A incontinência urinária ou perda involuntária de urina é um sério problema de saúde que afeta milhões de pessoas e pode ocorrer em qualquer idade, tendendo a manifestar-se mais freqüentemente nas mulheres (20 a 35%) que nos homens (10 a 15%), e a partir dos 50 anos.
As alterações do processo de envelhecimento favorecem a incontinência urinária, mas é importante destacar que qualquer perda de urina não é normal.
No idoso, as perdas urinárias podem ser resultantes de uma hiperatividade do músculo da bexiga que gera vontade repetida e repentina de urinar, muitas vezes não dando tempo de chegar ao banheiro (denominada incontinência de urgência). Outra alteração comum, é a fraqueza dos músculos pélvicos (períneo), que podem resultar em perdas urinárias ao tossir, espirrar ou fazer algum esforço (denominada incontinência urinária de esforço).
Existe ainda a incontinência funcional, que, por uma condição física, pode dificultar a chegada do idoso ao banheiro, e assim, perder urina.
As alternativas de tratamento conservador têm grande efeito, além de não serem invasivas. Orientações como: não ingerir grande quantidade de líquidos após as 18h, suprimir o uso de irritantes vesicais (cafeína, álcool e nicotina), estabelecer horários de micção programados e promover o esvaziamento completo da bexiga em cada micção, podem diminuir os sintomas.
Outro recurso é a fisioterapia, que por meio de seu conhecimento específico e suas técnicas de reeducação perineal, fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico (exercícios de Kegel, cones vaginais, eletroestimulação), neuromodulação (biofeedback), treinamento vesical e cinesioterapia consegue controlar ou até reverter o quadro da incontinência. Alguns medicamentos também podem ser indicados, assim como alguma intervenção cirúrgica.
A incontinência urinária merece atenção pois afeta a esfera física, psicoemocional e social das pessoas, que constrangida, pode ter receio de expor seu problema para um profissional ou familiar, e afastar-se do convívio social. No idoso isso é muito mais sério, pois favorece as infecções de urina, facilita a formação de lesões na pele, afeta o sono do idoso e predispõe as quedas, afetando diretamente sua funcionalidade e qualidade de vida.
Francielle Fialkoski é fisioterapeuta, especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, mestre em Saúde Coletiva. Responsável pelo serviço de fisioterapia da Vital Sênior, no Espaço Più Vita, Cuiabá-MT.
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