"Rapaz, fecha tudo... Tranca tudo, tudo, tudo". O aviso foi feito por uma mulher, não identificada, ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB), no dia 15 de setembro de 2015, data em que foi deflagrada a Operação Sodoma.
A ligação foi feita de um telefone celular do irmão de Silval, Antônio da Cunha Barbosa Filho. Segundo o relatório da interceptação feita pela Polícia Civil, a mensagem caiu na caixa postal do ex-governador.
Naquele dia, Silval seria preso, junto com os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi. Considerado foragido, ele se entregou dois dias depois.
Os três continuam presos no Centro de Custódia de Cuiabá, acusados de liderar um esquema que teria lucrado R$ 2,6 milhões, entre 2013 e 2014, por meio de cobrança de propina para a concessão de incentivos fiscais pelo Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).
Sem sinal
A ligação ocorreu às 14h21 e, no minuto seguinte, o celular de Silval Barbosa parou de emitir o sinal que identificava sua localização, indício de que teria sido desligado.
“Depois das 14h22, o telefone já não registra mais nenhuma ERB [Estação Rádio Base]. Foram realizadas diligências em várias regiões da Capital e de Várzea Grande, nos aeroportos de Várzea Grande, Santo Antônio do Leverger e Aeródromo Bom Futuro e nenhuma informação foi levantada sobre o paradeiro de Silval Barbosa”, diz trecho do relatório da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil.
O relatório policial também mostrou que, no dia anterior à operação, na tarde do dia 14 de setembro, Pedro Nadaf e Silval Barbosa trocaram mensagens via WhatsApp, em que ficaram de conversar mais tarde.
A conversa ocorreu horas após o suposto encontro de Nadaf com o delegado Anderson Garcia, suspeito de ter vazado detalhes da Operação Sodoma ao ex-secretário.
Nadaf: Estou indo no escritório do Horácio no Santa Rosa, em frente ao escritório do César Zilio.
Silval: Ok. Podemos falar mais tarde.
Nadaf: Ok.
O ex-governador também enviou uma mensagem ao ex-secretário Marcel de Cursi, via WhatsApp, na noite daquela data, convidando-o a participar de uma reunião em sua casa no dia 15 de setembro, às 8 horas.
Silval confirmou a presença e disse que também trataria sobre a CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa, em que ele deveria depor na mesma data, no período da tarde.
Silval: Podemos falar amanhã cedo?
Marcel: Sim. Onde?
Silval: Pode ser aqui em casa.
Nadaf: Que horas?
Silval: Se for possível 8 horas.
Nadaf: Ok. Combinado
Silval: Assunto algumas informação (sic) da CPI fiscal. Vou amanhã às 14h.
“Cabe ressaltar que esta conversa foi excluída do aparelho de celular, mostrando a intenção de ocultar esse diálogo”, relatou o documento.
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1 Comentário(s).
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BRANCO 21.02.16 06h09 |
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