Sinop montaram um "organograma" mostrando a função de 18 dos 34 investigados.

Conforme uma tabela anexada na decisão que ordenou as buscas e prisões na Operação Cartão-Postal, o grupo teria três líderes: o advogado Hugo de Castilho, seu sócio Jefferson Geraldo Teixeira e o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues.
Segundo o documento, Célio era “responsável por intermediar o contato do grupo criminoso com agentes públicos do ‘alto escalão’ na pasta da saúde” de Sinop.
Hugo, Célio e Jefferson foram presos na operação. Além deles, a Justiça também decretou as prisões de Roberta Arend Rodrigues Lopes, Elizangela Bruna da Silva e João Bosco da Silva.
A tabela ainda tem nomes de servidores, funcionários de empresas envolvidas e pessoas que teriam recebido valores em suas contas para suposta lavagem de capitais provenientes do esquema, conforme a Polícia Civil.
Outro que aparece no organograma é o procurador-geral de Sinop Ivan Schneider, que foi afastado cargo pela Justiça. "Ao que tudo indica, possui laços estreitos com membros da organização criminosa. Teria ameaçado veladamente o colaborador ao ser cientificado da atuação da organização criminosa em Sinop", diz o documento.
Deflagrada na quinta-feira (19), a operação investigou uma suposta organização criminosa instalada, desde junho de 2022, na gestão da Saúde de Sinop. Os contratos investigados somam mais de R$ 87 milhões.
A operação começou após a colaboração premiada do médico e empresário Luiz Vagner Silveira Golembiouski. Ele revelou o pagamento de "retornos financeiros" ao advogado Hugo Castilho por conta de um contrato superfaturado de prestação de serviços médicos na cidade.
Luiz Vagner, que é dono da empresa Med Clin Serviços Médicos Ltda, firmou um acordo de delação e prestou depoimentos à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e ao Ministério Público Estadual.
Ele admitiu que integrou a organização criminosa no fim do ano passado e repasou, entre os meses de novembro de 2022 e janeiro de 2023, o montante de R$ 877 mil a Hugo Castilho, um dos donos do Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP) e que foi preso nesta quinta.
O IGPP gerenciava a saúde de Sinop e contratou a Med Clin para fornecer médicos plantonistas. Segundo o delator, parte dos recebimentos da sua empresa foi devolvida a Castilho como "retorno financeiro" para que o contrato fosse mantido.
Um percentual do dinheiro era pago para terceiros, levando a Polícia Civil a acreditar que estes beneficiários atuaram para lavar o dinheiro do esquema.
Veja quadro:

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