Cuiabá, Sexta-Feira, 19 de Dezembro de 2025
FRANCISNEY LIBERATO
19.12.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

Inflação

É a perda gradativa do nosso poder de compra

Você acha que a inflação tem grande impacto na sua vida?! Se respondeu sim, acertou. A inflação está presente no Brasil, como também em muitos países. Vamos entender melhor como é a sua funcionalidade no nosso mundo.

 

A inflação aumenta os preços da gasolina, carne, gás de cozinha etc. Ela reduz o seu poder de compra. Exemplo: se você guardar R$ 100,00 em janeiro de 2022 para fazer algumas compras no mês de março e nesse período houver inflação de 3%, significa que, em linhas gerais, aqueles R$ 100,00 valerão 97%, ou seja, R$ 97,00, o que, por conseguinte, gera perda do poder de compra.

 

Em síntese: quando os bens e produtos a sua volta ficam mais caros, o seu poder de compra diminui. Em outras palavras, o seu dinheiro passa a valer menos. A inflação é um termômetro para avaliar a economia de um país.

 

O índice de inflação visa analisar o comportamento geral dos preços, as tendências do mercado, as diferenças entre cada região do país e também para formular políticas econômicas da nação.

 

Os institutos realizam as pesquisas nas principais cidades do país para verificar o aumento dos preços dos principais itens da cesta básica da maioria da população brasileira. Os produtos vão desde alimentação até combustível, gás, transporte, entre outros usados no dia a dia.

 

Por que os preços aumentam? Temos vários motivos, tais como: quando há muita demanda por um produto e pouca oferta para suprir essa necessidade, aumento dos custos dos produtos, emissão do papel-moeda, ou seja, mais impressão e mais dinheiro circulando, taxa de juros que o governo utiliza para controlar a inflação, quando uma empresa consegue o monopólio ou amplo controle de um produto ou área do comércio, ela passa a controlar a variação de preços nesse setor etc.

 

Os principais índices de inflação no Brasil são elaborados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), IPC (Índice de Preços ao Consumidor); IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo); INCC (Índice Nacional de Preços da Construção Civil); IGP (Índice Geral de Preços); IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Há também índices elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). E por fim, o índice elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo: IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

 

São vários os fatores que fazem com que a inflação aumente em um país. São eles: crise sanitária, como a da pandemia, guerra entre países (ex.: Rússia x Ucrânia), aumento da inflação em vários países, contas públicas do país, taxa básica de juros do governo etc.

 

Na história do Brasil, tivemos exemplos de inflação bem alta. Veja as maiores, destacadas pelo site “Einvestidor”: “Inflação nos anos 1980: a inflação ultrapassa 1.900% em 1989. Motivos: a crise mundial veio forte com o desequilíbrio da balança comercial. A dívida externa triplicou e a interna piorou 400 vezes mais.

 

Soluções: Plano Cruzado com congelamento de preços. Plano Bresser visando deter a aceleração da inflação com políticas monetárias e fiscais. Plano Verão, para uma contração da demanda e desindexação com uma nova unidade de valor. Inflação nos anos 1990: depois de atingir o recorde acima dos 2.400% ao ano, a inflação oficial fechou 1999 com 9%. Motivos: vestígios da década anterior com planos malconduzidos, sem apoio político e contas desajustadas. Soluções: Plano Collor I e II com o confisco da poupança e fracasso imediato; Plano Real com ajuste fiscal prévio, desindexação da economia e abertura econômica do Brasil para barrar a ‘inflação galopante’ do fim da década de 1980; reforma monetária e uma boa equipe econômica no controle”.

 

Para termos uma noção com mais profundidade, vamos apresentar os índices de inflação (IPCA) do Brasil dos últimos anos: 3,75% (2018), 4,31% (2019), 4,52% (2020), 10,06% (2021) e 5,79% (2022). Já na Argentina, utilizando como parâmetro, temos: 34,28% (2018), 53,55% (2019), 42,02% (2020), 48,41% (2021) e 72,37% (2022). Percebe-se que a inflação do país vizinho está bem desregulada, ou seja, hiperinflação.

 

A taxa básica de juros do Brasil, administrada pelo Banco Central, interfere diretamente na inflação. Se está havendo aumento da inflação, o governo aumenta a taxa de juros com objetivo de reduzir o consumo e automaticamente baixar a inflação. Se a inflação está baixa, é possível que o governo se utilize de uma diminuição da taxa de juros, para tentar esquentar a economia e aumentar o consumo. Essas medidas são estratégias para equilibrar a inflação de um país.

 

Esses parâmetros do Bacen são como tomar um remédio para dor de cabeça: toma-se e espera-se que a dor passe. Se o primeiro remédio não resolveu, é preciso ingerir novo medicamento e aguardar novamente. As medidas de economia têm o mesmo raciocínio, aplica-se uma medida e aguarda-se o resfriamento da inflação; se não resolveu, aplica-se outra medida, e assim sucessivamente.

 

Percebe-se que a inflação não contribui em nada com o crescimento de uma nação, porém, são vários os fatores determinantes para fazê-la surgir. É preciso se desenvolver e crescer apesar da inflação. Revise suas contas e compreenda melhor o seu funcionamento para ter uma vida econômica sustentável, já que a inflação interfere diretamente na nossa vida.

 

Francisney Liberato é auditor do Tribunal de Contas de Mato Grosso.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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