Cuiabá, Domingo, 13 de Julho de 2025
ALFREDO MENEZES
11.01.2018 | 21h00 Tamanho do texto A- A+

Agro, Nasa e o futuro

O futuro se mostra interessante. Falta transporte e que parte da produção seja industrializada, como faz a Argentina

Nasa, a agência espacial norte-americana, criou um mapa sobre uso do solo em cada país no mundo para o setor agrícola. Chama Global Food Security Analysis, Global Croplands ou terras cultivadas no mundo.

 

Segundo a agência, o Brasil cultiva 63.994.479 hectares ou 7.6% do território nacional. Outra pesquisa, feita pela Embrapa Territorial, encontrou que se cultivam em 65.913.738 hectares ou 7.8% do país. Uma diferença a mais de 0,2%.

 

Se forem acrescentadas áreas com reflorestamentos chegaria a 76.054.313 hectares ou 9% do território brasileiro.

 

Enquanto era a empresa brasileira que falava muitos não acreditavam no assunto, aqui e no exterior. Agora, a Nasa confirma os números, aliás, achou até um pouquinho a menos do uso do solo que a Embrapa.

 

A pesquisa da Nasa mostra ainda que os países da União Europeia usam entre 45 e 65% de seus territórios para cultivo. Os EUA 17,4 %, a Rússia, com muito gelo, 9.5% e, número sugestivo, a Austrália somente 4.5%.

O que encabula é o setor do agro, aqui e fora, não aproveitar os números da Nasa para vender outro Brasil (MT no meio), primeiro, para o brasileiro dos grandes centros urbanos, depois para o exterior

 

Associando esta pesquisa com outra, o Brasil usa 7.8% do seu território com agricultura, mais 21.2% com pastagens e 1.2 % com florestas plantadas. O uso agropecuário chegaria a 30.2% do país.

 

Os EUA ocupam 17.4 % com agricultura, 29% com pastagens e, dá um baile no Brasil, com 27.9% de florestas plantadas. Usam 74.3% com agropecuária.

 

Apenas como curiosidade nesse assunto de ocupação de solo: no Brasil os indígenas ocupam 13.8% do território; nos EUA, somente 2.3%.

 

Comenta-se que o Brasil possui 40% da área no mundo que resta para ser plantada. Número que impressiona, num mundo que tem cada dia mais necessidade de comida. A realidade atual e futura mostra isso.

 

A China tem 1.3 bilhão de habitantes e continua a tirar gentes da pobreza. Fala-se que a China incorporará, em mais alguns anos, outras 300 milhões de pessoas ao mercado consumidor.

 

E a primeira coisa que alguém faz quando ascende na vida é melhorar sua qualidade de comida.

 

A Índia tem quase a mesma população da China, mas é mais pobre. Mas, ultimamente, a Índia tem crescimento econômico maior que o da China. Milhões de indianos estão fazendo o mesmo caminho que os chineses fizeram alguns anos atrás.

 

A soma disso, dizem os entendidos no assunto, é que o setor agropecuário tem ainda pela frente um crescimento constante de mais 30 anos. Tem espaço enorme para continuar crescendo, portanto.

 

Mato Grosso é o estado que mais tem terras disponíveis para a agropecuária no Brasil. No momento, 16 milhões de hectares já poderiam ser incorporados ao processo.

 

O futuro se mostra interessante. Falta transporte e que parte dessa produção seja industrializada no estado, como faz a Argentina.

 

O que encabula é o setor do agro, aqui e fora, não aproveitar os números da Nasa para vender outro Brasil (MT no meio), primeiro, para o brasileiro dos grandes centros urbanos, depois para o exterior.

 

Isso hoje vale dinheiro, se continuar a preservação.

 

ALFREDO DA MOTA NENEZES é historiador e analista político em Cuiabá.

[email protected]

www.alfredomenezes.com

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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Ferreiro  12.01.18 04h44
Antonio Wagner Oliveira CSB MT, nessa mesma lógica, plantar abacaxi, tomate por anos a fio não degradaria o solo? Baseado em quê, vc afirma que se planta soja por anos a fio num mesmo solo? Sei não. Vejo muito agricultor fazendo rotação de culturas. Talvez em outros tempos, vc poderia ter alguma razão.
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Nelson  11.01.18 13h46
Segundo a mesma EMBRAPA O Brasil, embora ainda enfrente perdas elevadas na fase pós-colheita, também apresenta elevado desperdício no final da cadeia. As evidências mostram o Brasil como um país que alia características de países em desenvolvimento, no que diz respeito às perdas dentro das propriedades rurais e no escoamento da produção, com hábitos de consumo de países ricos, caracterizados pelo elevado descarte de alimentos no final da cadeia. Ainda conforme o PNUMA Parte do mundo passa fome, mas não apenas por falta de comida. Um terço da produção de alimentos no planeta é desperdiçado entre a colheita e a mesa do consumidor. No Brasil, quarto maior produtor mundial de alimentos, 50% do estoque se perde na cadeia de distribuição. Conforme o PNUMA um terço do que é produzio é perdido entre a colheita e a mesa dos consumidores. O Brasil ´que é o 4º maior produtor de alimentos o desperdicio chega a 50 %. E ainda do que resta cerca de 40% se perdem na cadeia de consumo e feiras livres. O colunista fala em aumentar a produção mas precisamos é melhorar a distribuição e nossos habitos. Acontece o mesmo que roubar e não dar conta de carregar.
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Antonio Wagner Oliveira CSB MT  11.01.18 10h04
Engraçado, eu viajo todo mato grosso e não vejo uma plantação de tomate, de melancia, de abacaxi ou de qualquer coisa comestível interior adentro. o que vemos são quilômetros e quilômetros de solo devastado pela monocultura da soja. Solo este que em alguns anos estará esgotado e inviável para o plantio de alimentos consumíveis pela população. Não sei tbm onde essa riqueza toda do agronegócio está gerando recursos tributários para o estado, já que são isentos da maioria dos tributos. è uma pergunta que não quer calar!
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